Capítulo 45

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Hoseok havia deixado Dawon descansar no quarto e estava passeando pelo castelo. Ele havia pensado em ir à biblioteca, mas por fim desistiu, somente focando em parecer muito entretido com o jardim quando na verdade estava escutando a conversa dos funcionários do local. O vidente queria saber como a chegada deles estava sendo comentada, afinal havia aprendido que o povo sempre descobria das coisas antes da realeza.

— Tinha um tigre no quarto. Essa gente do reino Kim é doida — comentou uma das mulheres, passando a mão na testa para retirar o suor. Estava frio, mas o trabalho era tanto que nem isso amenizava muito as coisas. — O Conselho não vai gostar da decisão da rainha de deixar essa gente aqui...

— Mas eles já não decidiram a favor? — perguntou o homem que conversava com a moça.

— Sim, mas... Você sabe como são essas coisas — comentou a mulher, não percebendo que Hoseok tinha uma audição apurada e por isso não se importando com ele observando as rosas a uns metros deles — Lembra dos pais da rainha? Como você acha que eles morreram?

Shiu! Não fala essas coisas! É traição!

— Só será se você me entregar...

O vidente mordeu o lábio inferior com força. Aquilo era perigoso. Ele deveria avisar a Seokjin ou era melhor não se meter naquele assunto? Ou falar somente com Yoongi? Não sabia dizer, afinal não estava acostumado com as tramas que ocorriam dentro de um castelo.

— Com licença. Você que é o casinho de Min?

O moreno quase se assustou com a voz próxima a ele e quando olhou, viu Kim Hyunah o sorrindo falsamente. Naquelas duas semanas, eles haviam se esbarrado pelos corredores do castelo, mas ela nunca havia proferido uma palavra com o dançarino e consequentemente o vidente não havia falado com a ruiva. Jung não sabia explicar, mas não gostava dela.

— Não. Eu sou namorado.

Hm, tanto faz — proferiu a ruiva, balançando um dos ombros. — Só queria avisar que... Você é um dos inúteis que chegaram nessas últimas semanas. Reis, príncipes, escudeiros são importantes, mas você? E aquela tal de Park Jimin? Desnecessários.

— Obrigado por me falar a sua opinião — disse Hoseok, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Você pode deixar sua reclamação no balcão que quando eu tiver tempo a lerei e farei o possível para pensar em uma solução.

Hyunah fitou Hoseok com um rosto sem expressão e sinceramente, o dançarino não estava se importando. Quem era aquela mulher para lhe dizer o que fazer ou não fazer? Ele não estava nem aí para as opiniões dela.

— Você acha que pode ser mais que um andarilho sujo? — disparou a ruiva, estalando a língua. — Seu pobre coitado, órfão. Ninguém te quer aqui.

O moreno ignorou as palavras duras da mulher e também o fato dela saber que ele era órfão, afinal poderia ter escutado pelos corredores quando estavam investigando na biblioteca ou somente por conta do seu nome de bastardo. Haviam várias possibilidades e Jung não estava afim de discutir com a ruiva para tentar descobrir o que ela sabia ou deixava de saber.

— A única pessoa digna de pena que vejo aqui é você — afirmou o vidente, balançando os ombros. — Afinal, eu tenho uma medalha de honra, já a senhorita... Pelo o que sei, não tem, afinal o que fizeste por esse reino além de sentar em uma cadeira e ditar regras?

— Aquela medalha foi um erro! Você é um simples plebeu que acha que tem alguma importância.

— Segundo o discurso da rainha Jeon quando foi coroada, todo ser tem importância no mundo — Hoseok falou, sorrindo. — E, eu evitei uma guerra salvando o príncipe. Uma guerra! — repetiu o moreno, divertidamente. — Acho que o seu conceito de 'sem importância' está um pouco errado. De qualquer modo, eu tenho coisas para fazer, então se me dá licença...

Glass BridgeWhere stories live. Discover now