I'll be there: uma segunda chance

3. O acordo

Taluipa olhou para Yeon com olhos faiscantes. Teria ele esquecido com quem estava falando? Pegou a vitamina que tinha deixado cair e a colocou de volta na prateleira. Cruzou os braços em frente ao corpo e continuou a olhar para Yeon, queria ver até onde ele iria.

— Porque você me escondeu isso? Você sabe o quanto eu procuro pelo Rang por todos os lados, enquanto isso descubro que ele está aqui e...

— AISH! — a paciência de Taluipa tinha se esgotado. — O que muda você sabendo ou não? Os Ceifadores já estão atrás não só dele, mas das outras almas que escaparam. Ele não pertence mais a este mundo, não pode viver aqui como um parasita.

Taluipa pensava no que faria com Hyun Eui-ong quando ele aparecesse, devia ter cortado a língua dele quando teve chance, no entanto, ele só não teria uma morte lenta e dolorosa porque não tinha contado tudo ao Yeon, assim ela ainda tinha chance de contornar a situação, mesmo sabendo que agora seria muito mais difícil.

— Vovó, por favor, deve ter alguma coisa que eu possa fazer. Eu preciso pelo menos falar com ele antes que... — Yeon não conseguiu completar a frase.

— Yeon. Não procure por ele. Você só irá se machucar, não tem nada que você possa fazer para evitar que ele retorne.

— Eu posso fazer isso, nós podemos fazer um novo acordo.

— Você esqueceu da sua nova condição? O que você fará se a Ji-ah descobrir que você não é um humano?

— Ela não vai.

— Você também não é mais o mesmo de antes. Algumas almas que escaparam são perigosas até mesmo para você.

— Não importa.

Taluipa suspirou. Não havia nada que ela pudesse falar que faria Lee Yeon mudar de ideia.

— Eu vou preparar o acordo. Falo com vocês depois, agora desapareça da minha frente.

— Não pega tão pesado com o seu marido, estresse não faz bem para pele. — Yeon conseguiu brincar após saber que tinha ganhado o primeiro round.

— SAI! — Taluipa faz sinal com a mão para Yeon sair da sala, ele dá uma piscadinha para ela e vai embora.

— QUERIDA! — Hyun Eui-ong chegou com uma sacola nas mãos — Eu trouxe um tteokbokki bem apimentado, do jeito que você gosta.

— Querida? EU VOU MATAR VOCÊ! — Taluipa disse batendo no marido. — VOCÊ ACHA QUE PODE ME COMPRAR COM UM PRATO APIMENTADO, HEIN? QUEM MANDOU ABRIR A BOCA E CONTAR TUDO PARA AQUELE MOLEQUE? — cada palavra que ela dizia era um tapa que dava em Hyun Eui-ong.

— Querida, mas ele tinha que saber, o irmão que ele tanto ama está aqui de volta, ele só quer um momento para se despedir.

— Lá vem você com essa ladainha de coração mole, você não o conhece? ACHA MESMO QUE É SÓ ISSO QUE ELE QUER?

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Yeon sabia que ainda não tinha ganhado a batalha completa, sabia que Taluipa deveria ter uma carta na manga, por hora ele apenas havia ganhado tempo. Assim, descobriria o paradeiro de Rang para só aí poder arrumar uma forma do irmão ficar permanentemente. Nem que ele tivesse que ir ao submundo para isso.

Metade do aperto que sentia no peito e o peso das costas tinham sumido após a conversa com Taluipa, Yeon voltou pra casa bem mais relaxado. Chegando lá Ji-ah já havia pegado no sono, trocou de roupa e a abraçou forte debaixo das cobertas, o cheiro dos cabelos dela reafirmando que ela era o seu porto seguro.

— Yeon? — Ji-ah fala meio sonolenta.

—Voltei. — ele disse dando um beijo demorado em seu pescoço. Ji-ah virou-se para encará-lo e sorriu.