Capítulo 17

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Quando a carruagem de Jimin chegou ao bordel, Yewon pegou o outro pé de Park e retirou a sandália; a morena agradeceu, nem se recordando que estava de sandaria. Ela somente estava preocupada com Taehyung.

O chão estava encharcado e sujo, mas Jimin não se importou de pisar no local e mesmo com o pé doendo, ajudou a Yewon e o cocheiro a carregarem Taehyung para dentro da casa. Jasmine ficou escondida durante todo o processo, pois sabia que era isso que o dono queria e somente apareceu quando o vampiro estava deitado na cama de Park, com uma toalha estendida sobre o colchão, em cima do lençol.

– Eu vou buscar gelo para a senhorita – disparou Yewon, passando por Jasmine como se não tivesse uma tigresa no meio do quarto.

– Ai... TaeTae... Eu quebrei a sua escudeira.

Jimin deixou uma risada frágil escapar de seus lábios e seguiu pelo quarto preparando tudo para quando Taehyung acordasse.

As bolsas de sangue e uma muda de roupas foram colocadas por cima da mesa de cabeceira, logo Jimin seguiu para o banheiro retirando o vestido ensopado e trocando-se para algo mais casual e ainda assim feminino, pois não estava só em seus aposentos, logo não poderia deixar sua personagem ainda. Arrumou ainda uma troca de roupas para a escudeira caso ela quisesse.

– Eu... acabei preparando alguns sanduíches para quando ele acordasse... Tudo bem? – Yewon estava parada diante da porta do quarto com a bandeja em mãos e um olhar levemente preocupado.

– Por quê?

– Tae sempre sente fome depois de se alimentar de plasma. Eu não entendo muito bem, mas ele sente.

Jimin a encarou por longos segundos. Quis questioná-la sobre seus reais sentimentos para com Taehyung ali e agora, mas não era seu local expô-la daquela maneira. Então apenas abanou a cabeça, indicando que ela também colocasse a bandeja por cima da mesa de cabeceira.

– Tem uma muda de roupas para você no banheiro, caso queira se trocar.

– Obrigada senhorita – respondeu a loira, corando sem nem saber o porquê – O gelo... Eu posso colocar?

A morena segurou o riso e respirou fundo, pois era de fato engraçado ver a loira um pouco confusa por conta dos feromônios. Jimin então fez um gesto negativo e indicou a porta do banheiro e mesmo sem palavras de ordem, a escudeira seguiu para o banheiro.

– TaeTae... ela é fofa – comentou Jimin. – Quando não está me ofendendo... É fofa.

Quando a escudeira saiu do banheiro de roupa mudada, Jasmine foi em sua direção e exigiu carinho a loira logo a deu. Jimin franziu a testa, pois a tigresa não era amigável com muitas pessoas, principalmente aquelas que conhecia a pouco tempo.

– Onde eu cresci tinha um tigre – comentou Yewon, sorrindo para Jasmine. – Eu os acho animais incríveis e quando querem, são tão carinhosos...

– Onde você cresceu?

– No interior, com a minha mãe... Ela também era prostituta.

– Eu não sou prostituta – Jimin falou, bufando. Park realmente não era. Não dormia com outros por dinheiro, mas a nomenclatura que possuía também não lhe era tão mais agradável aos ouvidos. – Não há nada de errado em ser uma prostituta. Você acha que meus empregados terminaram nessa vida porque quiseram? Acha que eles não são boas pessoas por fazerem o que fazem? Pois saiba que está errada. As pessoas que eu contrato tem mais caráter que muitos dos que estão naquele castelo hoje pagando de bons cidadãos quando na verdade são seres horríveis e inescrupulosos. A maioria ofende quem trabalha aqui dentro como se não houvesse amanhã, mas não passam uma noite sem vir aqui.

Glass BridgeWhere stories live. Discover now