31. Tudo tem um preço

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A única coisa que fazia com que Yu-na não se perdesse nas lembranças da noite anterior, era a mão de Rang que segurava firme a sua. Sentiu o rosto corar ao passar alguns flashes na sua cabeça, e lamentou não poder curtir o momento como devia, estava eufórica, mas não podia compartilhar o que havia acontecido com ninguém.

— Está tudo bem? — Rang perguntou quando entraram no elevador.

— Hum? Ah, sim, estou bem.

— Você parece distante. — ele se curvou para encará-la da mesma altura.

— Eu já disse que estou bem. Só estou pensando numas coisas.

— Que coisas? — ele levantou uma sobrancelha, curioso.

Aish! Não te interessa. — ela disse empurrando a testa dele para trás. — Estamos chegando, você já sabe o que vai dizer?

— Sim. — ele respirou fundo. Já tinha feito isso muitas vezes, mas nunca tinha sido por uma circunstância assim.

— Você tem certeza que quer fazer isso?

— Você sabe que sim.

Ele não esperou que Yu-na respondesse. Assim que colocou os pés para fora do elevador, sua aparência não era mais a mesma, havia se transformado em Jihoon. Yu-na parou estática no corredor, não esperava aquilo.

— Yu-na? — Rang olhou para trás ao se dar conta de que ela não o seguia. — O que foi? — demorou alguns segundos para que a ficha dele caísse. Sua namorada não estava totalmente por dentro de todas as coisas que um gumiho podia fazer, além disso, estava vendo a imagem do namorado morto.

A cena do corpo de Jihoon desaparecendo na sua frente apareceu em sua mente. Sabia que aquilo não era real, mas foi difícil de lidar.

— Yu-na, me desculpe. Eu devia ter te avisado. — ele disse colocando as mãos em seus ombros tentando acalmá-la. — Você quer ficar aqui fora?

Ela balançou a cabeça negativamente tentando afastar as memórias e voltar a si.

— Vamos. — ela digitou a senha da porta e os dois entraram.

— Sogra! — Rang disse animado entrando pela sala.

— Jihoon, querido, entrem eu já estava preparando o almoço, você vai ficar, não é?

— Claro. O sogro já chegou?

— Sim. Está no banho. Nossa que chuva terrível aquela de ontem, não? Deu noticiário que causou vários estragos.

— Ah, causou mesmo. — Rang com um sorriso brincando nos lábios e com um tom insinuativo que só foi percebido por Yu-na.

— E-Eu vou trocar de roupa. — a garota disse sem graça. A verdade é que ela precisava de espaço, era muita coisa para absorver e se sentia levemente sufocada com tudo. Sentou no chão do seu quarto e ficou lá por um tempo tentando não pensar em tudo que ainda viria pela frente.

— Sogro! — ouviu Rang falar da sala de estar. Era completamente absurdo para ela ouvir aquela voz, começava a se perguntar se realmente queria participar de tudo, Yu-na poderia simplesmente ficar ali.

Quando chegou na sala, seus pais estavam sentados no sofá e Rang sentado na ponta da mesinha de centro, para ficar de frente para eles. A humana não ousou chegar mais perto do que estava, poderia acabar atrapalhando, mas dali conseguiu ouvir Rang dizer:

— A filha de vocês passou por momentos muito solitários após a morte de Jihoon, foi preciso muita insistência de todos para que ela voltasse a sair, suas amigas insistiram, vocês insistiram para ela sair, até que depois de dois meses, ela aceitou um convite para fazer uma trilha. E foi lá que nos conhecemos, chovia muito e ela acabou se perdendo do resto do grupo, sendo encontrada por mim depois. Nos encontramos algumas vezes depois disso, e agora estamos começando um relacionamento, estamos prestes a completar os cem dias. Quem eu sou? — Rang perguntou para testar se realmente tinha funcionado, sabia que sim, mas sabia também que estava sendo observado por Yu-na, e queria que ela visse.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now