17. Tic- Tac

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O casal foi deitar já com o sol brilhando no céu, mas Ji-ah não conseguiu dormir, tentou pensar em todas as coisas que ela gosta possíveis, mas sem sucesso, estava preocupada demais. Se perguntava como Yeon conseguia dormir com tanta tranquilidade com tudo que estava passando. Ele estava exausto, como no dia em que Mi-rae nasceu, e quase se sentiu um pouco culpada por ter feito ele passar por uma noite difícil, ainda mais machucado do jeito que estava. Tal lembrança despertou na sua cabeça, Ji-ah nunca disse a ninguém o medo que sentiu quando descobriu que estava grávida, ela lembrava desse dia como se fosse hoje.

Ji-ah saiu mais cedo do trabalho, e quando chegou em casa se deparou com Yeon e o seu sorvete de menta, ela gostava e até dividiam uma vez ou outra, mas assim que o cheiro doce do sorvete misturado com a menta invadiu suas narinas, ela correu para o banheiro para vomitar.

— Ji-ah, está tudo bem? — Yeon perguntou preocupado na porta do banheiro. Como conseguia ouvir os sons que ela estava fazendo teve que se controlar muito para não quebrar o trinco com um único movimento e ajuda-la. — Ji-ah! —Yeon alterou um pouco a voz e mexeu no trinco da porta.

A raposa arregalou os olhos quando ela abriu a porta, seu rosto estava pálido.

— Eu acho que ... — a mulher caiu desfalecida em seus braços.

Yeon a pegou no colo, levando de imediato para a cama e foi aí que ele notou algo de estranho na esposa. Ele sentia algo diferente vindo dela, e demorou alguns segundos para que entendesse de onde vinha, colocou a mão em seu ventre e sentiu uma vibração pulsante dentro dela, uma energia forte e tranquila. O que sentia emanando dela era vida, Nam Ji-ah carregava outra vida em seu ventre.

Quando ela começou a recobrar os sentidos, viu o seu parceiro andando de um lado para o outro com uma sacolinha na mão, parecia nervoso e falava sozinho.

— O que você está fazendo? — Ji-ah perguntou confusa.

—Amor... — Yeon sentou ao seu lado na cama. — Você desmaiou. Eu liguei para a sua mãe, e disse que você andava passando um pouco mal durante esses dias. E ... — ele coçou a cabeça. — Ela pediu que eu comprasse isso aqui para você. — o antigo espírito da montanha entregou a sacola para a sua humana.

— O que... — a frase dela foi morrendo quando se deu conta do que tinha dentro da sacola. — Ela acha que...

— Sim.

— E você...

— Concordo com ela. — Yeon arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso singelo tentando passar um ar confiante a companheira.

Depois dessas frases incompletas, Ji-ah ficou pasma segurando a caixa, precisava voltar a si, se questionava muito em como ela não havia chegado a essa conclusão antes. Sem dizer nada, e retornou para o banheiro com o que Yeon entregou a ela.

Seu coração batia acelerado olhando para os dois tracinhos vermelhos no teste de gravidez. Grávida. Ela estava esperando um bebê e não sabia o que fazer com essa informação. Pensou em Yeon e que devia estar tão aflito quanto ela. E não se enganou, assim que apareceu no quarto ele veio ao seu encontro.

— Ei! E então?

— Você está preparado para dizer a sua filha como salvou o mundo?

Ela viu Yeon dar o sorriso mais iluminado que já tinha visto, girou Ji-ah no ar e depois deu um beijo em sua barriga.

Sua gravidez foi complicada, e ela precisou tirar uma licença maior do que deveria, no quarto mês de gestação, quando descobriram que realmente seria uma menina, o médico sugeriu que ela ficasse em casa de repouso. A criança estava se desenvolvendo bem e rápido, mas por mais que a mãe tomasse os suplementos necessários, estava sempre com as taxas de vitaminas baixas.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now