Zodíaco - Singularidade

Capítulo 24 - Dragão Berserker.

— Eles se chamam Nerberos, são uma raça emergente na escala evolutiva 3, estão começando as navegações espaciais. Sua sede por sangue está em nível mais alto sem precedentes, suas tecnologias são baseadas em nitrogênio e carbono manipulado. São viciados em guerras, seu planeta de origem é Ailamis. Já destruíram dois planetas vizinhos em suas conquistas, e um deles está sob ataque. — Lúcia começou a descer as imagens que passavam pelo seu visor. — Relatórios de Dánaris dizem que precisam de reforço contra Senhores de Guerra em ascensão. 

  Azartar começou a sorrir, seus dentes afiados ficaram visíveis, cada um media o tamanho de uma mão de um humano. Todos se afastaram assustados. Magma deu um pulo e ativou um propulsor gravitacional e começou a observar os detalhes, verificando suas presas.

Soharis era um metro mais baixo que Azartar, também sorriu. — Os meus são mais retos, deveria tentar o implante do meu planeta natal.

— As presas de um Draco são o quanto ele representa seu poder nas batalhas — Azartar parou de sorrir —, Agora precisamos encontrar uma maneira de chegar até os líderes, olhem. — Ele apontou reto, outros Nerberos havia sobrevivido. Estava totalmente equipado com uma armadura de espinhos cobrindo todo seu corpo, somente seu rosto era visível, com um oxigênio em sua boca.

Se afastem... — disse Azartar, Roran mudou de expressão rapidamente, estava rindo dos dentes de Soharis, nunca teve a curiosidade de visitar a constelação de Taurus, não imaginou que teria seres da raça de Taurus com os dentes mais retos e brancos que o seu.

— Arhu' rar h 'a 'uhr ahruahr' kjs 'r'i ahruah ra'uh'ura! - gritou um dos Nerberos, distante em uma entrada da porta automática, ao seu lado estava mais dois.

  Roran identificou o padrão de linguagem e traduziu, logo passou o download para toda equipe. Azartar passou pela sua mente. — Interessante, essa raça é agressiva. Querem comer nossa carne viva? Que piada! — começou a gargalhar alto — mas não demonstra nenhuma dificuldade. Porém, para eles qualquer passo pode ser a morte. — Azartar olhou para Magma, Fred e Lúcia.

  Magma invadiu sua mente. — Você duvida da capacidade do raciocínio humano, meu caro Draconis, eu sei que sua raça depende de guerras, mas a inteligência dá capacidade de muito mais.

 Logo Magma estava mirando sua arma em direção ao Nerberos, calculando precisamente onde acertar na testa. Seu tiro foi certeiro e o Nerberos caiu no chão morto.

Os dois correram em sua direção, os que estavam juntos dele.

 Azartar e Roran acabaram com ele facilmente, destruindo seus corpos. Azartar então parou diante dos corpos deles novamente. Observou o que demonstrava mais agressividade, estava se curando. Então ele o capturou. — Soharis — afirmou Roran —, leve esse como prisioneiro, vamos descobrir o propósito do ataque. Também vamos descobrir suas estruturas biológicas e pontos fracos, onde seu planeta natal se localiza. Façam um escaneamento com a Starlight, quero todas as informações. Agora essa é a sua missão.

Soharis estava correndo para pegar o corpo e levá-lo até a nave, quando em cima de uma estrutura de combustão da nave, um inimigo desconhecido na escuridão atira. Atingindo as costas de Soharis. Ele então combusta em eletricidade.

— Não!! — gritou Fred, correndo em sua direção segurando o seu corpo pesado em seus braços. Suas mãos não conseguiam cobrir o rosto inteiro do Taurus.

— De onde veio?! — se perguntou Lúcia, se apoiou em uma lateral e começou a disparar de sua pistola.

Azartar disparou a tecnologia que prendia suas asas, e então começou a voar. Roran pulou com toda a sua velocidade pelas laterais da nave e foi em direção do atirador.

— Meus sensores não avisaram nenhum perigo — exclamou Magma.

Logo os dois estavam cercando uma criatura que não se assemelhava a um Nerberos. Ele estava com asas de borboletas e vestia uma armadura diferente dos Nerberos. Seu rosto estava coberto por uma máscara fina, que mostrava dois olhos largos em forma circular.

