🖤CAPÍTULO 35🖤

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🖤Dylan:

     - E você pode ter um ataque cardíaco. - olhei para Alicia que não parava de rir, diferente do professor de Biologia e dos diretores - Mas isso, todos estamos sujeitos a ter... Então saiba que se você beber terá mais possibilidades de ter, se não, também vai poder ter. - sorri e levantei a mão - Viva o ataque cardíaco!

     - Terminou? - Valéria arqueou uma sobrancelha.

     - Sim. - dei um suspiro dramático - Mereço um 10, não é?

     - Sente-se no seu lugar. - respondeu - E pare de rir, Alicia!

     - Parei, diretora linda. - Alicia fungou, parecendo um porquinho ao tentar parar de rir.

     - Depois conversaremos melhor na diretoria, Dylan. - Ronner falou, enquanto eu apenas concordava e caminhava para o meu lugar.

     Depois daquela minha apresentação sobre os efeitos do álcool no organismo, tinha quase certeza que jamais me dariam outro castigo que envolvesse apresentar algo para a turma. Os diretores saíram da sala e antes que o professor voltasse para a sua explicação sobre a genética, eu já não estava prestando atenção em mais nada. Assim como no restante das aulas e no ensaio do coral.

     Na manhã de sábado acordei com Fred arrumando suas coisas para passar o final de semana em casa. O que estranhei, pois assim como Daniel e Rubens, achei que ele havia saído na sexta. Mas logo agradeci por ele não ter dormido no quarto, assim não tive que olhar para aquela cara de otário dele. Fingi que estava dormindo até ouvir o barulho da porta se fechando, tendo certeza que estava sozinho. Levantei e olhei pela janela, vendo que o sol já estava alto no céu.

      - Porra. - resmunguei, procurando o celular para olhar as horas e me lembrando de que ele estava com meus pais.

     Corri para o banheiro, escovei os dentes, coloquei uma calça jeans e uma camiseta cinza e sai do quarto, andando rapidamente para a sala. Só esperava que o café da manhã não tivesse acabado, porque com certeza eu não conseguiria trabalhar em porra de jardim nenhum sem comer.

     - Até que enfim, Dylan. - o monitor Júlio me olhou de forma impaciente - Você está mais de uma hora atrasado para o seu castigo.

     - Que horas são? - perguntei, coçando os olhos.

     - 8:25. - olhou no seu relógio de pulso - Pode ir logo para o jardim, o André já começou.

     - Por que ninguém me acordou? - perguntei irritado por perceber que realmente havia perdido meu café da manhã - Eu 'tô com fome, porra.

     - Porque com mais de um mês pagando castigo já era para você ter criado um pouco de responsabilidade, certo? - deu de ombros e apontou para a porta - Agora acelera aí e vai logo pro jardim.

     - Que caralho, porra. - resmunguei, sentindo que o restante do meu dia seria uma grande merda.

     - Sem palavrões. - avisou.

     Revirei os olhos e saí do dormitório, logo avistei André com um carrinho de mão cheio de pequenas plantas. Olhei para o refeitório com a esperança de ver Alicia ali e torcendo para ela estar de bom humor para pelo menos roubar alguma fruta para mim, mas não a vi. Então, respirei fundo e andei lentamente até André, tentando me espreguiçar pelo caminho. Quando me aproximei o suficiente, ele arqueou uma sobrancelha e me olhou atentamente.

     - Vamos plantar essas mudas de botão-de-ouro. - avisou, mostrando as plantas no carrinho - Como você demorou chegar, já fiz os buracos no chão. - apontou para o canteiro com suas mãos sujas de terra - Agora plante as mudas.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now