💙 CAPÍTULO 58💙

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💙 Alicia:

  Não demoramos muito para contar a história para Amora, claro que não contamos tudo, só de uma maneira geral e bem resumida. Basicamente, Dylan disse que eu fiquei extremamente apaixonada por ele, porém, eu disse que foi ele e ficamos 20 minutos apenas nessa discussão, onde me recusei admitir que havia dado o primeiro passo. Provavelmente, a história ficou complicada de entender, o que de fato era, principalmente a parte em que contei sobre falar para meus pais que passaria o final de semana no colégio para resolver alguns problemas do baile e tive que correr para o meio da árvores para Abigail não ver que, na verdade, eu iria sair com Dylan.

  - Sempre soube que vocês sentiam algo um pelo outro. - Amora sorriu, quando terminamos de contar - Não é, Dylan? Eu falava direto isso para ele, Ali.

  - Falava? - abri um sorrisinho de lado e olhei para Dylan.

  - Ela fala que sente as coisas no ar. - respondeu, revirando os olhos.

  - Era impossível não perceber. - Amora respirou fundo - E eu realmente sinto as coisas.

  - Você é assustadora. - franzi o cenho - Mas lembre-se, não seja uma vaca e conte isso para alguém, porque...

  - A gente te mata. - Dylan completou.

  - Vaca. - Amora arregalou os olhos, se levantando - Eu estava indo no supermercado comprar leite para minha avó! - colocou a cadeira novamente na mesa em que ela havia pegado - Foi muito bom ver vocês, ainda mais como um casal! - saiu correndo do restaurante.

  - Não somos um casal. - resmunguei, mesmo sabendo que ela não poderia ouvir. - Era só o que me faltava... - parei de falar ao ouvir a risada de Dylan.

  Arqueei uma sobrancelha ao olhá-lo, mas ele apenas deu de ombros e voltou a rir, então, quando percebi também estava rindo, não sabia se era constrangimento, felicidade, nervoso ou simplesmente por quão irônica a vida podia ser. Quando conseguimos nos controlar, levantamos, pagamos a conta e saímos do restaurante. Acabamos decidindo andar um pouco pela cidade, mas depois de passar por dois quarteirões e não encontrar nada interessante, voltamos para o hotel.

  Vesti meu biquíni azul escuro e ele seu short de banho preto e descemos para a piscina do hotel. Felizmente, havia apenas um casal ali e logo depois de chegarmos e entrarmos na água, eles saíram, nos deixando sozinhos. Em toda a minha vida, nunca tinha imaginado que poderia estar dentro de uma piscina, abraçada com Dylan, sem tentar afoga-lo ou xinga-lo, muito menos que estaria ali beijando-o e me sentindo completamente viva, sentindo algo que não era capaz de nomear. E, por alguns instantes, considerei a possibilidade de não sermos incompatíveis, como Amora havia nos dito.

    - Quero perguntar uma coisa. - falei, após uma ideia ter passado pela minha cabeça - Você acha que nossos pais seriam capazes de fazer macumba?

  - O que? - passou a mão pelo seu cabelo molhado e sorriu - 'Tá me zoando, né?

  - Infelizmente, não. - joguei um pouco de água no seu rosto - Responde.

  - Óbvio que não. - jogou água no meu rosto e quando comecei me afastar, levantando o dedo do meio, me puxou para perto dele novamente, me segurando pela cintura - No que você 'tá pensando?

  - Na nossa incompatibilidade. - passei os dedos sobre sua sobrancelha molhada e sobre seu pincerg - Nossos pais podem ter feito uma macumba para que a gente possa ficar juntos, só isso explicaria esse momento.

  - Ok. - franziu o cenho e ficou em silencio por alguns segundo - Esse é o momento que você começa a rir e fala que 'tá zoando.

  - Eu não 'tô. - sorri mesmo assim e, logo dei de ombros - É uma possibilidade.

Nem tudo é azulWhere stories live. Discover now