Capítulo 11 - 10000 Cesius.

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— Incrível!! — exclamou Brahms.

Ao contemplar a imagem diante de seus olhos, as formas das nuvens e nebulosas transmitiam sensações cinestésicas por todo o seu corpo, causando arrepios. Brahms se conectava com as múltiplas camadas da realidade ao observar aquelas imagens.

— Senhor Zodíaco, gostaria de uma taça de champanhe? — perguntou Brahms, pegando uma taça oferecida pelo garçom, que vestia uma roupa completamente tubante de cor vermelho-violeta, deixando apenas o rosto à mostra.

À sua direita, cinco mulheres dançavam com movimentos suaves, flutuando na ausência de gravidade. Sua elegância adicionava um toque final ao ambiente.

No centro estavam os grandes líderes. Lattar, ministro de Alfa Um, e sua esposa Calista, juntamente com outras figuras importantes, como capitães veteranos e generais.

Todos eles presenciavam uma grande cerimônia que revelava uma quantidade considerável de energia materializada extraída das nebulosas.

Das sombras emergindo da escuridão, infiltrava-se através de um programa acessível apenas em níveis elevados. Através de um implante no olho, obtido de um bilionário, Drahul adquiriu a visão necessária para se infiltrar nos sistemas de segurança.

Então, no centro, estava Drahul, sorrindo incessantemente. Segurando entre seus dedos, ele sentia a suavidade, a elegância, a exuberância que seu Quanavinataram carregava. Uma pequena pedra capaz de ampliar toda sua radioatividade, permitindo a criação de uma bomba de hidrogênio, algo com que os antigos homens sonhavam para suas pequenas guerras.

Drahul, então, cerrou os punhos. Cinco guardas próximos suspeitaram de sua ação em questão de segundos.

Seus olhos geram veias em seu cérebro, e seu punho começa a inflamar com a pedra em seu centro. Antes que os guardas pudessem intervir, um grande portal surgiu, criando um vácuo enquanto a poderosa explosão de Drahul sugava tudo ao redor em direção ao seu centro.

Enquanto tudo isso acontecia, Brahms estava saboreando seu champanhe, contemplando a Nebulosa. De repente, seu corpo foi despojado de suas vestes. Ele evaporou, liberando gases para a superfície. Seus fios de cabelo se eletrizavam como nunca antes, seu corpo se curava enquanto a pele mostrava alguns ferimentos ainda frescos.

Drahul estava lá, no centro, sentindo orgulho de tudo o que havia realizado, sentindo-se importante por ter cumprido seu objetivo. Os destroços do que um dia foi um palácio agora se transformaram em ruínas com uma cratera no centro.

Brahms emergiu das sombras e começou a aplaudir. — Que alegria, Drahul.

As risadas histéricas de Brahms foram diminuindo gradualmente enquanto ele se virava e fixava seus olhos no homem que não esperava encontrar.

— Brahms, da estrela de Regulus — suspirou Drahul.

— Sim, sou eu mesmo. Eu esperava mais cortesia... — nesse momento, Brahms ativou seus cabelos, fazendo com que todos eles se eletrizassem e desacelerassem a realidade por alguns segundos. Drahul não pôde reagir, mas naquela fração de segundos ele percebeu que seu fôlego de vida se esvaía, e então seu coração estava nas mãos de Brahms.

— Maldito cultista — disse Brahms, rasgando o coração diante dos olhos de Drahul, cujo corpo gradualmente tocava o chão.

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 Brahms estava sentado entre os escombros, perdido em reflexões. Titan pousou ao seu lado. As unidades de defesa aérea estavam todas desativadas, envoltas por um campo magnético.

— Onde estão os outros? — perguntou Titan.

Brahms levantou a mão e apontou para os destroços; apenas poeira e escombros restavam.

Titan cerrou os punhos e foi se comunicar com o Imperador.

