Capítulo 55 - Planeta Argaras.

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  Os dois sóis refletiam todo o esplendor de Argaras, um planeta com um clima quente e suas regiões remotas desérticas. Suas árvores de coloração amarela proporcionavam paisagens muito belas. Apesar da temperatura quente e inóspita, muita vida existia em Argaras. Ao norte, o mar de sal grosso era intenso e voraz, um lugar onde magníficas criaturas aquáticas viviam. No sul, grandes humanoides com aparência de pássaros reinavam com seu povoado. Suas aparências eram peculiares, com penas cobrindo seus rostos e corpos inteiros, e olhos brilhantes como as estrelas do céu. As temperaturas frequentemente ultrapassavam sessenta graus. Mesmo nas regiões costeiras, até mesmo os seres pequenos precisavam se proteger da luz intensa de Steferi e Ster. No entanto, era no sul que habitavam os mais belos e inteligentes seres do planeta, conhecidos como Lins. Eles possuíam uma habilidade peculiar: suas próprias penas, que pareciam trazer mais calor, também os ajudavam a se proteger.

Os Lins, eram um povo nobre que vivia em paz e alegria, embora esses dias de paz não durassem para sempre. Com bicos pontiagudos e corpos totalmente cobertos de penas que os protegiam dos raios ultravioletas intensos, eles formavam um reino bonito e não construíam muralhas, pois não estavam em guerra com nenhum ser.

Alguns deles podiam medir até cinco metros de altura, sendo conhecidos como chefes de tribos. Com o tempo, suas tecnologias foram evoluindo. Graças a uma relíquia que emitia um brilho intenso, eles eram capazes de conceder poderes a alguns de seus membros. Esses poderes consistiam em controlar o vento.

A maioria dos Lins tinha penas amarelas de várias tonalidades, embora poucos tivessem penas brancas. Aqueles com penas brancas eram considerados chefes de tribos, Lins de grande importância.

A paz do planeta não durou muito tempo; no norte, a chegada de criaturas misteriosas trouxe destruição. Exatamente no local onde estava a relíquia capaz de conceder poderes de manipulação do vento, essas criaturas apareceram. Para adquirir o poder de manipular o vento, um processo especial era escolhido, e apenas alguns eram capazes de possuí-lo. A relíquia foi salva por um Lins; quando um grande cometa se aproximou para colidir no local, essa Lins protegeu e moveu a relíquia de seu local principal. Essa relíquia é chamada de Lanin, a pedra fistorica, e há suspeitas de que o cometa tenha sido causado por essa Lins, que moveu a relíquia do local original. Hoje em dia, ela é conhecida como Elinis, a Lins amaldiçoada.

Com a chegada desses monstros, o caos se instalou no planeta, resultando na extinção de muitas raças. Essas criaturas eram chamadas de Korkma, seres sem alma e desprovidos de bondade, que destruíam tudo em seu caminho e se alimentavam do que encontravam. Sua insaciável sede por carne levou a uma grande extinção em massa, cidades inteira destruídas. No entanto, os Lins, dotados de habilidades incríveis como o controle do vento, conseguiram construir três grandes muralhas, e nessas muralhas, a grande fauna se espalha por suas direções.

Todas as tribos se uniram em duas grandes cidades para se protegerem das criaturas. Na cidade imperial de Hagorth, as muralhas foram nomeadas: Sabedoria, Riqueza e Égide.

Elinor acabara de nascer. Sua mãe passava as mãos entre seus bicos.

— Ela será uma grande Lins, guardiã de toda a nossa sabedoria — disse ela com um sorriso, seu corpo enfraquecido pelo parto.

Seu pai, com semblante triste, tinha olhos que não correspondiam às palavras da mãe.

— O sangue amaldiçoado dela flui em nossas veias, não será nada fácil.

Gritos ecoaram na rua, e os dois Lins se olharam apavorados.

— Pegue-a, precisamos ir, eles chegaram...

Lágrimas escorriam dos olhos dela. — Elinor, por favor, sobreviva a tudo isso. E proteja a memória de nossa família.

Alinos, seu pai, saiu sozinho temido por sua mulher não ter forças para caminhar pelos esforços no seu nascimento, com ela em seus braços de uma casa com madeira fixa e flores coloridas que davam belos detalhes, O céu estava iluminado, pois não existia noite no planeta.

A tribo estava sendo cercada pelas criaturas Korkma. Suas presas eram muito grandes; embora alguns não fossem tão altos, essas criaturas podiam medir até dez metros de altura, andavam em quadrúpede com formas terríveis, embora o piores deles eram hexápode, com rabos longos com suas pontas afiadas, outros com espinhos, mas muita vezes sua cor roxa era enigmática e bela, os alfas sempre andavam em bandos. Atraídas pelo sangue, uma grande quantidade delas se juntava ao redor da aldeia.

Alinos colocou-a em sua montaria, um Gazoro dourado, que tinha um rabo longo e patas largas. Ele poderia correr e fugir das criaturas, com seu jeito gracioso ao olhar para o bebê. Seu bico era grande, e seus olhos eram de um azul tão claro e belo. Era um animal dócil que havia permanecido com os Lins por muito tempo.

Em cima dele, uma Lins estava montada. Preha segurava em seu braço direito uma lança e vestia a armadura de batalha dos Lins.

— Preha — exclamou Alinos. — Ela não é linda? Puxou os olhos da mãe. Preha, olhe para mim, preciso que você consiga fugir e mantenha a linhagem dela intacta. Tenho certeza de que ela será uma ótima manipuladora de vento.

Preha segurou-a em seus braços, olhou em seus olhos, suas bochechas fofinhas, seu jeito carismático. Ela sorriu. — Sim, ela é muito bela, se tornará uma ótima Lins. Deixe comigo, não permitirei que esses monstros desprezíveis a toquem.

Alinos se virou rapidamente, pegou sua lança que estava ao lado de sua casa e atirou em direção a um que estava muito próximo. Sua lança atingiu sua cabeça, mas a criatura continuou na direção dele, até que ele pulou por cima dela e a nocauteou com um chute.

Alinos se virou. — Rápido, fuja!

 Preha dirigiu palavras para Vizios, sua montaria. — Corra! Vá, como nunca, como o vento!

Alinos continuou lutando até perceber uma grande quantidade de Korkmas distantes. Os últimos de sua tribo estavam lutando até que o último morresse. Galena saiu da barraca com sangue saindo de suas pernas. Alinos correu até ela e a segurou. Olhou com todo o amor para seus olhos, então foram cercados pelas criaturas.

Preha corria contra o vento, passando por montanhas densas e pilares de pedra.

— Eles são muito persistentes!

Muitos estavam em sua cola, alguns quase a alcançavam, se não fosse pelas brechas que sua montaria conseguia esbeirar. Um grande trecho sinuoso para uma vala estava à vista. — Vizios! Eu sei que você consegue, como daquele jeito.

Ela olhava para a frente, com toda a esperança, carregando o pobre bebê em suas mãos. Vizios começou a correr pelas paredes por uma grande distância; os Korkmas atrás não conseguiram alcançar.

Elinor soltava um sorrisinho de lado enquanto passava quase de cabeça para baixo pelo trecho. Preha olhou para Elinor. — Mesmo nessa hora está sorrindo, és uma bobinha.

O final chegou, e Preha virou para trás, percebeu que as criaturas não eram tão espertas e não conseguiam atravessar os desfiladeiro. Um dia de viagem foi o necessário para chegar à primeira muralha.

Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now