Ele estava sem alcance para um disparo, não tinha nenhuma arma de curto alcance. Então tirou uma lâmina muito fina, com uma bainha em forma de suástica.

— Soharis!? — disse Lúcia, segurando em seu ombro.

Fred chorava sem precedentes. — Você lembra daquela promessa? — disse ele, segurando suas mãos peludas.

— Que promessa seu bobo? — perguntou Soharis.

Fred começou a sorrir, limpou suas lágrimas. — Aquela de nos casarmos e nos mudarmos para um planeta com praias lindas e cachoeiras, onde seríamos deuses pelo resto de nossos dias. Que quando terminássemos a missão Zodíaco, a mais importante que existe para um Gaiano, e agora não passamos nem de um simples juntamento de equipe... Parece que subestimamos os Zodíacos, a vida na Gaia é muito mais fácil...

— Pronto, está feito. Cura completa — exclamou Magma, com um sorriso no rosto.

Soharis se levantou, ajeitou suas costas. — Para de drama, Fred, eu sempre estarei aqui.

Azartar desviou o golpe com muita facilidade, a lâmina passou pela sua direita. Para um alvo tão grande, Azartar tinha bons reflexos. — Eu sinto suas vibrações.

— Como ousa?! — gritou o Alien. — Você é bem grande! E como é capaz de entrar na minha mente?

Azartar não usou sua afiadora, estocou-a no chão da nave e a deixou no mesmo lugar. Azartar mandou uma mensagem para Roran. — Esse é meu. — Então foi em direção do inimigo, segurou a mão dele, aparando seu golpe, e com a outra mão pegou no seu pescoço, levantando-o no alto. Seu inimigo começou a se debater, mas sem sucesso, não conseguia mover um músculo de Azartar; suas asas de borboleta se esticaram e começaram a debater. Então Azartar abriu suas asas também, mediam três vezes o tamanho dele. Impressionado ao ver tamanha malignância de Azartar, o inimigo parou de se debater. O vermelho das asas e todos os detalhes delas deram um grande medo, sentindo a morte no encalço.

— Pare, eu me rendo! — disse ele.

— Qual é o seu nome?! — perguntou Azartar, sem resposta dele. Decidiu então invadir sua mente, quando era um ser mais inteligente era mais fácil se infiltrar nas camadas telecinéticas de seu neocórtex. — Gauri, da realeza de Brianna. Antigo exilado, traído do seu império. Inúmeras vítimas, trabalhando como mercenário nas horas vagas. Agora a serviço do império dos Nerberos, quer um planeta só para si.

  As lembranças foram passando, Gauri estava no conselho da rainha Brianna. Uma nave chegou e ele foi selecionado para cuidar de tudo, essa nave tinha semelhanças com os humanos. Então com mais muitos homens, Dánaris desceu e venceu Gauri em batalha, junto com outros humanos. Ele foi submetido. Mas Dánaris não queria guerra, somente veio em paz para diplomacia, se infiltrou na realeza, e se tornou cada vez mais próximo. Carregando o título de colonizadora e conquistadora, Dánaris tomou o título. Azartar sentia todo o ódio pelos humanos, por Brianna ter entregado o reino assim de mãos beijadas para humanos.

— Esse é o setor do Zodíaco de Gêmeos, e ela está em um dos planetas! — argumentou Azartar, logo imagens de assassinatos da própria espécie de Gauri passaram pela mente de Azartar, os olhos de suas vítimas implorando para que suas asas não fossem cortadas, enquanto outros Nerberos faziam o serviço. Azartar se enfureceu, tacou ele contra a parede da nave, ele sentiu suas costas doerem e começou a gritar. Seu capacete quebrou, mostrando seus olhos com pupilas verdes, um verde muito forte, junto com um brilho amarelo.

 Azartar cuspiu no chão. — Você é uma escória, traidor! Morrerá hoje, aqui e agora pelas minhas mãos.

Roran pulou na sua frente. — Calma, Azartar, temos que descobrir suas intenções. Se Dánaris exigiu reforços, significa que é um inimigo grande.

— Arhrrrrrr — grunhiu Azartar.