Capítulo 27

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Jungkook não demorou a acordar. Namjoon logo percebeu que o rapaz parecia perdido e por isso se adiantou para próximo a ele. O príncipe o fitou por longos segundos e sorriu, se sentando ao mesmo tempo que usava um tronco como apoio para as costas.

— Você é gostoso. Quer que eu te lamba?

Namjoon arregalou tanto os olhos que ficou com medo deles saltarem das suas órbitas. O que era aquilo que o príncipe havia lhe dito? Céus, há tanto tempo alguém que não fosse Seokjin flertava com ele que era estranho ouvir aquele tipo de coisa, ainda mais algo tão ousado como havia proferido Jungkook.

O Príncipe estava se sentindo um pouco anestesiado, como se estivesse drogado e não sabia muito bem o que era aquilo, mas era bom, muito bom. Namjoon o fitava com os olhos arregalados e ele sorriu na direção do escudeiro, aproximando-se ainda mais, com um sorriso de lado.

— Você é realmente muito gostoso...

Ao notar o loiro desviar o olhar para baixo e controlar uma risada, Jungkook finalmente pareceu lúcido o suficiente para perceber o que estava falando, corando violentamente dos pés à cabeça.

— Não! Não foi o que eu... Ah, o sangue é saboroso! Não que você não seja bonito e tal, mas é o que. Ah! — O príncipe então decidiu que era melhor ficar quieto do que continuar proferindo palavras.

O loiro sorriu e concordou com a cabeça. Jungkook era fofo e já havia reparado isso desde do Reino Kim, onde o garoto havia literalmente invadido o lugar a cavalo para salvar Taehyung.

— Sinto-me lisonjeado — falou Namjoon, com um sorriso fraco, evitando pensar em Seokjin, pois já havia escutado como o sangue dele era saboroso. — Você está bem, Vossa Alteza?

— Ah, não me chama assim... Jungkook está bom— afirmou o mais novo, balançando uma das mãos. — E sim, estou... Obrigado por deixar me alimentar... E por nos salvar...

O escudeiro concordou mais uma vez e ficou em silêncio. Seokjin iria gostar tanto de saber que o príncipe Jeon estava bem e seguro. Namjoon queria tanto poder dizer ao noivo que tudo daria certo, que a guerra seria evitada para assim tranquilizar um pouco os agitados sonhos do rei, mas não podia, não mais.

— Você será muito bem-vindo no Reino Jeon — disse Jungkook, tentando retomar a conversa. Ele não gostava muito de ficar sozinho com pessoas estranhas, então tinha a necessidade de conhecê-las para assim sentir que eram seus amigos. — E minha irmã pode prover recompensas...

— Obrigado, mas... não quero dinheiro — explicou Namjoon, levando a mão no cabelo e remexendo na nuca, bagunçando alguns fios loiros. — A paz entre nações está ótima...

— Você parece bastante com Hoseok... — disse o mais novo, sorrindo. — Ele também não quer dinheiro...

— Hobi mal aceita o meu dinheiro, imagina de um príncipe — Namjoon brincou, vendo o rapaz ao lado dele sorrir mais abertamente. — Ele me falou o que vocês passaram... Eu sinto muito por tudo... Seokjin realmente queria assinar o tratado de paz; a sua vinda não foi uma armadilha...

— Como você sabe?

— Ah... Eu era o escudeiro — respondeu o loiro, um pouco sem graça.

— Eu sei que você era — Jungkook afirmou, guardando o verbo no pretérito para si, para depois perguntar o que aquilo significava. — Mas... vocês são tipo Yoongi e eu? Melhores amigos?

— Hm... Não. — Namjoon sentiu um gosto amargo na boca. Ele não esperava ter de falar sobre aquilo tão rápido. De modo involuntário ele apertou a mão esquerda, sentindo o metal do anel em seu anelar. — Mas éramos realmente próximos.

Glass BridgeWhere stories live. Discover now