Capítulo 8

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Miguel pov.

A festa na casa de Bia já estava rolando a algum tempo e está bem agradável. Deve ter no máximo umas 10 pessoas aqui. Luna ainda não chegou, mas ainda acredito que ela venha, Beatriz e ela são tão grudadas.
Estou bebendo coca cola e comendo algumas carnes, já que está rolando um churrasco, e como eu vou voltar pra casa dirigindo e amanhã eu vou trabalhar, decido que não vou beber nada. João ao contrário de mim, já está completamente chapado, amanhã ele trabalha e eu só quero ver a cara de derrota que ele vai chegar na delegacia. E pelo jeito terei que o deixar em casa, já que veio dirijindo.

Bia: Sentindo falta de alguém? - Ela diz se aproximando de mim e se senta ao meu lado em umas das cadeiras vagas

Miguel: Sim, Luna não vem?

Bia: Não, infelizmente. Eu a chamei, mas ela disse que tinha algumas coisas pra resolver e não iria conseguir vir.

Miguel: Entendo. Vocês são amigas a bastante tempo?

Bia: Sim, nos conhecemos no primeiro dia de aula na faculdade, o que já tem três anos. A Luna é uma menina muito especial, é sempre bom tê-la por perto. Mas ela é muito fechada para o mundo Miguel, eu nesses anos todos, nunca a vi com um namorado ou chorando! A Luna guarda muita coisa pra si, eu só queria que ela confiasse em mim para me dizer o que tanto a machuca.

Miguel: Eu tenho a mesma impressão que você. Luna me faz gerar um misto de sentimentos, mas o maior deles é curiosidade. Mas você disse que nunca a viu com um namorado? Ela não deve se apegar fácil, não é?

Bia: Creio que não seja isso, eu nunca vi a Luna beijando alguém. Durante esse anos de amizades nós saímos para vários lugares e no ano passando também passamos as férias juntas e nada dela se envolver com alguém. - Eu a encaro e ela me olha com sinceridade - Miguel, eu amo a Luna. Mas ela não é uma menina fácil, se está disposto a ter alguma coisa com ela, mesmo que seja amizade, você terá que ter paciência.

Miguel: Confesso a você que paciência não é um dos meus fortes, mas quero me arriscar e tentar.

Bia: espero que consiga, estarei torcendo para que isso dê certo. - Ela sorri gentilmente e se retira.

Nunca teve um namorado, não confia em Bia que é sua amiga a tantos anos. Luna tem um buraco muito grande em sua vida, algo a machuca e a faz ser tão insegura assim. E posso estar ficando maluco, mas quero ajuda-lá a se curar.

...

A festa estava muito boa, mas já se passava das duas da manhã, eu já estava muito cansado e ainda tenho que trabalhar amanhã. Vou até Beatriz que estava junto a seus amigos que também são pessoas legais e bem divertidas, me despeço deles e chamo João para irmos embora. Meu amigo está extremamente bêbado e fala coisas totalmente sem sentido o que me faz dar altas risadas.

João: a minha vida tá uma doideira, Miguelzito. Meus pais tem algo a me contar e eu - ele começa a rir sem parar - eu não sei de nada

Miguel: Tá bom, tá bom. Agora vamos que amanhã é dia de trabalho e eu quero você chegando em ponto, nada de atraso.

Coloco ele no carro, dou a volta e entro também dando partida para casa de João que fica bem longe da minha, o que já me causa estresse. Tô louco pra deitar na minha casa e ter um resto de noite dormindo.
João está dormindo e ronca alto. Depois de uns 15 minutos dirigindo, chego na casa de João, acordo ele e o ajudo a descer do carro e entrar em casa. Pego seu celular e o coloco pra despertar, não quero que ele perca a hora porque amanhã temos muitas coisas pra resolver e eu não vou atrasar minha vida por conta das bebedeiras e ressacas do meu melhor amigo. Ele que lute.