A sala do Imperador estava completamente escura, com dezenas de cilindros e tubos conectados a uma câmera suspensa no centro, sem tocar o chão. O Imperador estava em hibernação em uma de suas cápsulas, depois de milhares de anos utilizando todo o poder do elixir que seu corpo poderia suportar e explorando inúmeras outras estrelas. Foi necessária uma combinação de tecnologias para mantê-lo vivo. Titan ativou seu Starlight, conectando-se ao Imperador, e logo se encontraram em uma praia. Ele estava lá, refletindo sobre tudo, segurando um copo de suco de abacaxi.

Illian caminhava pela praia.

— Senti uma grande perturbação em Gaia Rising, o que está acontecendo?

— Drahul... — respondeu Titan.

— O que aconteceu com meu filho?

— Ele está morto.

— Junto com outros capitães, o ministro de Alfa Um e sua esposa.

Os olhos de Gaia refletiam apenas sobre tudo o que ela havia feito por Drahul e sobre a falta de recompensa que ele demonstrou. Ela ainda conseguia imaginá-lo vestindo o uniforme e lutando por ela.

— Ele se perdeu, Titan. Você fez tudo para trazê-lo de volta. Essas foram as consequências de suas ações. Sempre previ a sede infinita por liberdade, aqueles que a quebram para realizar atos escrupulosos acabam pagando suas próprias consequências, com punição implacável.

— Ele feriu alguma espécie?

— Sim, alguns Naturinos, poucos Taurus e outras raças que estavam assistindo à apresentação das nebulosas.

 Gaia suspirou. — O que está feito, está feito. Não há como mudar. Não podemos permitir que algo assim aconteça novamente; isso apenas evidenciará o enfraquecimento do império. Não podemos confiar nos Generais novamente. Isso só resultará em mais guerras e guerras. Nosso sistema de alianças está funcionando. Gaia encarou Titan, que permanecia em silêncio.

— Está liberado — disse ela.

Titan assentiu com a cabeça e desligou seu Starlight.

O holograma de Gaia Rising apareceu em todas as cidades de Alfa, Beta e Omega, exibindo-se para todos os cidadãos.

— É com grande satisfação que afirmo que Sua Excelência, Príncipe Illian, está salvo, graças aos esforços de nosso protetor, Dellusion. Conseguimos garantir sua segurança. No entanto, todos os presentes no evento faleceram, incluindo nosso cientista mais renomado, Nagas Larc.

Titan não teve reação para informar ao Imperador que Nagas estava morto. Um dos cientistas responsáveis pela dobra quântica agora havia partido. Sua inteligência era de proporções gigantescas, uma mente brilhante para todos. Os dias seguintes foram dedicados ao luto por sua perda. As pessoas temiam um retrocesso, mas tudo o que Nagas Larc havia feito pela humanidade não poderia ser desfeito.

Brahms recebeu outra medalha de honra por ter impedido Drahul. Sua noite de bebedeira aconteceu em um dos cassinos mais luxuosos, acompanhado por cinco mulheres. Uma delas tinha seis seios e cabelos em forma de tentáculos. Brahms tinha um gosto especial por mulheres exóticas. Era uma de suas maneiras de escapar do luto.

Brahms refletia sobre o que Nagas havia feito por ele. Graças aos esforços de Nagas em mostrar que ainda havia uma chance de viver, Brahms conseguiu controlar sua estrutura de uma forma única. Passou por inúmeras vidas e enfrentou inúmeros lutos. Nagas proporcionou a Brahms uma verdadeira morte através da Matriz, conectado por uma rede Starlight. Brahms presenciou o que sempre sonhou em sua vida: a morte.

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Ryuujin caminhou pelo longo corredor que levava ao aposento real do Imperador. Na entrada, estavam posicionados dois guardas cyborgs altamente treinados, de nível quasar.

— O Imperador está esperando por você, caro Ryuujin — anunciou um dos guardas.

Ao chegar em frente à imponente cúpula onde o Imperador se encontrava, Ryuujin elevou-se no ar até a altura dos olhos do Imperador. Vê-lo naquele estado o deixava triste. Ele deslizou a mão sobre o vidro da cúpula, e inúmeros sentimentos afloraram dentro dele.


Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now