Capítulo 22 - Rainha dos Santores.

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  Brianna estava flutuando no líquido da câmara que Dánaris a entregou.

  Aquela realidade apresentada por Dánaris era completamente diferente. Brianna estava em uma das simulações quânticas para mostrar como funcionava a antiga Gaia, mas ela não imaginaria que seria tão real como imaginara. A Starlight deu frutos para sua imaginação, vivendo essa nova existência como uma humana que, seguindo uma carreira através de astronomia, mostrou-se uma mulher impactante e exuberante, atraída por muitos olhares. Tantas terras viajou e tantos momentos viveu.  Sol brilhando intensamente no horizonte, diferente do azul a que estava acostumada, davam-lhe sensações de paz e tranquilidade - momentos que a faziam querer voltar para sua câmera todas as noites. Esse tornou-se seu sonho costumeiro.

  Como Brianna , Rainha das Borboletas de Ailiram - nome dado por Dánaris por vislumbrar sua incrível capacidade teleguiada para todas as borboletas. No Planeta de Ailiram habita uma raça ancestral de borboletas que medem entre dez metros a cinquenta metros de altura. Elas são seres dóceis e odeiam a agressividade, alimentando-se principalmente de algaz que flutuam na densa atmosfera de Ailiram. Por isso, seus céus são sempre vislumbrados por esses incríveis seres.

 Com as completas tarefas que se seguiram, deixou um pouco de prazer. As criaturas de Nerberos estavam se movendo. Com a chegada da guerra, seu sossego estaria por fim. Próximo do seu planeta vizinho, existia outro chamado Ailamis - um povoado com Santores pacíficos, uma cidade inteira destruída por esses chifrudos chamados de Nerberos. Raças agressivas que têm como seu principal alimento tudo à sua frente. Suas naves primitivas ainda sem a capacidade de dobra, mas muito rápidas de assaltar, invadem os povoados e dizimam os Santores pacíficos.

 Brianna estava sentada no conselho, e no trono estava Dánaris atendendo aos pedidos. Observando que seu povo agora está sob o comando da nova líder dos humanos, Dánaris de Gêmeos.

 Nessa matriz, Brianna não se reconhecia como a rainha das borboletas Ailiram. Como ela poderia imaginar que era tão incrível assim? 

 Brianna se levantou de sua câmara, suas asas de tonalidades únicas com laranja e amarelo, com o cenário ao redor completado por madeiras, vaga-lumes que davam detalhes ainda mais intensos para suas tonalidades.

 Na entrada, Dánaris chegou. Sentou-se ao lado dela, na qual sentia as fadigas por sair da câmara. Dánaris a olhou nos olhos, e ela o encarou com seus olhos de cor castanho-mel.

— A matriz mexe com nosso coração, não sabemos se é real ou não, mas permanecer por lá só lhe trará mais sofrimento.

— Essa mulher que eu vivo, essa pessoa que eu vivo, ela já existiu?

— Não... A Matriz é diferente, ela existe graças a você. Não significa necessariamente que é uma simulação, é um mundo completamente novo através de novas camadas da realidade processadas pela sua rede neural. Essa rede neural abrigada é conectada com todos os seres vivos, uma forma da vida dar sentido para a materialização do ser. Nesse lugar para onde você vai, podem existir outros seres que estão no nosso universo padrão.

Brianna se sentou, parecia deprimida em seu olhar, mas de repente uma chama a invadiu. — Então aquele garoto pode existir aqui? — Dánaris tentou compreender de quem ela estava falando, mas nunca poderia saber. — Há esse garoto nesse sonho, lá tudo parece tão real. O sol queima minha pele e me traz uma força incrível. As borboletas são atraídas por mim, por onde caminho eu sinto a presença delas, o toque delas. Às vezes sinto elas sufocando pelo ar denso que a humanidade causa todos os dias, como se a própria natureza pedisse meu socorro nessa existência — disse Brianna de cabeça baixa — , eu não me vejo mais como uma Santores, mas sim como uma humana. Eu estava naquele barco com esse garoto, e o sol brilhava intensamente. Eu pude ver formas nítidas e sensações. Não seria cruel não saber quem eu sou agora?

Logo, imagens de Ryuujin passaram pela sua mente, seu corpo todo ensanguentado ao lutar contra um batalhão inteiro para proteger todos eles. Não pode ser ele, ou talvez, pensou Brianna.

— Você não pode, como disse, há uma ideologia em nossa crença em Gaia que há muito tempo existiu e uma que até hoje eu prego, ela se chama Budismo. As reencarnações, a base fundamental dessa crença, explicam de forma diferente a Starlight, pelo menos ao meu ver, que você está reencarnado nessa mulher, mas lá as leis são outras e uma linha alternativa no tempo. Talvez você encontre esse garoto nessa realidade, ou talvez já encontrou e não sabe — respondeu Dánaris.

Um guarda bateu na porta de madeira. — Senhora, há notícias urgentes.

Dánaris autorizou-o a entrar. — O que está acontecendo?

— Um vilarejo está sob ataque dos Nerberos, eles mandaram um sinal de socorro.

 Brianna e Dánaris se levantaram. Então Brianna disse. — Prepare minha Jewel e minha nave. Chame mais dez Santores com suas Riharys. Vamos mostrar para esses seres temerem nossa raça!

 Então Brianna, Dánaris e mais dez Santores viajaram para o planeta de Ailamis. A nave deles estava a uma distância de dez metros. Sobrevoando o sistema solar de Mebsuta, era possível ver seus treze planetas sendo atraídos por sua grande gravidade. Sobrevoando próximo da estrela era um risco caótico, sob cálculos direcionados chegaram até o planeta.

 Dentro da nave, o Nerberos identificou o inimigo, mas com facilidade, a nave de Dánaris disparou um feixe fino de laser e atingiu sua escotilha, explodindo-a inteira. De longe, o comandante deles sentiu e deu um urro, o que aumentou ainda mais sua sede de sangue. Os Santores estavam jogados no chão com todas as suas asas cortadas. Uma menina olhou para sua mãe, que estava amarrada ao seu lado, junto com uma sacola contendo todas as suas asas.

— Filha, está tudo bem, eles chegaram, eles finalmente chegaram.

Dos céus, enormes borboletas sobrevoavam, espalhando seu brilho de esperança sobre os Nerberos! Lágrimas dos prisioneiros caíram, agarrando os inimigos e levando-os para o alto ou despedaçando-os. Os Nerberos, com seus machados eletromagnéticos, tentavam atingir as Riharys, mas suas forças eram desproporcionais, apenas uma delas se feriu com sua asa chamuscada.

Garrum estava em ira. Gritou. — Em posição de batalha!

Dánaris e Brianna pousaram, Brianna carregando sua lança, atirou um plasma e atingiu os três do lado. Dánaris foi cercada por cinco deles e, ao se multiplicar em outra igual a si, cada uma carregando duas facas de laser, começaram a lutar bravamente. Dánaris, com seus movimentos leves, atingia o pescoço dos Nerberos, matando-os com facilidade. Depois da vitória incontestável, libertaram os prisioneiros. Mas um grande trauma havia sido imposto sobre eles, devido às suas asas cortadas.

A menina então abraçou a rainha de alegria, por nunca tê-la visto antes. Ver suas asas irradiando junto com sua Riharys deu-lhe uma alegria profunda. — Muito obrigado, nossa mãe... — Os Santores fizeram reverência e se ajoelharam.

Brianna encarou Dánaris, que agora era a nova rainha, e assentiu com a cabeça. — Está tudo bem, é um pouco difícil para os outros aceitarem eu como sua nova governanta — disse através da Starlight para Brianna .

Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now