Saio da casa dele e entro em meu carro. Estava passando em uma rua bem deserta, o que acaba a deixando muito perigosa. Minha arma está no porta luvas e eu passo por aqui alerta a qualquer tipo de movimento. Quase no fim da rua, vejo um carro estacionado em frente a um terreno abandonado, esse carro é conhecido por mim.
Paro de acelerar o carro e vejo uma pessoa muito conhecida por mim e por meus pensamentos sentada na calçada com suas pernas juntas e seu rosto apoiado em seus joelhos.
Paro meu carro no meio da rua mesmo e desço rapidamente do mesmo.

Luna: se for me matar, mata de uma vez. - Sua voz é chorosa

Miguel: Luna, é o Miguel - me abaixo a sua frente e passo minha mão por sua cabeça. - O que você está fazendo aqui?

Luna: Eu estou bem, Miguel. Vai embora! - Ela permanece com a cabeça abaixada e eu me sento no chão a sua frente. - Por favor, me deixe ficar sozinha.

Miguel: Não vou sair daqui. olha pra mim - ela levanta seu rosto e vejo que ele está totalmente vermelho e molhado por suas lágrimas. Nem assim ela deixa de ser linda - O que aconteceu? O que você está fazendo aqui essa hora? São quase 03h da manhã.

Luna: Não aconteceu nada, Miguel. Eu só queria ficar sozinha e precisa de ar. obrigada por se preocupar comigo, mas eu estou bem.

Miguel: Seus olhos te denunciam, Luna. Eu sei que aconteceu algo, mas se não quiser contar, tudo bem, eu te entendo. Mas por favor, vai pra casa. Essa rua é muito perigosa pra você ficar aqui sozinha.

Luna: Essa rua já está acostumada comigo, pode ficar tranquilo. E como você mesmo disse, já está tarde, acho melhor você ir embora.

Miguel: Não saio daqui sem você. - ela fixa seu olhar no meu e eles parecem que brilham. - Vamos Luna, vou te deixar em casa.

Luna: Estou de carro.

Miguel: Creio que você não está em condição de dirigir agora. Deixa seu carro aqui, amanhã você busca.

Luna: tudo bem - ela se dá por vencida. Pega alguma coisa em seu carro, o tranca e entra no meu.
Ela me diz seu endereço e eu vejo que ela está bem longe de casa.

Miguel: Tem amigos ou parentes nesse bairro?

Luna: Não, eu não conheço ninguém que mora aqui. Só sei chegar até aquela rua mesmo.

Miguel: Por que?

Luna: O que?

Miguel: Porque tão longe, Luna? você está bem longe de sua casa, estava sentada em uma rua deserta e totalmente perigosa.

Luna: A intenção é que fosse longe mesmo. Longe da minha realidade e longe das pessoas que eu conheço. Eu sempre vim aqui e ninguém nunca me achou, bom, até hoje. - Estaciono meu carro em frente ao seu prédio depois de um bom tempo dirigindo, o caminho até aqui foi um silêncio absoluto. Luna desce do carro e eu saio logo em seguida - Obrigada pela carona, Miguel. Tenha uma ótima noite.
Ela se vira indo em direção a entrada do seu prédio, mas eu corro até ela e seguro seu braço, ato que a faz virar pra mim.

Miguel: Luna, eu consigo ver em seus olhos que não está nada bem. Sei que nos conhecemos a poucos dias, mas algo em você me atrai. Eu quero te ajudar, saiba que você pode contar comigo. Tudo no seu tempo, mas quando achar que quer ou que deve contar o que se passa aí dentro de você, eu estarei aqui. - Inesperadamente ela me puxa para um abraço, eu retribuo e beijo sua cabeça. Sinto que algumas lágrimas escorrem por seu rosto enquanto ainda estamos abraçados - Você não está sozinha!

Luna: Obrigada, Miguel. Pela carona e pelas palavras, algo me diz que posso confiar em você. Obrigada mais uma vez. - ela se desfaz do abraço e olha pra mim - Agora eu preciso ir, fica com Deus.

Miguel: Se cuida! Boa noite - Eu digo por fim e ela entra em seu prédio após me dar um aceno.

Entro em meu carro e vou pra casa pensando no que aconteceu agora a pouco. Luna precisa de mim e eu estarei a disposição por ela...






























por você Where stories live. Discover now