27. Sad Fate

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Lee Yeon sabia que estava para chegar o dia em que teria que ir atrás da quarta alma e finalizar o seu acordo com Taluipa. Sabia também que quando esse dia chegasse seria o desfecho de tudo. Não era preciso que nenhum xamã lhe dissesse que o fim estava próximo, tudo ao seu redor lhe indicava isso, o vento que soprava e trazia consigo uma sensação que gelava a espinha de Yeon. Fora isso tinha a filha, sabia que seu sonho não tinha sido em vão e que significava algo.

A raposa baixou a cabeça no volante com o telefone nas mãos, quando a anciã falou que ele teria que organizar tudo, ela tinha razão, e isso incluía até ele mesmo. Sabia que tinha uma chance de tudo acabar bem, ele tinha se precavido quanto a isso, mas também sabia que o destino adorava lhe pregar peças e que mesmo assim as coisas poderiam não sair como o planejado. Ali sozinho no carro o antigo espírito da montanha se permitiu sentir medo pelo que viria.

— Eu não posso falhar dessa vez. — ele falou depois de muito tempo em silêncio.

— Você não vai. — Taluipa não tinha totalmente certeza disso, mas não poderia dizer a ele que tinha apenas uma chance. — E Yeon... — ela parou por um momento. — Eu não teria a coragem que você teve com o Imoogi.

Yeon soube que aquela era a forma de Taluipa tentar acalmá-lo e o ajudar a colocar a cabeça no lugar, ele olhou as horas e ainda faltava bastante para a saída de Mi-rae da creche. Assim, ele precisava deixar as coisas prontas, para evitar que algo atrapalhasse.

— Rang? Onde você está?

Já está sentindo minha falta? Depois eu que sou o grudento...

— Não estou para piadas agora, me diz logo onde você está.

Na faculdade, Yeon, o que...

— Estou indo aí, não demoro.

Rang desligou o telefone levemente preocupado, a voz do irmão parecia tensa, o que estaria acontecendo ao ponto de fazer com que ele viesse ao seu encontro? Quanto mais pensava sobre, mais achava que não era boa coisa. Yeon não demorou muito a chegar, e como suspeitava a expressão que o irmão via em seu rosto só confirmou as suas suspeitas.

Hyung! O que aconteceu? — eles sentaram no gramado próximo ao estacionamento, a tarde fazia uma sombra boa e vários estudantes se reuniam lá.

Os dois estavam um ao lado do outro, Yeon olhava para o horizonte, enquanto Rang se sentava despojado, apoiando as mãos no gramado.

— Rang as peças estão se movendo, e eu logo vou precisar agir.

— Você vai me dizer o que fez ontem?

— Você não precisa saber de nada disso. — a raposa de nove caudas precisava pensar bem em como falar para não fazer o efeito contrário no irmão. Precisava deixa-lo tranquilo e não fazer com que ele fosse atrás dele. — Você lembra quando eu pedi para executar o plano, caso as coisas dessem errado?

Rang não gostava de lembrar daquele dia, até hoje a cena do seu irmão despencando pela porta com a espada atravessada em si o assombrava. Olhou assustado para o irmão, porque estava relembrando aquele dia? Não conseguiu pensar no que dizer, e antes que o fizesse Yeon continuou.

— Eu fui deixar a Mi-rae na creche ainda pouco, eu ia ficar lá até o horário que ela saísse mas resolvi vir aqui conversar um pouco...

— Jogar conversa fora? Sério? Eu tô matando aula sabia?

— Eu vim aqui te agradecer por ter feito aquilo. E dizer que você nunca mais vai ter que fazer algo daquele tipo de novo.

— Yeon. Você não fez nada arriscado, não é? Eu juro, se eu desconfiar de algo eu conto imediatamente tudo para a Ji-ah. Quero ver se ela você vai ter coragem de enganar.

I'll be there: uma segunda chanceWhere stories live. Discover now