20. Fique comigo (PARTE 01)

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Yeon durante muito tempo foi um espírito da montanha solitário. Vivia para lidar com os problemas entre seres míticos e o mundo dos humanos, proteger e guardar a montanha Baekdudaegan. Não tinha laços afetivos até conhecer Ah-eum e Rang. A primeira foi uma humana corajosa que achou que poderia protegê-lo e o segundo era o seu meio irmão que havia sido abandonado pela mãe e viu nele todas as oportunidades de ser amado. E mesmo tendo o amor dessas duas pessoas, Yeon demonstrava seu afeto em grande parte com gestos e atitudes do que com palavras.

Não poderia dizer com cem por cento de certeza, mas ele tivesse dito o que o irmão queria ouvir naquela época, talvez muita coisa não teria acontecido da forma como aconteceu. Mas uma coisa que a raposa sabia muito bem, é que não deveria se lamentar pelas escolhas feitas, tudo já havia acontecido e tanto ele como o irmão arcaram com as consequências de seus atos.

Yeon estava muito pensativo enquanto dirigia de volta para casa, seu irmão ao mesmo tempo que continuava igual, estava completamente diferente. Se sentia aliviado por finalmente tê-lo encontrado, mas preocupado por não saber o que aconteceria com ele. A essa altura Taluipa já sabia que os dois tinham se encontrado, ele não entendia porque ela rompeu o trato com ele, e porque estava tão calada. A brisa da noite que se aproximava lhe causou uma sensação de que ele descobriria logo.

Quando Lee Yeon colocou os pés para dentro de casa, foi recebido por uma Mi-rae extremamente chateada.

- Eu acordei e o papai não estava aqui para me dar o meu mingau. - a garotinha fez bico quando o pai se abaixou para falar com ela.

- Eu tive umas coisas para resolver hoje filha, mas o papai chegou antes do jantar e agora sou todo seu! - Yeon disse abrindo os braços para que a pequena o abraçasse. Ela por alguns segundos recusou, mas acabou cedendo e correndo para os braços do pai.

Ji-ah estava ao telefone enquanto mexia a sopa de Mi-rae no fogão, não percebeu quando Yeon chegou por trás dela e lhe deu um beijo no pescoço, o susto a fez dar um pulinho. Numa linguagem de sinais, a mulher disse que já desligaria o telefone, e ele disse que tomaria um banho.

Do banheiro pode ouvir Ji-ah entrando no quarto com a filha, Mi-rae insistia em dar pequenos pulos na cama, enquanto a mãe a alertava que esta havia acabado de comer.

- Amor, era a minha mãe ao telefone.

- Está tudo bem? - ele disse saindo do banheiro secando o cabelo com uma toalha de rosto.

- Sim. Ela ligou para me contar que fomos convidados para um noivado.

- Noivado?

- Sim, lembra do filho dos Kang, o que estava com uma moça no dia do aniversário da mamãe?

- Lembro, inclusive... - Ji-ah não esperou ele completar a frase.

- Ele vai pedir a mão dela em casamento. A mamãe falou que algo deve estar acontecendo, pois, o pedido foi repentino demais, e a festa vai ser apenas para os íntimos, na casa deles mesmo. Ela acha que a jovem pode estar grávida.

A mãe de Ji-ah tinha razão em uma coisa: tudo estava repentino demais. Quando Rang pedia a ajuda dele, não fazia ideia de que tudo aconteceria tão logo, ficou preocupado pois por trás das atitudes impulsivas do irmão, havia sempre um gesto desesperado.

- Yeon? - Ji-ah o trouxe dos seus pensamentos. - Você ouviu o que eu disse? Aliás, onde você esteve esse tempo todo?

- Sim... - Mi-rae se pendura no pai o agarrando pelo pescoço. As perninhas curtas tentavam a todo custo subir em suas costas. - Aigoo! O papai precisa falar algo com mamãe agora.

Mi-rae saiu de cima do pai e sentou com os braços cruzados.

- Você disse que ia ser só meu agora.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now