Capítulo 46

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Jungkook acordou se sentindo péssimo. Ele sentia falta de Yoongi e agora também sentia a falta de Namjoon. Sua vida estava uma verdadeira porcaria nos últimos dias e por isso nem estava mais dando o trabalho de se levantar. Afinal, Seokjin havia mandando o informarem que o escudeiro havia acordado e voltado a adormecer em seguida, mas que o médico disse que era normal, então não precisava se preocupar com aquilo. Logo, o melhor mesmo era permanecer na cama onde causava menos problemas as outros.

Em algum momento da manhã, um dos empregados bateu na porta, pedindo para deixá-lo entrar, pois precisava arrumar o quarto e o príncipe necessitava de comer, mas Jungkook simplesmente ignorou, xingando alto e voltando a dormir.

Dormir era um eufemismo, já que o príncipe chorava, cochilava, voltava a acordar, se xingava e chorava; repetindo todo o processo. Ele simplesmente não conseguia se fazer funcional, não sabendo que seu melhor amigo tinha medo dele e que estava afastado dele por conta disso; na verdade, nem reclamava por conta de Yoongi, afinal merecia coisa pior, se fosse qualquer outro que tivesse feito aquilo, estaria preso, mas um integrante da família real cometer aquele tipo de abuso, era simplesmente ignorado.

Certos momentos Jungkook desejava não ser um príncipe, pois assim já teria sido morto quando havia assassinado uma vila inteira.

Jeon percebeu que depois de um tempo na cama, as coisas iam ficando mais fáceis de serem superadas. Sua sede parecia ficar apaziguada e sua mente ia se apagando, provavelmente era a fraqueza, mas Jungkook preferia pensar que estava morrendo, por mais que fosse um pensamento horrível e que deixaria Somin bastante entristecida, mas ele não mais se importava, somente queria se afundar na sua própria miséria.

Em certo momento, o gato preto apareceu na janela do príncipe e o felino o fazia se lembrar de Namjoon, por isso o enxotou com um sapato, que nem chegou a encostar no animal, porém acabou voando pela abertura; Jungkook torceu para não ter machucado ninguém, porém com a sorte que tinha, era capaz de ter matado alguma pessoa, se é que aquilo era possível.

Quando já havia passado o horário do almoço, mais algum empregado bateu na porta, informando que havia trazido comida, mas o moreno ignorou, torcendo para que ninguém fosse avisar a sua irmã do que ele estava fazendo, pois senão, conseguia até imaginar o furacão Somin quebrando aquela porta e exigindo explicações para aquele comportamento.

Como que Jungkook poderia explicar algo? Afinal ele somente não queria sair da cama e no momento nem era mais questão de querer, era de poder, pois estava se sentindo exausto e acabado. Então, qual era o melhor remédio para curar fadiga? Dormir, é claro.

Meados da tarde, Jungkook começou a se sentir bastante mal e todo o movimento do lado de fora do cômodo, parecia apitar em sua mente. Ele precisava de plasma, urgente, mas não tinha de onde tirar, afinal Namjoon estava debilitado e mesmo que não estivesse, Jeon não iria atrás dele, não quando o escudeiro provavelmente deveria estar novamente com o seu noivo.

— Príncipe Jungkook?

A voz parecia tão próxima, mas Jungkook a ignorou, colocando o lençol por cima do rosto enquanto tentava focar em outra coisa.

— Aqui é Kim Taehyung, lembra de mim? Você me salvou do cavalo...

Jungkook se lembrava, mas não queria conversar com ninguém, somente permanecer naquele quarto até apodrecer.

— Eu queria falar com a vossa alteza. Talvez possa ajudá-lo com o seu... problema.

Jeon ignorou. Ele não queria resolver nada, pois se saísse daquele quarto, iria atacar alguém, então era melhor ficar enfurnado até seu corpo desistir.

As batidas persistiram pelo o que pareceu uma eternidade para Jungkook, mas por fim Taehyung pareceu desistir, deixando-o em paz. Jeon agradecia ao universo por aquilo.

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