Um conto de Natal - Parte 2: O Karma

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Eram por volta das sete e meia da noite quando todos se reuniram na casa de Lee Yeon para o sorteio dos papeis. Com apenas duas humanas envolvidas, as duas tiveram um pouco de trabalho para explicar como funcionava, e porque não poderiam contar para ninguém quem haviam tirado. As crianças não iriam participar, mas Mi-rae bateu o pé alegando que se não fosse ela nada daquilo estaria acontecendo, assim, Soo-ho e ela acabaram entrando de última hora.

- Certo, eu já coloquei o nome de todos aqui. - Nam Ji-ah disse balançando um pote na mão. - Quem começa?

- Eu! Eu! - Mi-rae disse dando pulinhos. A mãe se curvou para que a filha com as mãos pequeninas retirasse um papel de dentro do pote, assim que o fez foi para um cantinho longe de todos para ver quem tinha tirado. Havia seis meses que ela havia começado a ler, e não sentia mais dificuldade em ler pequenas coisas. - Rá! Eu adorei quem eu tirei! - Soo-ho fala para ela por ter explanado, mas ela rebate. - O que foi? Não é pista nenhuma, eu adoro todo mundo aqui, ora.

Yeon foi o segundo a retirar o papel, estava com Ma-rin no braço dando mamadeira, ela enquanto comia estava atenta aos movimentos dos adultos. Aos poucos um por um foi tirando e descobrindo quem seria o seu amigo secreto, cada um se esforçando ao máximo para não esboçar nenhuma expressão.

- Seu eu não gostar de quem eu tirei, posso trocar? - Rang perguntou quando chegou a sua vez.

- Óbvio que não. Está nas regras.

- E onde está essas regras? - Rang disse com uma das sobrancelhas levantadas.

- Rang, por favor, tira logo um papel. - Ji-ah disse revirando os olhos. Yu-na deu uma cotovelada de leve nele para que parasse de implicar com Nam Ji-ah.

Ele tirou o papel e continuou com a expressão inabalável, porém, Yeon sentiu a inquietude do irmão ao fechar uma das mãos em seu colo. Quem será que ele teria tirado? A Yu-na ou as crianças com certeza não teria sido, ele não teria essa reação. Teria sido ele? A Ji-ah? Aos poucos a ex raposa ia compreendendo o quão o jogo era interessante, agora ele teria um pouco mais de duas semanas para tentar descobrir quem todo mundo havia tirado.

- Muito bem! - Ji-ah disse liderando toda a programação. Essa festa era importante inclusive para ela que passou 20 anos da sua vida sem comemorar essas datas importantes como devia, por conta do desaparecimento de seus pais. Agora era como se ela tivesse tirando o atraso de todos esses anos. - Podemos fazer tudo aqui em casa, vai ser mais fácil por conta das crianças, meus pais vão passar as festas de fim de ano em Jeju, então seremos apenas nós. Todo mundo chega na véspera, dia 24, aí a meia noite abrimos os presentes e fazemos o amigo secreto, todos entenderam?

- Sim, capitã. - Yeon disse brincando. A esposa ao ir lhe repreender foi barrada por ele alegando que sua filha estava dormindo em seu colo.

- Tio Rang, você vai me dar o meu conversível de presente? - Mi-rae perguntou apoiando as mãos na perna da raposa.

- Acho que você vai ter que crescer mais um pouquinho, pirralha. - ele disse bagunçando o cabelo da sobrinha. - Bom, se já está tudo conversado, vamos indo, Yu-na?

- Já? - Mi-rae fez um bico. - Tia Yu, deixa o Soo-ho dormir aqui hoje?

- Mas hoje ainda é quinta-feira, vocês ainda têm aula. - Yu-ri respondeu tentando soar o mais doce possível. - Fazemos assim, na semana do Natal eu o trago pra cá antes, ok?

- Vai ser melhor assim, Min- Min. - Soo-ho disse. A verdade é que agora ele estava com 10 anos, e ela perto de fazer 04, e por mais esperta e inteligente que Mi-rae fosse, a diferença de idade entre eles estava se mostrando aparente agora. Então o garoto era gentil, mas já não sentia tanta vontade de brincar com a amiga.

I'll be there: uma segunda chanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora