Capítulo 70

1.2K 210 69
                                    

Somin odiava reuniões, principalmente por estar longe de Jiwoo, mas aquela era necessária, então ela estava atenta. A sala de jantar da casa cedida era o suficiente para caber todos os monarcas e pela primeira vez a rainha sentiu-se preocupada, afinal, aqueles soldados seriam o suficiente?

— Segundo o informante, o exército está marchando para cá com cerca de quinhentos homens — informou Seokjin, remexendo em seus papéis. Namjoon estava ao seu lado na mesa como um aliado e não como escudeiro. — Mas sabemos que tem mais homens, ainda mais com a inclusão dos soldados do reino Wendigo.

— O que você propõe? — Hyunwoo perguntou.

— Eu proponho marchar para o mais longe possível da cidade para reduzir o número de mortos e estragos no reino Jeon. Nós temos as armas e um exército, aparentemente, em maior número.

— Mas eles têm as bombas... — comentou Jorge. — Bombas destroem rápido qualquer quantidade...

— Se fizermos uma barreira, essas bombas não chegarão à cidade — Jaehwan concluiu.

— Mas chegam na gente — rebateu Jorge. — Depois do que eu vi... Olha, não sei se é uma boa ideia continuar com esse embate.

— Eu não obrigarei ninguém a entrar em um embate que não quer. Sintam-se à vontade para recuar. Mas façam agora, para que eu possa trocar o plano — Seokjin proferiu sério, apertando a caneta que tinha na mão direita por debaixo da mesa. Ele não podia se dar ao luxo de perder aliados agora, mas não poderia obrigá-los a nada.

— Iremos entrar em embate com Hyungteo de qualquer maneira. Você realmente acha que ele vai parar após matar Seokjin? — Somin tomou a palavra para si. Seu rosto sempre belo estava abatido, mas não menos digno de sua majestade. — Ele irá atacar reino por reino até ter tudo ou nada. Não vai importar, este homem está louco e não vai parar.

— Meu reino é longe daqui.

— O meu não — disparou Suran, suspirando fundo. — Acha que Hyungteo não irá destruir o reino da sua noiva?

— Você poderá viver comigo.

Os cabelos esverdeados de Suran se tornaram flamejantes em menos de dois segundos assustando grande parte da mesa, que em um movimento rápido se afastou um pouco, deixando o casal de, aparentemente noivos, encarando-se.

— Eu não quero fugir do meu próprio reino, seu cachorro!

— Ei, calma que você não está somente o ofendendo — Seokjin interviu, afinal Somin também era uma licantropa. — Estamos todos com os ânimos exaltados. Sei que é complicado e que ninguém veio aqui para ver seus soldados morrendo, mas como eu disse, todos vieram porque quiseram, pois, de alguma forma todos aqui acreditaram em mim e na causa — explicou o vampiro. — Subestimamos Hyungteo, pois ninguém previu uma bomba, ainda mais no castelo... Deveríamos ter pensando que ele mostraria seu poder, mas seria tão fácil algo assim na guerra? Aviões não existem mais, um balão veríamos logo de cara e pessoas se infiltrando do nosso lado podemos matar rapidamente. Então, tenham fé em nossas inteligências e habilidades — disse. — A não ser que vocês saibam de informações que nós não sabemos.

A sala ficou em silêncio, mas Seokjin ficou na dúvida se mais alguém ali não sabia de algo que não queria dividir; em Jaehwan e Somin ele confiava, porém nos outros ainda ficava na dúvida.

— O exército Wendigo é pequeno.

A voz de Shin Wonho fez com que todos saíssem dos seus próprios pensamentos e o fitassem. O metamorfo quase não proferia nada, mas quando falava parecia ter o impacto de fazer todos prestarem atenção e escutarem tudo o que o homem tinha a dizer. Ele não era o rei, mas de alguma forma, parecia que o cargo não poderia pertencer a outra pessoa, o que os levava a crer que o monarca Metamorfo deveria ser ainda mais magnético e assustador.

Glass BridgeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora