Capítulo 45

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Luna pov.

Depois daquela surra que Miguel deu em Geraldo, ele foi levado para a delegacia e eu estou sentada na calçada da minha antiga casa tentando processar tudo que aconteceu. Muitas pessoas estão na rua tentando entender o que acabou de acontecer, e eu não as julgo, estão apenas curiosas.

Miguel conversa com meus irmãos a minha frente, mas eu não consigo prestar atenção em uma palavra sequer do que eles dizem. Minha mente está muito longe daqui...

Minha mãe está dentro de casa com as minhas tias, ela ficou desesperada ao ver seu namorado sendo preso e eu tenho medo da reação dela quando me ver. Não sei se ela irá me culpar, me julgar ou irá ficar do meu lado.

É muito louco pensar que o meu pesadelo chegou ao fim. Aquilo que eu sustentei por tantos anos por amor da minha família, simplesmente acabou. É um alívio, uma sensação boa corre por meu corpo. Eu sei que ainda haverá o julgamento, mas de Deus quiser, aquele homem será condenado.

Eu abaixo minha cabeça e tampo meu rosto com as minhas mãos chorando mais uma vez. Mas dessa vez meu choro é de alívio, é de alegria, é o choro que eu sempre esperei. O choro da minha segunda chance.

A certeza que meus problemas não vão desaparecer é real, mas eu não posso deixar de me alegrar por um dos meus maiores e piores pesadelos ter chegado ao fim. ACABOU!

Bia: AMIGA! - ouço minha melhor amiga gritar um pouco distante, me levanto e corro até ela que me recebe com os braços abertos. - João me ligou avisando do acontecimento.

Luna: Amiga, acabou! - eu choro

Bia: Acabou amiga, acabou! Eu fico tão orgulhosa da mulher forte que você é. Aguentou tanta coisa só para proteger aqueles que ama. Eu te amo, amo sua força e amo seu coração.

Luna: Obrigada pelo apoio de sempre, você sem dúvidas é a melhor amiga que alguém poderia ter. Eu te amo!

Bia: Tô fechada com você. - eu a abraço novamente - Como Miguel reagiu?

Felipe: Digamos que ele quebrou a cara dele. Fez um favor para todos nós - rimos um pouco e Miguel me abraça por trás - E voltou o grude.

Miguel: Está com inveja, cunhadinho?

Danilo: Lu, vem cá - Meu namorado me solta e eu vou até meu irmão que me envolve com seu abraço - Me perdoa por não ter percebido que havia algo de errado com você. Eu queria ter tirado você desse inferno, mas estava ocupado demais no meu mundo. Por favor, me perdoa! - Vejo uma cena que é rara de acontecer, meu irmão chora.

Eu solto nosso abraço e seguro seu rosto com as minhas mãos. As lágrimas descem freneticamente por seu rosto que está vermelho e seu olhar é baixo e triste.

Luna: Dani, eu jamais te culparia por isso. A verdade é que a culpa não é de nem um de nós, é apenas daquele homem. Você, lipe e agora João são irmãos incríveis. Eu amo vocês mais do que a mim mesma.

Felipe: Nós te amamos muito, luninha - reviro os olhos por conta do apelido e sorrio - você aguentou isso tudo até aqui, és muito forte. Mas não guarda mais nada só pra si, existem coisas que precisam ser compartilhadas para o fardo ficar mais leve.

Luna: Irei fazer o possível.

Continuamos em frente a minha casa conversando e eu recebendo muito carinho das pessoas que eu amo. Aos poucos as pessoas na rua estão voltando para suas casas por já estar anoitecendo. E depois desse dia longo que ainda estou processando os detalhes, meu corpo pede descanso. Mas eu não posso ir embora antes de conversar com alguém...

Luna: Preciso falar com a minha mãe sobre tudo isso.

Miguel: Será que é uma boa hora pra isso, amor?

Luna: Eu não saio daqui antes de saber como ela está e esclarecer tudo.

Miguel: Tudo bem, vamos lá. - entrelaçamos nossos dedos e começamos a andar para dentro de minha casa. - Independente do que aconteça lá dentro, saiba que você é vítima nessa história toda.

Luna: Tudo bem... - entramos em casa e eu aperto a mão do meu namorado com força demonstrando todo o meu nervosismo.

Vejo minha mãe sentada no sofá com minhas tias ao seu redor. Ela segura um copo de água e seus cabelos estão grudados em sua testa por conta do suor. Os seus olhos estão avermelhados e seu rosto ainda molhado, creio eu, que por suas lágrimas.

Eu me aproximo mais um pouco dela, ainda com um receio sobre a reação que virá a seguir.

Luna: Mãe? - Ela me olha, levanta do sofá ainda meio desnorteada e vem até mim me surpreendendo com um abraço.

Maria: Eu te amo, minha pequena garotinha. Estarei sempre ao seu lado independente de tudo, você e seus irmãos são as coisas mais importantes da minha vida. - eu choro abraçada com a mulher que eu mais amo, aquela que me deu a luz e continua iluminando a minha vida todos os dias - e eu peço perdão por não ter percebido o que estava acontecendo. Por estar tão preocupada com os meus problemas pessoais, separação e dívidas, eu acabei me esquecendo do principal: cuidar de você!

Luna: Eu não te culpo por nada. Nem você, nem meus irmãos, nem mesmo papai. O culpado nós sabemos quem é. Obrigada mãe, por acreditar em mim e escolher ficar ao meu lado.

Maria: Eu jamais soltaria sua mão, filha. Lutarei com você até o fim, tudo bem?

Luna: Eu te amo tanto, mãezinha!

A alegria que consome meu ser não pode ser descrita. É aliviador demais saber que minha família está ao meu lado me dando todo suporte que eu tanto precisei em todos esses anos. O medo e as ameaças que eu sofri me impediram ser viver de verdade por tanto tempo, mas agora as coisas serão diferentes. Eu poderei ser 100% transparente com as pessoas que eu amo e isso não tem preço.

Miguel: Amor? - eu o olho - O que acha de irmos embora para você descansar? O dia foi longo hoje.

Luna: Eu acho ótimo, estou mesmo precisando descansar! - Vejo que todos estão na sala e aproveito para falar algo - Família, quero agradecer por estarem ao meu lado nesse dia tão difícil e complicado. Obrigada por acreditarem em mim e por ficarem ao meu lado, vocês não fazem ideia do quanto isso está sendo importante para mim. Eu amo vocês e novamente, muito obrigada! - Abraço algumas pessoas e vou embora junto com meu namorado.

Miguel: Como você está?

Luna: Estou bem! Me sinto feliz, me sinto livre, me sinto aliviada.

Miguel: Fico tão feliz por você! - Ele segura minha mão e dá um beijinho enquanto o sinal está fechado. - As coisas serão melhores daqui pra frente.

Luna: Espero que sim...





















Quando eu digo que amo vocês, não é da boca para fora. Eu realmente amo vocês! Agradeço por vocês não terem soltado a minha mão até aqui. Quero lembrar o quanto vocês são importantes para mim e para o mundo. Suas vidas tem papéis essenciais no mundo, nunca se esqueça disso, ok?
O mundo é mal, espalhem amor! Há esperança enquanto houver um coração amando! 🤍








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