Capítulo 87

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O reino Kim estava a sombra que Seokjin se lembrava dele. As ruas estavam destruídas, como se a guerra estivesse ocorrido ali e não no reino vizinho. As casas pareciam abandonadas e ele conseguia ver as pessoas que certamente antes tinham uma moradia, espremendo-se debaixo de marquises. Tudo isso o moreno viu pela janela da sua carruagem ao voltar para o seu castelo, porém cinco dias depois a imagem não abandonava a sua mente e talvez isso nunca viesse acontecer.

— Namjoon, aquelas pessoas...

— Amor, o sistema de cadastro já está ativo — informou o loiro, com um sorriso. — Todo já foram vacinados com o antídoto e logo estarão em suas casas novamente.

— Mas as pessoas que tiveram as residências destruídas?! Elas não podem esperar a construção, você sabe disso, Joonie!

— Jinnie — o loiro proferiu, puxando o namorado pelo rosto com carinho, para que seus olhos não deixassem os dele. — Infelizmente não conseguiremos resolver todos os problemas em uma única semana, mas nós iremos resolver. Okay? Eu confio em você, o povo confia em você.

— Eu queria poder fazer mais...

— Só com esse seu pensamento, mostra como o povo está certo em confiar em você.

Há um tempo, Seokjin percebeu que nunca conseguiria ser rei sem Namjoon ao seu lado e foi exatamente esse o erro que cometeu ao anteriormente exilá-lo do reino Kim, afinal o escudeiro o mantinha no lugar, sem deixar que sua mente tirasse o melhor de si ao afirmar que tudo o que fazia era errado e que iria prejudicar a todos. Seu noivo o mantinha com pé no chão.

Seokjin seguiu o restante do dia tratando de assuntos governamentais. Precisavam racionar alimentos e ajudar os agricultores com o novo plantio das safras. Os cofres estavam quase vazios graças às extravagâncias de Hyungteo, porém no final do dia a multa paga pelos Wendigos chegaria, o que daria uma lufada de ar fresco ao reino.

No fim, as atitudes da princesa em ajudar a Aliança conseguiu salvar o reino Wendigo de uma punição mais severa. Uma multa e restrições de importação e exportação durante uma década foi o suficiente para que o crime do reino fosse perdoado.

— Joonie, como sua mãe está?

A piada com Jeongyeon definitivamente havia ficado gravada na mente de Seokjin e por ninguém se importar, acabou se tornando um apelido carinhoso entre Namjoon e a princesa, que estava em um dos quartos do castelo, afinal o escudeiro prometera que a protegeria e era isso que estava fazendo. Seokjin achava uma atitude nobre do seu noivo.

— Se recuperando bem. Ela não estava disposta a levar a gravidez adiante e eu não a culpo por isso, pobrezinha. O médico disse que amanhã ela já poderá caminhar um pouco pelo jardim e que as dores irão diminuir.

— Ninguém a culpa... Um filho daquele homem e nas circunstâncias em que foi concebido? Fico feliz que ela esteja melhor.

— Sim... Espero que ela fique boa logo, não só fisicamente...

— E você? Como está? — Seokjin perguntou, apontando para o braço que ainda exibiam as marcas de mordidas. — Já tentou o remédio de Tae?

— É... não deu certo. Mas está tudo bem, eu supero.

— Você ainda é o homem mais lindo e corajoso que eu conheço, com essas marcas ou não.

Namjoon riu, puxando o noivo contra si e o beijando sem se segurar. Há várias horas estava com aquela vontade, porém estavam cercados de pessoas, entretanto agora novamente se encontravam sozinhos. As mãos do escudeiro logo encontraram o caminho já conhecido até a nuca do mais velho, que sorriu por entre o beijo, afastando-se aos poucos somente para rir alto ao escutar a reclamação do loiro.

Glass BridgeWhere stories live. Discover now