10. Certezas e Incertezas

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Yu-na respirou fundo, por mais que tentasse se distrair lendo os textos da universidade, fazendo exercício físicos ou ajudando a mãe na perfumaria, não conseguia parar de pensar em Jihoon. Agora até o próprio cheiro a fazia lembrar dele, já que ele sempre elogiava o seu perfume.

Era um fato que havia terminado com ele há um mês atrás, mas depois de tudo que havia acontecido, tinha guardado aquilo para si. Sua mãe costumava dizer que tudo na vida tem uma razão, e se o namorado tivesse perdido a memória fosse um aviso para dar uma nova chance a ele?

A jovem balançou a cabeça. Ela não pensava assim, pelo contrário, sempre que colocava uma ideia na cabeça, dificilmente mudava de ideia. Mas agora ela estava aqui cheia de incertezas como nunca esteve antes, no entanto, uma das coisas que sempre presava muito era a verdade, e achava que ele deveria saber tudo que ela estava pensando.

Mandou uma mensagem querendo se encontrar com ele, antes mesmo de se afastar do celular ele a convidou para jantar, e com um frio na barriga, a garota aceitou. A última vez que havia jantado com Jihoon, tinha sido no dia do acidente, as memórias desse dia ainda estavam bem frescas na sua mente, mesmo já tendo passado um pouco mais de um mês.

Estava chovendo bastante no dia, e havia até pensado em cancelar o encontro, mas estava determinada a pôr um fim em tudo naquela noite. Jihoon chegou um pouco atrasado, seu cabelo estava um pouco molhado por conta da chuva que tinha pego do táxi para o bistrô.

Ele pegou o menu, mas Yu-na disse que precisava falar antes do jantar, não ia se sentir confortável em fazer o que iria fazer depois de terem compartilhado uma refeição. Jihoon olhava sério para ela, o que será que tinha acontecido?

- Vamos terminar, Jihoon.

O rapaz olhava surpreso para sua namorada. Do que ela estava falando? Eles nunca foram um casal de brigas, pelo contrário, sempre que tinham algum embate, tratavam de resolver numa conversa.

- O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa? Vamos conversar, Yu-na não precisa ser tão extrema.

- Extrema? Eu pensei muito sobre isso, acredite.

- Mas o que aconteceu? - o olhar de Jihoon era quase suplicante. Ele era um rapaz muito reservado e de poucos amigos, mas ele gostava muito de Yu-na e fazia questão que todo mundo soubesse disso.

- É exatamente esse o problema, Jihoon. Não aconteceu nada, nunca acontece nada, na verdade. Eu... Eu quero viver, experimentar coisas novas.

- A gente pode fazer isso juntos, me diz o que você quer fazer que a gente faz. Uma viagem, o que acha? Você escolhe o lugar.

- Eu não amo mais você.

Yu-na não queria ter que dizer isso, mas sabia que se não o fizesse, ele arranjaria uma solução, para esse argumento não havia nada que ele pudesse dizer ou fazer.

Jihoon abaixou a cabeça, contraiu o maxilar e fechou o punho tentando ao máximo não chorar na frente dela, quando viu que seria inevitável se levantou e deu a volta na mesa, Yu-na também tinha levantado e ficou levemente assustada quando ele veio em sua direção, mas foi apenas para lhe dar um beijo na testa e saiu sem mais nada a dizer.

Yu-na não conseguiu precisar quantos minutos se passaram, mas no momento que ouviu o barulho da freada seguido de um baque muito forte. Enquanto corria para o lado de fora do bistrô, pedia para não ter acontecido o que ela achava que era. Mas ali estava Jihoon deitado no chão há quase dois metros de distância do carro que o havia atropelado. Estava inconsciente, ela não conseguia olhar para o estado do seu braço e sua cabeça sangrava muito.

I'll be there: uma segunda chanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora