12. Ligando os pontos

332 45 40
                                    

Nam Ji-ah lamentou Yeon ter que sair para ajudar Shin-joo justo num dia cheio, assim teve que organizar suas coisas na TV Station todas pela manhã e foi para a casa dos seus pais o mais rápido que pode.

— Querida! — disse sua mãe ao vê-la. — Não precisava ter corrido tanto, a Mi-rae está tão quietinha, brincando no seu antigo quarto.

— Tudo bem, mãe, eu realmente iria sair mais cedo hoje. Antes de vir ajudar você aqui eu vou dar uma olhadinha nela.

No corredor do quarto que pertencia a Ji-ah já pode ouvir a filha reclamando de alguma coisa, foi andando na ponta do pé para ver o que a filha estava aprontando. Por mais que ela não desse trabalho, Ji-ah não gostava que ela ficasse muito tempo sozinha, apesar de quieta, Mi-rae era muito curiosa.

Ji-ah sorriu ao ver a filha brincando num quarto que um dia já foi seu.

Mi-rae tentava a todo custo colocar o braço da boneca que havia saído, mas depois de mais uma das infinitas tentativas a garota se irritou e jogou a boneca longe. Ji-ah ficou surpresa por esse comportamento da filha, ela estava realmente zangada, com as feições sérias.

— Mi-rae? — Ji-ah corre para perto da filha. — Olha aqui para a mamãe!

— Hum? — a garotinha a olha confusa.

— A mamãe pensou ter visto algo no seu olho, mas foi só impressão. Você quebrou a sua boneca? Deixa eu ver.

Enquanto Mi-rae se levantou para buscar a boneca, Ji-ah se perguntava se ela tinha realmente visto o que achava, um dos olhos de sua filha estava com uma cor alaranjada, assim como os de Yeon quando era uma raposa, mas quando chamou a filha para ver direito, seus olhos estavam normais.

Ji-ah não ia deixar isso passar, poderia sim ser apenas uma impressão, mas ela conhecia aquela sensação. Não era uma coisa que ela poderia ignorar, afinal, ela era uma ótima PD por investigar suas histórias a fundo. Se sentia da mesma forma de quando viu Yeon no salão de casamentos há três anos atrás, sabia que tinha alguma coisa errada, que não era apenas um engano ou uma coincidência, e se fosse o que ela estava pensando, Lee Yeon teria muito o que explicar.

______֎______

Assim que Yeon deixou Mi-rae na casa dos sogros, ligou o gps. A terceira alma estava em Busan, e precisaria de no mínimo 8 horas para ir e voltar, teria que dirigir o mais rápido que pudesse, ou ia se atrasar para o jantar, já havia deixado tudo preparado no carro, inclusive uma muda de roupa.

Agradeceu por não estar chovendo, pois pode fazer o percurso todo em um pouco menos de quatro horas. O lugar indicado por Taluipa era um casarão antigo e um pouco distante da área urbana da cidade, Yeon viu apenas mais dois casarões por perto, e numa distância de vinte minutos de onde estava.

Entrou na propriedade com o seu guarda-chuva na mão e o punhal preso a bainha. O casarão parecia recém habitado, pois haviam algumas luzes acesas, e alguns móveis não estavam mais cobertos com panos brancos. Yeon não queria perder muito tempo procurando, queria encerrar esse caso o mais rápido possível.

Suas preces foram atendidas ao ver uma figura no topo da escada que levava para o grande salão onde Yeon estava, era uma mulher, aparentava ter por volta dos seus trinta anos e tinha um sorriso diabólico no rosto. Ela foi descendo os degraus com suas botas de bico fino ecoando pelo lugar, Yeon ficou ligeiramente surpreso, não esperava que fosse uma mulher e nem uma mulher como essa, sua roupa extravagante não combinava nem um pouco com o lugar.

— Então você deve ser o homem que está nos caçando... — a mulher disse tamborilando as unhas compridas no corrimão, ela não estava nem um pouco assustada, pelo contrário, andou até bem próximo de Yeon, olhando para ele da cabeça aos pés. — Confesso que se eu soubesse que era tão delicioso, teria aparecido antes.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now