Capítulo 14 - Um Fantasma a Vagar

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Capítulo Catorze — Um Fantasma a Vagar

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Capítulo Catorze — Um Fantasma a Vagar

Dias se passam, e eu não posso sair do quarto. O meu alimento, o mesmo pote de fumaça, é trazido até mim, pois os outros centuriões não querem que eu chegue perto de suas vítimas no refeitório. Há de suspeitarem que eu possa fazer com que elas se rebelem.

Margarete traz a minha janta enquanto pergunta se eu estou precisando de algo a mais. Nestes dias, ela tem sido muito aliada a mim. Agradeço-a grandemente.

No exato momento, eu estou a encarar o bolo de chaves em minha mão. Este ainda está sob a minha posse. Eu franzo o meu cenho, tentando conter a vontade de fugir novamente. Porém, o alerta de Nicholas sob a minha mãe, faz-me repensar as minhas atitudes.

Eu suspiro, não contendo o guiar de meus passos rumo à porta. A questão é que ficar aqui, esperando a minha sentença fatal, não mudará o meu destino, muito menos ajudará minha mãe. A minha única solução continua na fuga.

Tentada, eu guio a chave na fechadura, abrindo a porta lentamente. Ao constatar que não há ninguém no corredor, eu guio os meus passos cautelosos a fora. Porém, ao me virar, assusto-me imediatamente ao homem que aparece repentinamente à minha frente.

Espírito puro. — Yancey pronuncia ao me encarar, causando-me confusão em sua aparição repentina.

Imediatamente, eu escondo o bolo de chaves em minha roupa, mas eu percebo que ele estreita os seus olhos ao perceber. Nervosa, eu travo a minha respiração, sabendo que eu novamente estraguei as minhas esperanças de fugir deste local.

— Calma. — Ele diz, adotando uma expressão mais tranquila. — Eu não vou te denunciar, mas já que você está aqui. Tens uma carta endereçada a você. Eu sugiro que leia em seu quarto.

De imediato, eu franzo o meu cenho em confusão por suas palavras. Yancey ergue um pequeno envelope em minha direção, e segue o seu olhar ao som do elevador, anunciando que outros se aproximam. Rapidamente, eu pego o envelope e volto a entrar no quarto, torcendo para que ele realmente não me denuncie.

Estreito os olhos, analisando que no exterior do envelope não há nada, mas eu retiro um papel dobrado de seu interior. O papel branco rabiscado transmite uma caligrafia pesada e marcada ao ditar as seguintes palavras.

"Minha querida Juliana, se assim eu ainda puder a chamar.

Por que arranjaste este disfarce? Por que decidiu se esconder de mim? Não aja como se eu fosse o seu mal, pois você sabe quem é o verdadeiro culpado por todo sofrimento que lhe foi proporcionado. Por mais que você tente deixar o passado para trás, você nunca conseguirá dele se livrar.

A sua aparência continua deslumbrante, eu pude conferir eu mesmo com a ajuda de um grande feitiço. Você, provavelmente, deve se recordar de nosso reencontro à uns dias atrás, em que eu prometi que te resgataria.

Asas da NoiteWhere stories live. Discover now