Capítulo 77

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Hoseok não gostava de cavalos. Não era um problema em particular com o animal, mas sim o fato de cavalgar. Ele gostava de usar as pernas e ter somente Dawon como guia, porém a cidade era longe demais para irem a pé, então tinha que somente que aceitar o fato e deixar Yoongi os levar até a torre do relógio.

A viagem durou um dia inteiro. Nenhum dos dois ao menos ousou mencionar em fazer alguma parada. Eles beberam água enquanto cavalgavam e foi o máximo de tempo que perderam.

Quando desceu do animal, obviamente Hoseok sentiu as dores, mas não havia tempo para aquilo.

— Seokie... tudo bem?

— Eu não estou acostumado a cavalgar, Yoongi. É só isso. Vamos.

Os dois deixaram os cavalos escondidos e adentraram a cidade a pé. Eles não se esconderam, afinal muitos soldados ainda estavam por ali e nenhum deles era de Hyungteo. Os moradores da cidade apreciam estar dentro de suas casas em sua grande maioria, provavelmente temendo o momento em que as batalhas chegariam até eles.

Porém, os dois não foram tão corajosos quando chegaram perto da torre do relógio.

— Eu entro — Hoseok falou, engolindo em seco. — Tenho resistência ao vírus e não serei afetado se algo de errado acontecer.

— Você tem resistência ao vírus, mas não à porra de uma explosão, Seokie.

— Mas o que eu posso fazer, Yoongi? — disparou o moreno, bufando. — Tae não sabe se alguém que já pegou o vírus é resistente... Não posso arriscar você ficar doente.

— Seokie, estamos nessa juntos! — disparou o escudeiro. — Vamos entrar naquela torre e desarmar a bomba ou morreremos tentando.

— Você acha que eu não te conheço? — perguntou Hoseok, empurrando a mão de Yoongi que estava no seu braço. — Você dará um jeito de ser o herói da história e me salvar.

— Estamos brigando — falou o escudeiro, suspirando fundo. — Não quero brigar com você.

Hoseok suspirou fundo. Tudo estava tão confuso e realmente não era hora para brigar entre si. O moreno então segurou o rosto de Yoongi entre as mãos e selou os lábios dele com cuidado.

— Nós não vamos brigar. Me desculpa, 'tá bom? Eu só... estou apavorado.

— Eu sei amor — Yoongi disse, com um fraco sorriso. Claro que ele sabia o que o namorado estava pensando, afinal estava da mesma maneira. Se falhassem, não só a vida deles estaria em risco e sim de toda a nação e talvez até de outras, pois não sabiam qual seria o alcance do vírus. — Também estou com medo; me sinto impotente nisso tudo.

Hoseok se sentia assim também. Ele tinha as visões, sabia onde estava a bomba, mas o que fazer para desativá-la sem explodir tudo? O vidente tentava pensar em algo, qualquer coisa, mas a única coisa que lhe voltava a mente era Dawon bicando as engrenagens do relógio.

De repente, todo o som sumiu. Jung esticou o braço e encostou em Yoongi, mas sua visão não mais o enxergava, pois agora ele estava em uma sala luxuosa, repleta de vermelho e dourado. Era bonito, mas de alguma forma, parecia um ambiente fatal.

— Jin! Jin!

Jung não conseguia ver de onde vinha o som, mas era a voz de Jungkook e antes que pudesse raciocinar, o vidente correu para a única porta do lugar, empurrando-a a tempo de ver o irmão estirado no chão, com sangue escorrendo por uma ferida na lateral do seu corpo.

— Era um licantropo que você queria, tio? — Seokjin perguntou, jogando a espada ao lado do corpo do mais novo. — Agora, onde está Namjoon?

O toque de Yoongi trouxe Hoseok de volta.

Glass BridgeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora