Capítulo 14 - Valquíria é Condenada pelos Jupiterianos.

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  Júpiter atravessou um período de escassez. As águas-vivas mães poderiam fornecer proteínas suficientes para aqueles que abrigassem os nobres; Júpiter não era como Gaia, e poucos podiam imigrar para lá.

  A estabilidade das águas-vivas era mantida apenas com o combustível extraído dos gases de Júpiter. No entanto, os humanos abrigados em suas colônias, vivendo em cúpulas com propulsores, enfrentavam situações medíocres. As cidades renegadas dos humanos e Taurus, chamadas Syra e Nasy, eram responsáveis por abrigar uma grande parte da população humana, dividida em territórios. Há muito tempo, em Gaia, os humanos que cometiam crimes eram enviados para esses lugares, onde precisavam viver em condições deploráveis devido à escassez de alimentos. Apenas os mercadores locais poderiam trazer comida para as pessoas que viviam ali. Centenas de anos de pobreza e fome se espalharam pela cidade. Escondido dos olhos de Júpiter, Karu desempenhou um papel importante no renascimento de Gaia, recebendo seu primeiro Nobel da Paz no ano de 39054, ao salvar essas duas cidades da pobreza.

  Karu era conhecido como o herói desse povo. Seus olhos se fixavam neles, mas esses olhos carregavam uma ambição alimentada pela ganância. Ele salvava o povo durante o dia e, à noite, os levava para seu covil como seu alimento favorito. Centenas de crianças e mulheres passaram por suas mãos.

  Sthelari estava tomada de ódio, sua lâmina estava furiosa pela quantidade de sua substância química, mesclada no seu sangue, as Penas de Midgard, um elemento chamado Mi3, encontrado apenas em seu planeta natal.

— Se eu for morto, você será condenada, valquíria estúpida. Quer realmente esse destino para uma raça tão nobre? 

— Não me importa quem você seja ou o que você fez, você sentirá o peso da minha lâmina em suas entranhas! 

 Karu lutou bravamente no início, mas em questão de segundos estava caído no chão, completamente retalhado.

— Esse é o seu verdadeiro lugar — disse Sthelari enquanto observava o corpo de Karu.

Sthelari caminhou lentamente, e o brilho irradiava de sua armadura: um azul fosco que emanava uma luz impressionante das estrelas.

— Mãe, é um anjo? — perguntou uma das crianças para sua mãe, que tremia de medo.

— Já estamos abandonados faz tempo, filho. Chega de alucinações. Em breve ele vai voltar. 

Sthelari se abaixou e olhou nos olhos daquela criança, onde lágrimas agora caíam. Destruiu suas correntes.

  Sua mãe começou a chorar, seus lábios tentavam encontrar o sussurro das palavras.

— Obrigado, obri...

 Um grande cronômetro foi instalado na residência de Karu, iniciando uma contagem regressiva para sua destruição.

"Maldito", pensou Sthelari, "Ele pensou em tudo para não ser pego."

Sthelari sentiu uma interferência em seu radar da Starlight, juntamente com seus instintos. Eles estavam se aproximando. Nessa situação, não haveria como provar o que Karu havia feito. Todos os vestígios de suas vítimas seriam completamente pulverizados.

A cada segundo, a presença deles se tornava mais intensa. Sthelari seguiu até a área principal dos túneis de Júpiter através do elevador.

— Vão embora! Vocês estão livres! — gritou Sthelari.

— Muito obrigado — disse um deles, juntamente com palavras de agradecimento. Sthelari sorriu com os olhos ao ver as pessoas que havia salvo.

Porém, agora havia outra preocupação. Não haveria como provar o que Karu havia feito. Nesse momento, todos em Júpiter e os conselheiros ficaram sabendo do ocorrido.

Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now