Capítulo 12

7.3K 462 21
                                    

Miguel pov.

Finalmente sábado! Hoje eu vou encontrar a Luna na cafeteria e eu estou muito animado querendo saber o motivo por ela ter topado sair comigo.

Ontem eu fui a um balada com o João, e beijei algumas bocas, afinal eu sou solteiro e mereço aproveitar a vida. Mas Luna me impediu de avançar o sinal com as meninas que peguei, ela não saia de meus pensamentos e eu não entendo o porquê. João ficou o restou da noite me zoando dizendo que eu estava apaixonado e eu já dei um corte nele. Quem se apaixona em uma semana? isso é humanamente impossível, no máximo uma atração. Mas não posso negar que a Luna é uma mulher diferente.

São 14h e eu acabei de chegar em casa, vou logo tomar um banho. Vesti uma roupa qualquer e cai na cama, a noite foi exaustiva e eu ainda tive que trabalhar hoje de manhã.

...

Acordo desesperado e vejo que ainda são 15h30, ufa! Levanto da cama varado de fome, vou até a cozinha e pego alguns biscoitos só pra distrair a fome. não quero assustar Luna em nosso primeiro encontro, melhor, saída de amigos.

Resolvo me arrumar logo para tentar chegar primeiro que ela e achar uma mesa confortável e mais discreta para ficarmos mais a vontade.
Coloco uma calça jeans, uma blusa da adidas e um tênis também da adidas. Pego minha carteira, a chave do carro e coloco no bolso. Também pego meu celular que estava carregando na sala e saio de casa.
Entro no elevador e encontro a prima de Gabriela, reviro meus olhos sem pensar e ela percebe.

Lívia: Revira os olhos pra mim assim na cama

Miguel: Deus me livre.

Lívia: Antes de ficar com a Gabriela, você ficou comigo. Se quiser, eu posso refrescar sua memória. - ela fala colocando seus braços em volta de meu pescoço tentando me beijar o que me faz virar o rosto. - eu sei que você me quer.

Miguel: Lívia, você é uma mulher bonita, mas não corra atrás de quem não quer nada com você e eu faço parte desse grupo. A vida é sua e você faz o que quiser com ela, mas eu não quero ficar com você de novo. - Tiro seus braços do meu pescoço - Então, sai de perto

Lívia: Você é insuportável!

Miguel: que pena - o elevador abre e eu saio me livrando daquela situação chata.

Quando eu fiquei com Lívia eu deveria ter uns 20 anos por aí, talvez até mais novo. Eu sabia que Gabriela e ela se detestavam, então fiquei com Lívia só para provocar a Gabriela. Uma atitude bem quinto ano, mas foi a única coisa que veio em minha mente quando eu queria chamar a atenção de Gabi e ela só queria ser minha amiga. Antes tivesse continuado só amiga daquela mulher, minha cabeça não estaria tão pesada hoje em dia carregando esses chifres.

Entro no meu carro e vou para a cafeteria. Chego lá e ainda faltam um pouco mais de 20 minutos para o horário que eu e Luna marcamos. Entro no lugar que é bem aconchegante. Essa cafeteria é bem estilo restaurantes do anos 90. O piso é quadriculado em preto e branco, as mesas são com aqueles sofás no lugar das cadeiras. Bem retro mesmo.
Escolho uma mesa mais afastado da entrada, mas de lá posso ver quando Luna chegar.

Uma garçonete vem até mim perguntar se eu já faria o pedido e eu disse que estava esperando alguém.

Já passaram 10 minutos do combinado e Luna ainda não chegou. Quando eu começo a achar que ela não viria mais, ela entra na Cafeteria com um vestido rodado rosa claro, ela está um princesa. Vejo que ela me procura com olhar, então me coloco de pé e ela me acha. Ela vem até mim com aqueles olhos hipnotizantes.

Luna: Olá, Miguel. Me perdoa pelo atraso, mas eu tive alguns imprevistos.

Miguel: Sem problemas, Luna. Sente-se - ela se senta no sofá a minha frente e eu me sento também. - Como vai?

Luna: Eu vou bem e você?

Miguel: Bem! confesso que curioso para saber o motivo de ter topado sair para tomar um café comigo do nada. -  Quando ela iria responder, somos interrompidos pela garçonete que veio até mim quando cheguei.

Garçonete: Boa tarde, já decidiram o que vão pedir?

Luna: Eu vou querer um café gelado com dobro de chantilly, dobro de caramelo e um cookie para acompanhar, por favor!

Miguel: Eu vou querer um frappuccino e um misto quente, por favor!

Garçonete: Anotado! mais alguma coisa? - negamos com a cabeça e ela se retida de nossa mesa

Luna: O que você estava falando antes da moça chegar?

Miguel: Eu dizia que estava curioso pra saber o motivo de ter topado vir tomar um café tão de repente.

Luna: Bom - ela põe as mãos em cima da mesa e entrelaça seus dedos - Você fez muito por mim aquela noite, Miguel. Essa foi a única forma que eu encontrei para retribuir.

Miguel: Não precisa retribuir nada - eu coloco minhas mãos em cima das suas e acaricio - Eu jamais te deixaria lá naquele estado.

Luna: Aquela noite foi conturbada pra mim, aconteceram algumas coisas que me deixaram tensas. E toda vez que eu preciso ficar sozinha em um lugar que ninguém vá me encontrar, eu vou pra lá ou para praia.

Miguel: Sei que não tenho o direito de me meter em sua vida, mas como delegado eu ja ouvi falar muito sobre casos de assaltos, estupros e até alguns poucos casos de morte naquela rua por ser tão deserta! Prometa pra mim que vai se esforçar pra não ir até lá

Luna: Eu prometo tentar. - ela acaricia as minhas mãos e nosso pedido chega. - isso tá com uma cara tão boa.

Miguel: Eu? eu sei - ela ri alto e eu não deixo de acompanhar - mas é verdade, isso tá com uma cara ótima.

Luna: Eu? Eu sei - nós rimos de novo por sua perspicácia em devolver a piada.

Miguel: Você sempre. - Ela cora e começa a comer o que tinha pedido e eu faço o mesmo com o meu.

Luna: meu Jesus Cristinho, isso tá maravilhoso.

Miguel: Nunca tinha vindo aqui?

Luna: Nunca. Eu sempre dizia que viria, mas sempre acabava indo para outro lugar. Tanto que quando você falou daqui, fiquei animada que conheceria.

Miguel: Desde que essa cafeteria inaugurou, eu sempre venho aqui. As coisas aqui são deliciosas, nunca tive o que reclamar.

Luna: Acho que irei frequentar com mais vezes, eu gostei do lugar.

Paramos de falar um pouco e terminamos de comer. O resto de nossa conversa foi muito agradável e nem vimos o tempo passar. Luna é uma menina muito extrovertida e ao mesmo tempo tímida. Ela conversa mesmo, não só reponde as minhas perguntas. Ela sabe como interagir com alguém, e isso é muito bom.

Olho pela Janela e vejo que o pôr do Sol, está a coisa mais linda.

Luna: Deus e Suas inúmeras maravilhas.

Miguel: Acredita em Deus, Luna?

Luna: E tem como não acreditar? Olho para cada canto da natureza e vejo a Sua beleza revelada! Vejo Deus em detalhes. Mas porque a pergunta, você não acredita?

Miguel: Por muito tempo da minha vida, eu não acreditei. Mas um dia estava subindo um morro com alguns policiais, para invadir mesmo. Mas não sei o que aconteceu e meus soldados se dispersaram e eu fui cercado por mais de 30 homens fortemente armados. Naquele momento eu tive a certeza de que morreria, mas lembrei que uma vez minha avó me disse que Deus está conosco quando a gente mais precisa, só basta a gente chamar com fé. E foi o que eu fiz, fechei meus olhos e na mente falei: "Se o Senhor é real, me tira daqui. E eu nunca mais irei duvidar da Sua existência". Era impossível aqueles homens me deixarem sair dali vivo, eu já tinha prendido e matado amigos deles. Mas quando eu abri os olhos, eles simplesmente saíram, foram todos embora. E eu saí dali sem nenhum arranhão e tendo a certeza que Deus é real - Eu disse tudo enquanto olhava para o céu através da janela e quando me virei pra Luna, ela estava chorando. Eu passo minha mão por seu rosto secando suas lágrimas. - Não chora.

Luna: é de emoção, seu testemunho é lindo!

Miguel: Eu também acho! Mas o que acha de irmos a praia?

por você Where stories live. Discover now