Capítulo 77 - Ascensão de Rhor.

17 0 0
                                    

Rhorh'bar, um nome cuja pronúncia desafiava até mesmo Ryuujin após horas de tentativas, deixando-o frustrado. O cenário atrás dele revelava um abismo distante em meio a uma caverna desolada, com sinuosas íngremes preenchendo todo o espaço. Ryuujin levitou.

"Lúcia, preciso de sua ajuda. Escolha um nome para o novo Beta Monarca."

A mensagem foi enviada para toda a navegação. Alguns tripulantes da Armada de Draconis pularam de onde estavam, perplexos e curiosos. Como uma partícula de monarca poderia ser nomeada como um animal de estimação? Pensavam, sem compreender completamente o que Ryuujin estava dizendo.

"Criei um vínculo com as partículas dos Monarcas, meus dados estão sendo enviados. Seu próximo passo é ficar de guarda para que AIDA não perceba nossa presença."

"Sim, senhor! Mas espere, senhor, por que estamos avançando contra um novo monarca? De acordo com nossos dados, Brahms de Leão alertou todos a se afastarem e fugirem."

Ryuujin sorriu por trás de seu elmo e se comunicou: "Isso já foi decidido. Antes de ser enviado para esta missão, Gaia conversou comigo, e eu escolhi ser o próximo a enfrentar a nova ameaça."

Os Lighters começaram a tremer, alguns vomitaram no chão, outros tremiam. Os membros das Três Ordens mantiveram-se em guarda, com a cabeça erguida, mesmo sabendo que enfrentariam a possibilidade de destruição da matriz vital. Sentiram uma plenitude total com essa coesão.

— Agora vou chamá-lo de Rhor — declarou Ryuujin.

— Estou de acordo, desde que ajude a salvar meu planeta. Algo muito poderoso está chegando, e agora eu tenho confiança suficiente para mostrar para você! A existência do próprio universo, do próprio ser, da própria consciência, até mesmo isso que vocês chamam de privilégio. — Rhor tentou atacar com sua pata.

 Com destreza, Ryuujin esquivou-se habilmente para a direita, erguendo os braços e imprimindo uma pressão avassaladora no ar. Do solo emergiu um grande cristal verde cristalino, suas formas sinuosas e afiadas estacionando diante de Rhor. Pela primeira vez desde seu nascimento, Rhor experimentou o frio do medo, recordando o primeiro dia em que sua consciência despertou neste planeta.

 Nos primórdios, uma fome descontrolável o consumia, como um alicerce pesado sobre suas membranas. Reflexões sobre essas situações eram cruciais para Ryuujin, guiado por suas ondas neurais. Agora, como um ser renovado, Rhor buscava compreender as perspectivas e a metodologia que envolveram seu processo de transformação até alcançar a forma que estava diante dele. Sua aparência, assemelhando-se a um canídeo terrestre, mas esguio, certamente provocaria terror em olhos comuns se permanecesse em pé. Entretanto, para Ryuujin, isso era rotineiro; ao percorrer o cosmos, já havia encontrado inúmeras espécies aterrorizantes.

 Além disso, os olhos de Rhor assemelhavam-se à cor da nebulosa de Caranguejo, transmitindo uma sensação tranquilizante. Ryuujin poderia encará-los por horas, imerso numa sensação de bem-estar, concluindo que Rhor tinha um coração bom. Contudo, uma névoa negra começava a crescer em seu interior. Ryuujin ansiava por compreendê-lo melhor, por conectá-lo à sua Starlight, mas utilizar seus poderes telecinéticos para adentrar nas camadas de sua mente seria excessivamente arriscado, até mesmo fatal.

— Aqui nas proximidades, encontra-se uma cidade conhecida como Ternares, cujos habitantes enfrentam constantes ataques de criaturas que se assemelham a mim, embora sua aparência seja ligeiramente menos encantadora que a minha.

Houve uma certa ironia percebida por Ryuujin. Então, ele disparou uma onda de gás que acendeu uma chama no centro da caverna, emanando tons verdes que cintilavam como a plenitude do ar.

Rhor se acomodou ao redor. A aparência de Rhor lembrava Ryuujin de um antigo animal que ele encontrara e domesticara em um distante planeta. Saltitava alegremente entre as belas árvores do Planeta de Drenius. No entanto, como último adeus à vida e à longa expectativa de Ryuujin, ele faleceu.Sem dúvida, ele seria menor, muito menor. Em contrapartida, essa raça assemelhava-se aos cães de Gaia. Ele o acompanhava através das matrizes em seu coração, adentrando ocasionalmente em uma das camadas da Starlight para compartilhar momentos ao seu lado.

 Talvez Rhor não compreendesse esse propósito; ele não poderia conectar-se à Starlight. Após inúmeras tentativas de implantar componentes nele, os dados de Magma indicavam que Rhor, segundo a singularidade em questão, estava baseado em carbono e uma nova substância. Apresentando uma falha na conexão primária com o RNA.

— Esta cidade me acolheu durante meu crescimento. Era como um ser vivo, ou melhor, eu sou grato a um ser vivo. Nela, absorvi suas moléculas e, como um vírus, transformei-me. Diferentemente das outras partículas, era como um pobre animal em sua forma filhote. Sua mãe, no meu momento de nascimento, foi morta junto com meus irmãos.

Zodíaco - SingularidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora