A única coisa que fazia com que Yu-na não se perdesse nas lembranças da noite anterior, era a mão de Rang que segurava firme a sua. Sentiu o rosto corar ao passar alguns flashes na sua cabeça, e lamentou não poder curtir o momento como devia, estava eufórica, mas não podia compartilhar o que havia acontecido com ninguém.
— Está tudo bem? — Rang perguntou quando entraram no elevador.
— Hum? Ah, sim, estou bem.
— Você parece distante. — ele se curvou para encará-la da mesma altura.
— Eu já disse que estou bem. Só estou pensando numas coisas.
— Que coisas? — ele levantou uma sobrancelha, curioso.
— Aish! Não te interessa. — ela disse empurrando a testa dele para trás. — Estamos chegando, você já sabe o que vai dizer?
— Sim. — ele respirou fundo. Já tinha feito isso muitas vezes, mas nunca tinha sido por uma circunstância assim.
— Você tem certeza que quer fazer isso?
— Você sabe que sim.
Ele não esperou que Yu-na respondesse. Assim que colocou os pés para fora do elevador, sua aparência não era mais a mesma, havia se transformado em Jihoon. Yu-na parou estática no corredor, não esperava aquilo.
— Yu-na? — Rang olhou para trás ao se dar conta de que ela não o seguia. — O que foi? — demorou alguns segundos para que a ficha dele caísse. Sua namorada não estava totalmente por dentro de todas as coisas que um gumiho podia fazer, além disso, estava vendo a imagem do namorado morto.
A cena do corpo de Jihoon desaparecendo na sua frente apareceu em sua mente. Sabia que aquilo não era real, mas foi difícil de lidar.
— Yu-na, me desculpe. Eu devia ter te avisado. — ele disse colocando as mãos em seus ombros tentando acalmá-la. — Você quer ficar aqui fora?
Ela balançou a cabeça negativamente tentando afastar as memórias e voltar a si.
— Vamos. — ela digitou a senha da porta e os dois entraram.
— Sogra! — Rang disse animado entrando pela sala.
— Jihoon, querido, entrem eu já estava preparando o almoço, você vai ficar, não é?
— Claro. O sogro já chegou?
— Sim. Está no banho. Nossa que chuva terrível aquela de ontem, não? Deu noticiário que causou vários estragos.
— Ah, causou mesmo. — Rang com um sorriso brincando nos lábios e com um tom insinuativo que só foi percebido por Yu-na.
— E-Eu vou trocar de roupa. — a garota disse sem graça. A verdade é que ela precisava de espaço, era muita coisa para absorver e se sentia levemente sufocada com tudo. Sentou no chão do seu quarto e ficou lá por um tempo tentando não pensar em tudo que ainda viria pela frente.
— Sogro! — ouviu Rang falar da sala de estar. Era completamente absurdo para ela ouvir aquela voz, começava a se perguntar se realmente queria participar de tudo, Yu-na poderia simplesmente ficar ali.
Quando chegou na sala, seus pais estavam sentados no sofá e Rang sentado na ponta da mesinha de centro, para ficar de frente para eles. A humana não ousou chegar mais perto do que estava, poderia acabar atrapalhando, mas dali conseguiu ouvir Rang dizer:
— A filha de vocês passou por momentos muito solitários após a morte de Jihoon, foi preciso muita insistência de todos para que ela voltasse a sair, suas amigas insistiram, vocês insistiram para ela sair, até que depois de dois meses, ela aceitou um convite para fazer uma trilha. E foi lá que nos conhecemos, chovia muito e ela acabou se perdendo do resto do grupo, sendo encontrada por mim depois. Nos encontramos algumas vezes depois disso, e agora estamos começando um relacionamento, estamos prestes a completar os cem dias. Quem eu sou? — Rang perguntou para testar se realmente tinha funcionado, sabia que sim, mas sabia também que estava sendo observado por Yu-na, e queria que ela visse.
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I'll be there: uma segunda chance
FantasyO que aconteceria se Lee Rang recebesse uma segunda chance? Por conta de um bug no sistema no Escritório de Imigração da Vida após a Morte, Taluipa faz um acordo com Lee Yeon, que a ajudasse a recuperar as almas que escaparam do Campo dos Vagantes e...