Capítulo 2 - Gaia Rising

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Ryuujin suavemente aterrissou sua nave em uma parte remota da sede de Gaia Rising.

Azartar não questionou as escolhas de Ryuujin nem indagou sobre a distância do local. A área de pouso era uma montanha com um pico que proporcionava vistas espetaculares de rios, lagoas e cachoeiras. Era o lugar favorito de Ryuujin na Terra.

Ao percorrer os corredores da imponente Tormenta, Ryuujin notava as portas automáticas, cada uma detalhada com ferro manipulado com dranôrio, o material padrão das naves baseado no abundante elemento do planeta Draca. O exterior era feito de titânio manipulado, o básico das estruturas da Tormenta desde os tempos das Guerras Draconianas.

Lucios desfrutava de seu café da manhã na companhia de Gerald, que assumia uma forma humana personalizada. Ryuujin passou por eles. — Gerald, cuide de Lucios. Voltarei em breve.

— Sim, meu senhor.

Lá fora, Ryuujin estava com Azartar, absorvendo o doce oxigênio da Terra. Ele apertou os punhos, sentindo toda a força que possuía, e colocou suas mãos sobre a terra, absorvendo seus aromas e elementos únicos, diferentes dos de Draca.

Azartar, ao lado dele, destacava-se pela diferença de tamanho, sendo quase três metros de altura, parecendo um gigante.

Uma rocha gigantesca estava próxima, e Ryuujin caminhou lentamente até ela. Ao tocar seu dedo indicador na rocha, ela se espatifou em milhões de pedaços.

Azartar sorriu. — A terra, comparada à gravidade de Draca, é uma grande diferença. Ryuujin virou-se para ele. — Eu sentia saudades disso. Meus saltos mal alcançam vinte metros em Draca. Acho que aqui consigo manipular ao meu bel-prazer e alcançar o voo. —

Ryuujin materializou um dispositivo de busca: D33 Localization Dragun, mostrando a posição de um dispositivo que havia colocado há muito tempo, indicando Roran, seu exímio médico e mestre em camuflagens. Desmaterializou o dispositivo após encontrar a posição. — Vamos — disse Ryuujin.

Ele pulou alto, observando a vasta quantidade de animais em bandos. "Então é para lá que ele está. Seus modos nunca mudam, não é mesmo, primo?" se perguntou. Seu pouso na terra era suave, como a brisa que acariciava seu rosto. Saltando por milhares de milhas, observava a incrível diversidade de animais.

Parou para apreciar a beleza de um tigre, a graça de um falcão ao seu lado direito, sorrindo ao observá-lo. Essas lembranças do passado evocavam emoções positivas, recordando-se da primeira vez que obteve o elixir solar há milênios e realizou façanhas como essa.

Apesar das lembranças da Matriz serem um tormento duradouro, essas pequenas visões da Coletividade dissipavam a apatia que o poder lhe impusera. Por muito tempo, sua expressão foi neutra, limitando-se a dar ordens. Lembrava-se dos tempos cruéis servindo nas mãos dos antigos imperadores da Terra. Com o tempo, descobriu sua própria essência. Azartar surgia atrás dele com suas asas vermelhas e imensas. — Estamos perto, Azartar. Quero que procure naquela cachoeira. — As imagens da localização foram transmitidas por telepatia simples.

Ryuujin pousou perto de um imenso lago, procurando pistas sobre a trilha de Roran. Identificou uma fogueira primitiva com um espeto e restos de carne. "Ele nunca esquece os velhos costumes. O fogo ainda está fraco; ele saiu recentemente. Pelas ondas eletromagnéticas, ele deve ter seguido essa direção. Então, eu estava certo. Azartar irá ao seu encontro. Como será para ele lidar com um Draca?"       


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 Por trás da cortina, um mal espreitava, ameaçando semear o pavor entre os cidadãos de Gaia, cujos destinos eram agora incertos.

"Conheço os caminhos que trilhei, mas anseio entender para onde posso estar indo", compartilhou Drahul em um canal aberto.

"A ordem foi dada há muito tempo, e essas entidades mantêm-se no poder. Eu devo prevalecer, infiltrar-me em Gaia e fazê-los pagar por tudo que sofri. Todos os terrores que enfrentei, a doença que deveria ter me levado à morte..."

Um trono erguido sobre uma pilha de corpos, a existência reduzida a uma centelha para os ousados. A humanidade persistia, mas Drahul não podia mais esperar; seus planos deveriam estar em movimento.

Agora, é tempo de avançar. É hora de nos unirmos com a Unidade. "Meu senhor, você sabe o que é necessário", ecoou uma voz em sua mente. "Sim, eu sei. É preciso destruição. Somente através dela podemos encontrar. Somente nas origens podemos nos reerguer."

Drahul se encontrava de braços abertos, imerso na lava de um vulcão, flutuando no líquido vermelho denso. Seu corpo fervia, uma sensação abrasadora que percorria sua pele, infundindo-se em suas artérias e neurônios. Na câmara magmática, ele conseguia enxergar, observando as essências primordiais de um mundo que existira apenas em um. A lava o acolhia com o aroma de enxofre, e o hélio tocava sua visão, proporcionando uma compreensão mais firme do ambiente.

Jan percorria as bordas do vulcão, seus cabelos loiros cintilando com a radiação vulcânica. Seu corpo biônico a protegia do calor, mas suas estruturas moviam-se com dificuldade pelo ar denso do vulcão, exalando gases quentes. Na extremidade, ela direcionou seus olhos para o final da câmara vulcânica. "Tenho uma mensagem importante", ecoou através do espaço. As ondas sonoras alcançaram Drahul, emergindo do líquido extenso do vulcão.

 Jan, ansiosa, observava pela chaminé do vulcão, aguardando seu mestre. Quando as bolhas começaram a se formar e emergir, ela voou em direção ao topo.

Exuberante e orgulhosa, suas mãos soltavam fogo como foguetes primitivos. Pousou na cratera diante de Jan, seus olhos firmes a encaravam. "Diga, qual é a melhor?" Suas tatuagens gigantescas, a pele estruturada por finas partículas de silício, as marcas em suas mãos, cabelos brancos e lava escorrendo pelo corpo, tudo impressionava Jan. Seu corpo se estremecia só de vê-lo.

"Ele chegou. O Zodíaco de Draco."

Drahul, excitado, levantou suas íris com fúria. "Finalmente! Vamos preparar tudo, temos que capturá-lo vivo. Se conseguirmos obter a joia primordial de Eltanin, realizaremos feitos incríveis. Jan..." Ele se aproximou suavemente, seus olhos púrpuras fixos nela. "Você sempre foi crucial para mim. Sacrificando-se do seu núcleo muitas vezes para realizar meus desejos." Tocou seus dedos suavemente em sua boca. "Você é minha melhor criação." E então, em um beijo silencioso, selou a determinação de Jan, que se revigorou ainda mais, ciente do que precisava fazer.




Zodíaco - SingularidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora