💙CAPÍTULO 25💙

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💙Alicia:

      - Me ajuda aqui, Michael! - pedi, enquanto tentava amarrar as letras que formariam "Feliz Aniversário" acima da mesa.

       - Desce daí, eu faço isso. - ele falou, enquanto eu descia da cadeira e ele subia.

       - Você também está aqui há 4 anos, certo? - perguntei, colocando fitas nas costas dos desenhos.

       - Sim. - desceu da cadeira e apontou para as letras coloridas - Pronto.

       - Não ficou tão ruim, né? - me afastei para olhá-las melhor.

       - Não, ficou bom. - pegou os desenhos e começou cola-los embaixo das letras - Ela vai gostar.

       - Espero. - respondi, olhando no relógio da parede e me assustando ao ver as horas - Já são 18:30! Cadê os outros idiotas? Onde estão as vasilhas de vidro que você pegou na cozinha? E os salgadinhos? Ainda tenho que trocar de roupa... puta que pariu, a monitora vai trazer ela daqui meia hora, porra!

       - Alicia, cuidado com os palavrões. - aquilo era o que eu mais tinha ouvido nos últimos dias.

       - Foi mal. - revirei os olhos.

       - Agora, respira e se acalma. - se afastou para olhar a parede "enfeitada" melhor - O Rubens, o Daniel e o Dylan foram pegar os doces e os salgadinhos que pedi para o monitor Júlio guardar, as vasilhas de vidro estão atrás de você, os salgadinhos vai chegar daqui a pouco com os meninos, como já falei e... qual era a outra coisa mesmo?

       - Preciso trocar de roupa. - o lembrei, me virando e constatando que as vasilhas realmente estavam atrás de mim.

       - Ah, é. - colocou a mão na cintura e olhou para o seu uniforme horroroso - Vou ficar assim mesmo, mas pode ir lá no banheiro trocar que eu termino de ajeitar aqui.

       - Valeu. - respondi, pegando minha mochila.

       - Alicia. - a voz de Michael me fez parar na porta - Sei que já falei isso... mas realmente é muito legal isso que você 'tá fazendo.

       - Cala a boca. - revirei os olhos.

       - É sério. - sorriu, me fazendo por a língua para fora e sair dali.

       Michael era legal, ainda que me irritasse bastante por ser todo certinho como Abigail, no fundo ele era gente boa. Com certeza não teria conseguido organizar aquela festa sem sua ajuda, nunca pensei que seria tão difícil fazer algo que não tivesse nada a ver comigo.

       Assim que cheguei no banheiro, tirei meu uniforme, coloquei uma calça jeans desfiada na barra, um body preto e uma camisa xadrez, azul e preta, aberta por cima. Continuei com o coturno do uniforme, que não parecia mais tão feia como tinha achado antes. Soltei meu cabelo, que estava preso em um rabo de cavalo e deixei as mechas azuis caírem sobre meu rosto. Passei um pouco de corretivo abaixo dos olhos, depois iluminador na ponta do meu nariz - achava que aquilo destacava o piercing de alguma forma - depois passei lápis preto nos olhos, para logo passar o rímel e terminei passando um hidratante labial.

       Joguei meu uniforme na mochila e corri para a sala de música, sem fazer ideia nenhuma sobre as horas. Abri a porta em um arranco, desejando que Abigail ainda não estivesse ali e agradecendo mentalmente por encontrar só um bando de macho escroto. Respirei fundo e fechei a porta às minhas costas, mas continuei parada quando percebi que os olhos dos idiotas não saiam de mim.

       - Muito obrigada por me admirarem. - falei, apagando a luz - Agora liga as outras luzes aí, Michael.

       Ouvi alguém pigarrear e logo tanto a lâmpada de led um pouco amarelada - que deixava o ambiente até bem legalzinho - quanto a colorida, foram acessas.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora