Capítulo 51 - O Despertar

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— Jade, ele já está morto — exclamou Brahms.

Depois de desferir o último golpe carregados de sua vingança, Jade caiu no chão e desmaiou.

Com uma determinação inabalável, Brahms ergueu ela em seus braços. Com passos firmes, aproximou-se do buraco no teto da parede, um local onde improvisara um pouso após uma fúria repentina. Cada passo era um testemunho de sua perseverança, uma prova de que não importavam os obstáculos que surgissem em seu caminho Jade agora estaria salva. 

Flexionou os joelhos e pulou alto, enquanto o vento batia em seus cabelos e em sua armadura, Brahms notou o rosto desfigurado e delicado que Jade tinha em seus pensamentos perdidos, um estava fixo: "aqueles infelizes irão pagar por isso", dessa vez Brahms pensava em participar do conflito, não importando quem fosse se meter. Conflitos internos eram apenas respeitados em Gaia, mas em repentino terror, todos os Zodíacos seriam a última resistência, já não estava mais em Gaia.

"Abra a escotilha, estou com o resgate. Avise os outros também.", emitiu a mensagem para Jalios.

Jalios continuava a processar as informações da guerra, tocando piano em uma matriz divergente, ao se desconectar ouviu as formas de Brahms e deu um pulo da cadeira. — Sim, abrindo agora mesmo, em 3, 2, 1. Aliás, mestre, temos boas notícias. Todas as forças de Serkers foram cercadas e agora temos Valerian preso no centro, com metais densos nos quais os canhões de perfuração não estão conseguindo obter êxito. Acreditamos que ele obteve um material resistente não classificados ainda. Tememos que somente o senhor poderá abrir.

A escotilha abriu, e Brahms pousou em seu interior, caindo próximo à entrada de uma nave de assalto. Ela estava presa por correntes, sua aparência era fina, toda negra, com oito turbinas pequenas em suas bordas. A nave parecia ter olhos, com colunas sinuosas que davam espaço para uma grande membrana. Brahms tentou deixá-la o mais parecida possível com sua Inquisitora, mas não era possível ali sem a conexão da Starlight.

Ele se direcionou a uma porta automática e dirigiu Jade a uma estação médica, logo Jalios parou atrás dele.

— Se acalme, deixe que eu cuide dela — exclamou Jalios, enquanto seus tentáculos a seguravam.

— Tudo bem, tudo bem. Até que foi divertido.

Com uma expressão de satisfação, Brahms dirigiu-se à inovadora impressora de alimentos. Com paciência, inseriu os códigos apropriados e aguardou ansiosamente. Instantes depois, para sua alegria, materializou-se um delicioso prato de yakisoba de Gargalhios. Seus olhos brilharam ao pegá-lo, e com uma fome aparentemente insaciável, saboreou cada garfada com prazer evidente e crescente.

— Que prazer, que textura, que formosura, Jade, um dia você irá experimentar!! 

Jalios verificou todos os procedimentos médicos e realizou uma cirurgia complexa. Jade era determinada e iria aguentar. Sua cápsula ficou transparente para absorver luz mais saudável para seu corpo orgânico.

Logo todos os hologramas ficaram vermelhos, mostrando dados de localização dos inimigos. Jalios abriu seus grandes olhos, revelando os fios de circuito entre eles.

— Isso é impossível... Todos destruídos?

Um grito desesperado ecoou: "Atenção, uma mensagem de socorro!" O coração de Jalios disparou enquanto fitava o botão receptor, hesitando por uma fração de segundos que pareciam uma eternidade. A angústia tomou conta dele, pois em meros instantes, o mundo que conhecera desmoronou, escapando-lhe das mãos como areia fina. A realidade cruel  e inevitável se impôs, esmagando sua sensação de controle em um único e implacável segundo. Controle que Jalios sempre teve, verificando no mínimo cálculo, só que dessa vez, tudo parecia estar perdido.

Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now