Capítulo 11

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Aviso de gatilho: suicídio.

Revólveres. Munição. Facas.

Jimin tinha tudo o que precisava para matar e era isso o que iria fazer.

— Jasmine, querida... Vá buscá-lo para mim — falou Jimin, passando a mão na orelha da tigresa, que ronronou antes de seguir em direção à porta. — Com carinho, Jas...

A tigresa seguiu para cumprir as ordens de Jimin e este prendeu o cabelo no alto da cabeça em um coque, enquanto colocava a sua roupa confortável para a ocasião. Calça preta de couro, blusa preta justa, casaco preto e claro, suas armas.

Casas comuns e ricas tinham um quarto do pânico e a de Jimin não era diferente, só que o rapaz havia transformado o local ao seu gosto e, ao invés de ser um local para se proteger, era um cômodo para fazer outras pessoas falarem. Uma mesa metálica, uma cadeira, plástico, facas e alguns outros objetos de tortura compunham o local. O fato era que havia preparado aquele cômodo para quando encontrasse as pessoas que queria matar, mas nunca o utilizara antes, e agora pela primeira vez tinha uma pista.

— Tem certeza?

Jimin escutou a voz masculina e sorriu. O homem não teve resposta, mas o moreno escutou um baque surdo e em seguida alguém abrindo a porta. Ele então se preparou, passando a língua nos lábios, em expectativa.

O casal entrou aos risos e Jimin contorceu os lábios. A mulher, com o olhar, indicou a Park que era o momento; sem perder tempo, o moreno investiu contra o outro homem, desferindo-lhe um golpe por trás e o desmaiando.

— Oh, Jasmine... Minha bebê — falou Jimin, passando a mão no cabelo da mulher na sua frente. — Sinto muito por você ter que seduzir esse troço asqueroso...

Desde pequeno, Jimin tinha Jasmine e quando correu para salvar a sua vida, ainda criança, a levara junto consigo. A tigresa era tanto parte sua quanto ele era parte dela e isso incluía a forma humana. A felina nascera tigre, mas quando precisava, virava uma linda mulher, pronta para ser fatal.

Jasmine sorriu para o dono, virando a cabeça na direção do toque do outro, enquanto fechava os olhos. Seu longo cabelo vermelho chegava à altura da cintura com abertos cachos, seus olhos eram repuxados, heterocromáticos e felinos, combinando com o formato de rosto da transmorfa, que não era muito marcado, quase angelical. Ela era linda e perigosa.

— Jas, você fez muito bem, minha querida — falou o moreno, sorrindo ao mesmo tempo que levava a mão à parte de trás da orelha da mulher e fazia carinho no animal. — Tem carne fresca para você.

E assim, a linda mulher voltou a se transformar em tigresa. Era sempre assim em um piscar de olhos; de humana a animal.

Jimin então se virou na direção do homem caído e sorriu antes de buscá-lo no chão e o arrastar até a cadeira, prendendo-o em seguida com as algemas nos braços do assento.

O balde de água estava no canto do quarto e Jimin o trouxe, jogando de uma vez todo o líquido na face do homem desacordado, que pareceu se engasgar ao abrir os olhos e procurar por oxigênio. Park riu.

— S-senhorita Park? — O homem perguntou e Jimin concordou, com um fraco sorriso. — O que está acontecendo? Foi... Me desculpe por entrar na sua casa... Achei que não tinha ninguém... Por favor, não chama os soldados.

— Ha! Soldados? Essa é a sua preocupação?

— Eu não estou entendendo senhorita...

Jimin suspirou fundo e tentou rir, mas não havia mais graça; ele queria respostas e as teria, por bem ou por mal, somente dependia do homem à sua frente.

Glass BridgeWhere stories live. Discover now