13. A rush, a glance, a touch, a dance.

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Quando Rang deu o resto de sua vida restante ao vidente de olhos brancos, não imaginava para onde iria, ficar caminhando a esmo na escuridão não foi uma experiência legal, lá ele não conseguia lembrar nada de bom, nem as suas melhores lembranças conseguiam iluminar um pouco o seu caminho naquele breu. Quando teve a chance de escapar e entendeu que haviam passado apenas dois anos, ele ficou em choque, para Rang tinha sido uma eternidade.

Tudo que Lee Rang queria era dar um abraço no irmão, conseguia ouvir o seu próprio coração batendo de tão nervoso. Lee Yeon estava ali na sua frente, com a mão estendida para cumprimentá-lo, e sem pensar muito respondeu ao gesto, segurando a mão do irmão que estava fria como gelo, sua aparência também estava bem ruim, com certeza ele havia se metido em problemas. Estava difícil conseguir controlar a emoção, seus olhos estavam meio embaçados.

— É um prazer conhecê-los. — Yeon disse com uma voz fraca.

— PAPAI!!!!!

Rang ouviu a versão em miniatura do Yeon falar, seu coração gelou, pelo estado do irmão, ele não notou direito em quem ele era, mas se a filha dele o chamasse de tio novamente, com certeza ele olharia para ele com mais atenção.

— Ah, minha princesa, onde você estava? — Yeon disse já se abaixando para ela vir para o seu colo, mas a garota sacudiu as mãozinhas dizendo para ele não se abaixar, em vez disso puxava o pai pela manga da camisa e com cuidado ela foi andando com ele para longe das pessoas.

Rang sentou novamente, se sentia meio zonzo, como ele podia estar nas mãos de uma garotinha? Bebeu o resto do vinho que tinha em seu copo enquanto via Yeon se afastando, sua mão tremia.

— Jihoon, você não está com uma cara boa, eu vi que aqui tem um jardim bonito, vamos dar uma volta, respirar um ar fresco?

______֎______

Ji-ah levava uma bandeja de kimbap para a sala quando viu a movimentação de Mi-rae e Yeon. Estava nítido que havia acontecido alguma coisa com o marido e por conta do momento em que estavam ele não poderia falar, os dois estavam indo para o andar de cima.

Yeon parou a filha quando chegaram no quarto, ela estava com uma cara zangada, seus olhos estavam cheios d'agua e um deles ardia alaranjado.

— Meu amor, o que foi? — dessa vez ele se abaixou para ficar da mesma altura que ela, tentou ao máximo esconder a dor. Mi-rae colocou os dedinhos no ouvido, gesto esse que Yeon já conhecia de muito tempo.

— Você fez um dodói de novo. — ela disse caindo no choro, apontava para o local onde Yeon estava sangrando.

— Filha... o papai está bem, eu só preciso passar um remedinho. Deita na cama aqui comigo, vem.

— Não é nada...

Yeon respirou aliviado por se deitar um pouco, Mi-rae deitou com a cabeça em seu peito, já havia parado de chorar, mas ainda soluçava. Ele lamentava muito fazer a filha passar por isso, e depois que tudo isso passasse ia conversar com Taluipa para entender mais sobre essa conexão forte deles dois.

— Mi-rae, olha aqui para o papai. — a garotinha apoiou o cotovelo no pai e olhou para ele com atenção, enquanto Yeon falava, olhou para a janela, a lua cheia estava alta no céu, uma leve brisa entrou dentro do quarto, balançando as cortinas. — O papai precisa te contar uma história... Eu já te contei sobre o Conto do Gumiho?

Yeon foi contando toda a história da sua vida de forma lúdica e singela, os olhos de Mi-rae brilhavam ouvindo a história que o pai contava, estava empolgada e nem piscava de tão atenta.

I'll be there: uma segunda chanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora