💙 CAPÍTULO 46 💙

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💙Alicia:

  - Vai querer ir no aeroporto também? - meu pai perguntou, enquanto eu pegava minha mala no carro.

  - Pra quê? - arqueei uma sobrancelha.

  - Levar sua irmã e o Rodrigo. - respondeu como se fosse óbvio.

  - Deixa eu adivinhar. - fechei os olhos e os abri rapidamente - Thaís e André vão também.

  - Claro. - deu de ombros.

  - Vocês sabem que eles tem 22 anos, certo? 

  - Filha, sabemos, mas...

  - Porra, pai. - revirei os olhos - Então deixa eles irem pra lua de mel deles em paz, eles não precisam que vocês os levem ao aeroporto. - bufei - Que coisa mais ridícula e se você ainda não entendeu... não, eu não quero ir no caralho de aeroporto nenhum.

  - Alicia! - me repreendeu, mas eu já estava entrando dentro de casa e subindo as escadas para o meu quarto.

  Joguei a mala no chão e tranquei a porta, para depois deitar na minha cama. Senti o nó na minha garganta ficar cada vez mais insuportável e quando menos esperei lágrimas começaram escorrer pelo meu rosto. Respirei fundo e as sequei, não iria chorar, muito menos pela porra do Dylan. Nem pela confusão que estava na minha cabeça. Eu não estava ficando louca, me lembrava muito bem de cada olhar que trocamos naquela madrugada, lembrava de cada toque e do quanto havíamos nos divertido. Mas eu não podia aceitar, o jeito que ele estava me olhando era muito abestado, igual nossos pais e nossos irmãos. Isso eu não podia aceitar, nem que para isso eu realmente aceitasse que estava sim ficando louca.

  Muito melhor louca do que apaixonada. Porque se eu estava interpretando seu olhar como apaixonado, isso queria dizer que eu também estava apaixonada, pois nossos olhares deviam ter a mesma intensidade. Lembro de quando formos tomar banhos juntos e me olhei no espelho, nunca tinha me visto e me sentido tão diferente de um jeito incrível. Porra, porra, porra e porra... não era possível.

  Me levantei e corri para o espelho na porta do meu guarda-roupa. Respirei fundo, observando cada detalhe do meu olho, principalmente minha pupila. Lembro que havia lido em algum lugar sobre como nossas pupilas se dilatam quando sentimos atração por alguém. Puta que me pariu. Ok, eu sentia atração pelo Dylan, aquilo era óbvio, não só pelas minhas pupilas dilatarem por pensar em seu toque, mas principalmente porque já havia admitido isso para mim mesma na noite passada. 

  - Melhor sentir atração do que estar apaixonada. - resmunguei para mim mesma e voltei para a minha cama.

💙

  - É claro que você pode entrar. - ironizei, quando minha mãe abriu a porta do quarto sem se dar o trabalho de bater.

  - Sim, posso. - respondeu, abrindo um sorrisinho e se sentando na cama.

  Peguei o prato sujo de farelos do sanduiche que havia comido e o coloquei sobre a mesinha ao lado da cama e voltei sobrar minhas unhas que havia acabado de pintar.

  - Você podia passar outra cor. - minha mãe falou, olhando para minhas unhas.

  - Eu passei. - dei de ombros - Antes eu estava com o bala de goma que é um azul mais caneta e agora estou com o festa de pijama que deve ser uns dois tons mais escuro.

  - Outra cor sem ser azul. - corrigi.

  - Não quero.

  - Ok. 

  - Que foi? - a olhei desconfiada quando seus olhos continuaram em mim e ela não fez menção de se levantar.

  - Grace me ligou, falando que vai sair com uns amigos e chamando você para ir.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now