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              Meu book trailer acima. ☝

Olá, esse livro está concluído, mas não revisado ainda, portanto irá encontrar erros.

Onde estou? Que lugar é este?

Por que raios eu fui entrar nessa maldita mata? Agora eu não sei voltar, estou perdida.
O medo me cerca e me atormenta. Não quero nem imaginar o que esconde nesta mata.  Nunca estive antes em lugares com árvores. O lugar mais longe que já fui, foi à academia. E que ideia brilhante a minha, decidi entrar e agora não sei para onde estou indo e o que acontecerá comigo.
Como se eu não tivesse a vida ruim o suficiente ainda tenho que encará mais coisas difíceis. Mas essa é por minha conta própria, se eu mesma não colocasse as pedras neste caminho, não precisaria estar pisando nelas. Sou inteligente ou burra demais, para pensar que ela viria atrás de mim se descobrisse a minha fuga. Com certeza não se importará comigo e nem lembrará da minha existência.

Olha só Alice, fugiu de casa para nada. Ou para ser morta por algum animal selvagem?
Por essa você não esperava, mas serve de lição para não entrar em qualquer lugar principalmente quando se trata de lugares estranhos.

Tomo um grande susto ao ver uma cobra gigante parada alguns metros ao meu lado esquerdo. Nunca tinha visto uma cobra daquele tamanho, somente em livros e na televisão. Não daria para saber qual é a sua espécie. Parecia uma sucuri. Sinto o meu sangue se esvair do meu corpo, começo a tremer de medo. Jogo minhas malas no chão, dou alguns passos para frente olhando para ela, logo depois não consego caminhar, permaneço imóvel. Parece que eu estou anestesiada, não sinto minhas pernas elas estão paralisadas. Quero gritar. Pedir socorro. Mas como? Estou em uma mata, não tem ninguém aqui. A cobra começa a se mover. Fico desesperada. A primeira vez que vejo uma cobra gigante não parece ser real, eu não acredito que estou de frente para uma, quero que seja um pesadelo e eu vou acordar a qualquer momento.  Nunca imaginei uma sucuri no Goiás, talvez tenha vindo vagando do Amazonas para cá. 

Agora é o meu fim. Eu vou morrer na boca dessa cobra e ninguém vai saber. Ninguém vai preocupar ou sentir a minha falta.

Ela  aproxima devagar. Rastejando lentamente, como se soubesse que eu não consigo sair dali. Começo a sentir minhas pernas novamente, tento me mover devagar, não estou cem por cento boa para sair correndo. Sem tirar os olhos da cobra eu me afasto dela. Não soube ao certo se é o meu medo ou realmente ela rasteja mais rápido.
Giro rápido para correr entre as árvores com poucas folhas, bato com força em uma, ficando tonta por alguns segundos.
Olho para trás quando me recupero, vendo-a alguns metros distante de mim. Tento correr, mas a minha cabeça não corresponde muito por causa da batida na árvore.
As minhas pernas voltaram a ficar trêmulas, o meu medo crescia a cada minuto e não ajudava em nada.
Volto a olhar a cobra, e lá está ela, rastejando tão próxima que poderia ver os detalhes de sua pele. Manchas arredondadas e escuras sobre a sua pele esverdeada.
Corro novamente para tentar me livrar da cobra. Tropeço numa pedra e caio. Merda!
Eu vim a esse mundo só para se dá mal. Durante toda a minha foi só sofrimento e tudo que faço não dá certo. Até mesmo uma fuga em busca de uma vida melhor eu não consigo. Eu sou uma desgraçada, não existe uma palavra melhor para me descrever.
As únicas coisas que eu ouço são o rastejar da cobra sobre as folhas secas e os cantos dos pássaros.

Sozinha.

O meu fim será nesse momento. Fecho os meus olhos para não vê-la me atacar. Escuto um som. Alto e ensurdecedor. Abro meus olhos assustada e vejo a cobra mexendo devagar bem próxima aos meus pés com sangue escorrendo na sua cabeça. Olho para o lado na direção que saiu o som vendo um homem estacado com uma arma na mão. Colocando o revólver na cintura ele caminha em minha direção. O meu sangue ferve. Levanto o mais rápido que pude e correr foi o meu objetivo. Não consigo correr muito, o meu coração quer sair para fora do meu corpo e as minhas pernas trêmulas. Tropeço em outra pedra.

— Aaiii! — Grito, assim que um toco de uma árvore fina que fora cortada, passa em minha coxa e me rasga.

Coloco a mão no local do corte sentindo o sangue quente escorrer pela minha coxa.

— Você está bem? — Ele me pergunta quando aproxima de mim, com o semblante preocupado.

— Tirando o fato de eu estar com dor, estou bem.

Respondo sentindo muita dor, a voz quase não sai. A dor começa a ficar intensa. 

— Não precisa ter medo. Eu te livrei da morte. Graças à Deus que encontrei você a tempo. Nossa está saindo muito sangue, tem que estancar. — Ele diz devagar, respirando entre cada frase.

Ele tira a sua blusa xadrez vermelha. O seu estilo é de cowboy, talvez ele estava em alguma festa típica.
Ele tem um peitoral de tirar o fôlego. O seu corpo musculoso me prendeu e eu observei cada detalhe, uma pequena tatuagem de um diamante acima do seu peito deixava-o atraente. Ele pega a blusa e contorna a minha coxa, apertando firme para estancar o sangue.

— Doeu? — Questiona ao ver o meu semblante.

Apenas assinto com a cabeça.

— Vem, levanta. Vou ajudar você.

Ele ergue o braço para mim segurá-lo.

— Nãão!

Assusto o rapaz com o grito.

— Não precisa ter medo.

Ele diz com a mão estirada em minha direção. Vendo que eu não daria o meu braço ele passa a mão na minha cintura e me ajuda a levantar.  Tento debater mas ele é forte demais.

— Me solta, eu posso andar sozinha. — Protesto recuprendo o meu fôlego.

— Ah claro. — Diz sem graça tirando a mão da minha cintura.

Fico parada vendo ele seguir adiante.
Percebendo a minha ausência ele olha para trás e diz:

— Vai ficar aí?

Permaneço em silêncio alguns segundos. Olho para a cobra estirada no chão.

— Ela morreu?

Pergunto apontando para a sucuri. Ele confirma com a cabeça.

— Vamos? — Gesticula com a mão para eu segui-lo.

— Eu não vou com você a lugar nenhum. Eu não te conheço. — Hesito.

Ele fecha os olhos um pouco irritado.

— Então vamos conversar, porque eu também não te conheço, mas não aqui. Aqui não é um lugar bom para isso. — Ainda irritado ele vira para frente.

Deixo ele seguir na frente, vou devagar, sentindo a dor na perna aumentar. Essa dor não vai diminuir? Penso fazendo careta. O homem para novamente e me olha.

— Você não quer ajuda? Você está com um corte.

Nego com a cabeça, eu consigo caminhar sem precisar da ajuda dele. A dor aumenta a cada passo, paro na tentativa de aliviar. Suspiro alto demais, pois o cara volta até mim.

— Você precisa de ajuda sim.

Murmura ao meu lado e segura na minha cintura.
Tento tirar a sua mão, mas foi em vão. Deixo o meu egoísmo de lado e aceito a ajuda dele, estou precisando da ajuda de alguém. Passo o braço no seu ombro para me apoiar e sigo o trajeto com ele.

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Estou de capa nova!!! Ela foi feita por mim.

Sem Direção (Concluido)Where stories live. Discover now