Capítulo 24

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Miguel pov.

Miguel: Luna, você sofreu uma tentativa de estupro e isso é muito grave. Quer mesmo que ele não pague por isso e ainda tenha chance de fazer a mesma coisa com outras mulheres? Creio que não

Luna: Não quero que ninguém sofra o que eu sofri, mas também não quero ir a delegacia

Miguel: Eu posso realizar a denuncia e fazer seu depoimento aqui em casa, você prefere assim? - ela assente - Por lei, outra pessoa terá que fazer o boletim de ocorrência. Por te conhecer e agora estar envolvido contigo, não posso realizar esse tipo de procedimento.

Luna: Não quero fazer com outra pessoa.

Miguel: É necessário, mas eu estarei do seu lado em todo tempo. Larga de ser teimosa

Luna: Isso precisa ser uma promessa - ela ergue seu dedo mindinho e eu rio de sua atitude um tanto quanto infantil - Não estou brincando

Miguel: É serio? quem promete de mindinho são crianças - ela me olha brava ainda com o mindinho levantado, me tomo por vencido e junto meu dedo ao dela - Feliz?

Luna: Realizada! E nunca mais diga que isso é coisa de criança, para sua informação, essa é a promessa mais séria que existe.

Miguel: Entendido, senhorita.

Realmente não consigo entender esse medo todo que Luna tem de delegacias. Primeiro foi o caso do roubo onde levaram seu carro e agora o caso da tentativa de estupro e mais uma vez ela não quis denunciar por medo. Com certeza, Luna tem muita coisa escondida ainda dentro de si.

Mas indo para um assunto completamente diferente e muito bom, estou bem feliz que eu e Luna estamos na fase de ficarmos sério. Vejo que ela tem muito receio de ser machucada e acho que ainda mais de machucar alguém. Digo com convicção que jamais seria capaz de magoar a Luna, essa menina tem um coração de ouro e merece ser cuidado da melhor forma possível. E eu quero ter esse papel na vida dela, para ela contar seus segredos mais escondidos e também para comentar as coisas bobas que aconteceram durante seu dia.

Tenho que dizer que esse negócio de ir com calma não é muito minha praia, mas como é por Luna, eu espero até ajoelhado no milho. Por ela, qualquer esforço ainda é pouco.

Luna: Miguel, podemos ir a praia?

Miguel: Claro, vou só trocar de roupas e acho melhor você trocar também - vendo que ela ainda veste minha blusa que fica um verdadeiro vestido nela.

Luna: Eu também acho - ela ri junto a mim - e a gente passa na minha casa para eu pegar um biquíni, pode ser?

Miguel: Sim, claro - Vou até meu quarto e coloco um shorts de banho mesmo, não gosto de usar sunga. Coloco uma blusa no ombro e também ponho meu óculos escuros na tentativa de esconder essa minha cara de quem não dormiu nada. Foi muito difícil pregar os olhos quando chegamos, a raiva daquele cara e a preocupação com Luna me consumiam ao ponto de não ver vencido nem pelo cansaço.

Luna, graças a Deus, conseguiu dormir um pouco e tranquila. Infelizmente quando acordou teve aquela maldita crise de ansiedade. E falando nisso, irei entrar em contato com uma psicóloga que eu conheço e irei passar o caso de Luna para ela. Acho que será muito mais fácil para Luna conversar com uma mulher, ainda mais profissional, acho que Bárbara poderá a entender a ajudar melhor do que qualquer um de nós, mesmo que nosso esforço seja grande.

Vou para sala e vejo Luna já trocada usando as roupas de ontem a noite. Agora a olhando melhor posso ver as marcas que ficaram em seu corpo, também os roxos espalhados por todo ele. Ela esfrega uma mão em seu braço como se estivesse nervosa tentando esquecer, provavelmente, do que aconteceu ontem e as cenas devem se repetir constantemente em sua memória.

Miguel: Ei pequena, vamos?

Luna: Não quero mais ir a praia, você pode me deixar em casa somente? Eu preciso descansar e ter um tempo pra mim. Ou melhor, para não ter que fazer essa viagem, eu vou chamar um uber.

Miguel: Eu te levo, não tem problema. Mas por que desistiu de ir a praia? Logo o lugar que te faz tão bem

Luna: Como eu disse antes, eu preciso de um tempo pra mim. Preciso dormir, descansar. A noite foi muito tensa

Miguel: Eu compreendo você.

Luna: Eu vou de uber mesmo, você não se importa, né?

Miguel: Me importo e muito! Eu já falei que te levo e não irei voltar atrás - Pego em sua mão entrelaçando nossos dedos e a levo fora do meu apartamento trancando o mesmo.

Rapidamente chego em frente ao prédio de Luna estacionando o carro. Olho pra ela e vejo que as lágrimas escorrem por seu rosto e suas mãos que estavam por cima de suas pernas, estão molhadas.

Miguel: Pequena, meu coração dói ao te ver assim.

Luna: Eu tenho que te agradecer por todo esse apoio, por topar entrar na minha vida bagunçada e estar cuidando tão bem de mim! Obrigada pela hospedagem essa manhã, obrigada por ter ido me socorrer! Obrigada por estar aqui

Miguel: Sou eu quem agradeço, pequena! Você entrou na minha vida e já tomou um espaço que é só seu. Eu quero estar sempre aqui para cuidar de você e receber seus cuidados também. Estou muito feliz por esse passo que demos - durante a conversa os dois já haviam tirado o cinto, então com mais liberdade pude me apromixar dela e juntas nossas bocas num beijo singelo.

Luna: Você me faz tão bem! - Surpreendentemente, ela me puxa e cola nossas bocas mais uma vez agora num beijo mais caloroso, como se fosse uma necessidade. - Por mim eu ficaria nesse carinho todo pra sempre.

Miguel: É só ficar

Luna: Queria que as coisas fossem fáceis assim.

Miguel: As coisas são fáceis, a gente que complica tudo!

Luna: Eu vou entrar, ok? Estou caindo de sono - O que claramente era mentira, pelo pouco que eu a conheço, ela só quer ficar um pouco sozinha e chorar tudo que precisa. - Obrigada por tudo!

Miguel: Tô aqui! Qualquer coisa, é só me ligar - Lhe dou um selinho rápido e ela desce do carro. Espero até ter certeza que ela entrou no prédio e dou partida indo direto para a delegacia.
Chego lá e estaciono o meu carro de qualquer jeito, no caminho liguei para João avisando que estaria aqui e que era para ele estar aqui o mais rápido que pudesse.

Xxx: Boa tarde, delegado! O senhor não está de folga hoje?

Miguel: Era pra eu estar, mas tive alguns problemas que necessitam urgentemente da minha atenção. Quando João chegar, diga que é para ele ir direto para minha sala e não quero que ninguém me interrompa. Só me chamem caso for muito necessário.

Xxx: Entendido, delegado!

Depois de alguns poucos minutos, João chega em minha sala com a pior cara do momento. Só não pior que a minha. Vejo a revolta em seus olhos assim como o mesmo sentimento deve estar estampado na minha cara. Felizmente, João conseguiu alguns dados com seu irmão e que foram de muita serventia. Aparentemente, Bernando tirou seu passaporte essa semana. Ele deve querer arrumar um jeito de fugir, mas eu não deixo esse babaca escapar.

Ah meu querido, você não deveria ter mexido com a minha garota!

























por você Onde histórias criam vida. Descubra agora