23. A intrusa

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A pequena plateia que observa a cena já havia perdido o interesse e voltaram ao seu próprio mundo enquanto Rang ainda estava preso no abraço apertado de Yu-ri.

— Yu-ri... Devagar. — a ex raposa disse ao perceber que estava difícil respirar.

Noona! Ele é um humano como eu agora, cuidado.

— O QUÊ? Como assim? Rang o que... — Rang deu a sua risada característica ao ver a amiga falando com choro descontrolado franzindo a testa completamente confusa.

Aigoo! Não sabia que você era tão chorona! — Yu-ri fez um bico ao ouvir a queixa de Rang. — Vamos para casa? Lá eu explico tudo. — o jovem pediu para embalar os sorvetes para viagem e os três foram em direção a saída.

Soo-ho ia de mãos dadas com o homem que o havia salvado de uma vida difícil, lhe dando uma casa e uma família. O garoto segurava a mão dele apertado, para ter a certeza de que ele não iria embora de novo.

Yu-ri ia andando ao lado do seu parceiro de longa data, avaliando o seu novo corpo, e o motivo dele não estar em sua forma habitual, provavelmente a encrenca que ele havia se metido dessa vez era em níveis estratosféricos.

Rang dava tudo para saber o que a dupla estava pensando, apesar de que podia imaginar pois ele mesmo estava com um turbilhão de emoções dentro de si. Uma tonelada havia saído de suas costas agora que finalmente havia contado para eles que estava vivo, bom, pelo menos ainda estava.

— Eu tenho tanta coisa para te contar, nossa por que demorou tanto?

Yu-ri não pode terminar sua queixa ao ouvir o celular de Rang tocar, de longe pode ler "mamãe", enquanto ele atendia, a raposa gesticulava para o rapaz tentando entender.

— Alô? Não, mãe, só vou voltar para casa hoje depois do jantar. Vou ter uma reunião a tarde e não sei que horas vai acabar. Não se preocupe, eu estou bem. Tudo bem, não se preocupe. Até mais tarde.

— Mãe? Mas o que... — Yu-ri perguntou com o choque lhe fazendo perder o raciocínio.

Rang dirigia a caminho do seu antigo apartamento com um sorris brincando no rosto, estava se sentindo plenamente feliz como há muito tempo não se sentia, e enquanto se aproximava do destino, organizava na cabeça como falar para Yu-ri tudo o que tinha para dizer, a conhecia muito bem e sabia que ela não ficaria nada contente ao saber da sua condição e não mediria esforços para ajudá-lo. Além disso, havia um pequeno detalhe com perfume de azaleia que também não sabia como dizer a ela, como a raposa reagiria ao saber que ele estava afetivamente envolvido com alguém?

O trio parou em frente ao prédio, cada um preso em seus próprios pensamentos, no entanto, ambos estavam felizes por estarem tendo uma segunda chance. Rang, por finalmente poder conviver com sua família como se deve, tendo em vista que passou grande parte do tempo que teve com eles procurando uma maneira de salvar o irmão. Yu-ri por ter o amigo de volta, pois o vazio que ele deixou, nunca foi preenchido por completo. E Soo-ho por poder ter o pai postiço de volta.

O interior do apartamento de Rang estava praticamente como ele havia deixado, fora alguns porta-retratos, alguns trabalhos de Soo-ho pendurados na parede e a bagunça cotidiana que Shin-joo nunca conseguiu dar conta.

— Nossa, como eu estava com saudades disso. — Rang disse se jogando no sofá, mas não ficou muito tempo, foi explorar todos os cantos da casa. — Uow, não tinha uma foto minha melhor? Tenho certeza que sim...

O rapaz saiu andando pela casa com os outros dois em seu encalço.

— Vocês mudaram luz aqui? Estou achando um pouco mais claro. Preciso de uns blazers, o dono desse corpo não entendia muito bem de moda.

I'll be there: uma segunda chanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora