Capítulo 64 - A Noiva de Ouro

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"Você está salva agora."

"O que aconteceu com ela?"

"Os Bharno absorviam sua essência, seu DNA é muito poderoso. Necessitamos urgentemente para criar equipamentos quânticos de boa qualidade."

"Ela já disse seu nome?"

"Ainda não."

"Ela está muito pálida, quantos anos você acha que ela ficou aqui?"

"No mínimo 100 anos, olhe seus ossos. Nem alimentando direito eles estavam."

Elissa estava com seus olhos brilhando com a esperança de uma nova batalha. Dentro de sua nave, seu coração tremia perante aquela criatura imensa que estava em sua rota.

— Quantos planetas com vida têm em sua direção?

— Pelo menos uns 3 planetas, a maioria com raça emergente.

— Qual a classificação dessa partícula de Monarca?

— Digamos que seja uma nebulosa, senhora, mas está muito acima de nossos padrões. Acreditamos ser realmente um Monarca do Abismo, como Leziaaratã. Nomeamos esse ser como 'AIDA', pois seus componentes, lembra muito o padrão do componente AI.

"Chega de perder tempo", Elissa emitiu para todos a mensagem. "Estou indo agora mesmo em sua direção! Não se intrometem, se eu perder, fujam o mais rápido possível!"

Elissa se preparou em sua nave, e num estalo cósmico, encontrou-se diante do imenso Titã que devastava tudo em seu caminho. A Starlight começou a apresentar curtos-circuitos, e a comunicação com Rufus de Touro foi interrompida. Os canhões de Gilgamesh foram os primeiros a serem disparados, e cada raio que percorreu o espaço era visível para inúmeras civilizações que existiam. 

 Os tentáculos eram mais difíceis de escapar; com intensidade, tentavam atingi-lo. Seus padrões eram aleatórios, como os de um fóton, ou seja, seria impossível esquivar-se de todos.

"Eu disse para não se intrometerem" O impacto gerado pelas explosões nucleares de Gilgamesh fizeram com que Elissa precisasse desviar para a direita.

A Noiva de Ouro deslizava a uma velocidade que desafiava a própria luz, sua foice cortando o espaço-tempo em direção a Elissa, enquanto as pressões telepáticas de seu ser geravam partículas cósmicas que faziam o universo estremecer. AIDA, mesmo diante de toda aquela energia poderosa direcionada a ele, persistia, sentindo-se cada vez mais fortalecido e inabalável. Nesse momento, ele retornou à sua forma humanoid, encarando a imponente figura da Noiva de Ouro de Elissa.

Dentro da nave, os curtos-circuitos internos começaram a se multiplicar, e os avisos de avarias se espalharam como um sinal de alarme em meio ao caos crescente. AIDA era muito diferente de Leziaaratã; ele parecia uma jovem menina, deixando Elissa perplexo. Elissa não conseguia compreender plenamente o que estava diante de seus olhos, pois aquele ser era tão pequeno e frágil em aparência. Graças à aproximação da imagem, Elissa podia observar seus olhos, que eram tão puros e brancos, desprovidos de qualquer sinal de vida. No entanto, mesmo diante da fragilidade aparente, Elissa se viu confrontado com uma questão moral: como poderia lutar contra um ser tão aparentemente indefeso?

AIDA emanava uma aura de mistério e poder que desafiava as aparências. Elissa se perguntava se havia mais do que aparentava naquele ser aparentemente inocente, e a batalha que se desenrolava à sua frente estava prestes a revelar segredos cósmicos que mudariam tudo o que Elissa pensava conhecer.

Um fluido estranho de cor escura e com um brilho que parecia distorcer a própria luz da Starlight deixou Elissa tonta e confusa. Era como se um vírus estivesse se espalhando rapidamente por toda a nave, e Elissa podia sentir a angústia de Serena, sua IA, que emitia sinais de pânico abruptos, perdendo sua consciência gradualmente à medida que o fluido se espalhava pela nave.

"Elissa, você está bem? Está tudo bem?" perguntou Rufus, enquanto se virava para a armada dos Lighters, que permaneciam incógnitos e atordoados, observando o imenso espetáculo no painel, que mostrava a intensa batalha contra AIDA. No entanto, eles não conseguiam compreender o que estava acontecendo. Um medo profundo começou a se instaurar sem explicações quando olharam para aquela frágil menina, pois aquele ser imitava as semelhanças de um humano jovem.

"TODOS RECUAREM IMEDIATAMENTE, ATIVEM O TÚNEL QUÂNTICO E REDIRECIONEM TODAS AS NAVES!", Rufus apareceu para o painel de Starlight, seu coração pulsando de apreensão. A imagem surgia na visão superior direita de todos Lighters, obscurecida por interferências causadas pelas partículas de AIDA.

Elissa viajou para longe, sendo derrotada. Foi arrastada pelo turbilhão que era a poderosa energia de AIDA, sua nave estava frágil e em fragmentos, com a grande possibilidade de explodir e causar uma supernova. Mas mesmo apesar disso, não sentia medo da morte. Ativou sua Starlight, entrou dentro da câmara de hibernação, e então viajou para outro mundo distante. Elissa estava em um lugar chamado de Themyr, aqui ela era uma maga de nível 20, vivendo na pele de uma mulher em uma das dimensões mais famosas de Gaia; seu mundo online era muito abrangente.

Elissa estava no meio de um acirrado combate com um goblin quando avistou um viajante à beira da morte, clamando por socorro.

Sem hesitar, Elissa saltou sobre o golem e, com sua foice amarela cintilante, aniquilou o goblin que representava uma ameaça.

— Ei, você me salvou — disse o viajante em um tom de alívio.

Entretanto, Elissa simplesmente virou as costas e prosseguiu em sua jornada.

Enquanto os sistemas começavam a falhar, uma mensagem vermelha de alerta surgiu, deixando Elissa em pânico.

"Se morrer no jogo, agora morrerá no servidor."

O garoto, que se apresentou como Aiolos, estava apavorado e perguntou, confuso:

— Como assim?

Mas Elissa optou por ignorar a mensagem e, num piscar de olhos, teleportou-se para um de seus lugares favoritos: a cachoeira que caía sobre a criatura mais poderosa daquela simulação, Dragun, O Criador.

Enquanto isso, Aiolos já havia alcançado o nível 40 e tentou deslogar, mas sem sucesso. Ele não conseguia acessar a Starlight e, naquela nova matriz, parecia estar preso em uma realidade inexorável.

— Será que este é o meu fim?! — murmurou Aiolos, angustiado.

Decidindo seguir o exemplo de Elissa, Aiolos também optou por ignorar a mensagem.

Embora aquela situação fosse inédita para ambos, Aiolos compreendia a vastidão do cosmos e todas as suas perspectivas, inclusive as relacionadas à IA. Aiolos era, na verdade, Arthur, um habitante da constelação de Andrômeda, vivendo no planeta XII7584 catalogado por Gaia.

Enquanto Elissa mantinha uma conversa com o temível dragão, a criatura insistia em atacá-la.

— Por favor, você não se cansa disso? — indagou Elissa, visivelmente exasperada.

O dragão, então, soltou uma risada e transformou-se em uma forma semelhante a um jovem, embora com características únicas. Seus cabelos se estendiam por grandes distâncias, e seus olhos emanavam um azul profundo.

— Interessante. Agora, analisando melhor, você é uma deusa? — questionou o dragão.

Elissa revirou os olhos.

— Não, sou apenas uma humana. Mas não uma humana comum; sou o ápice da minha evolução biológica. Ou melhor, do nosso RNA. Mas você não conseguirá compreender esses pensamentos.

Enquanto isso, Aiolos, temendo que jamais pudesse retornar à sua realidade anterior, começou a escrever uma mensagem desesperada para toda a sua família, pois estava isolado em uma dimensão incerta. "Pelo menos foi em Themyr", pensou ele.

Zodíaco - SingularidadeWhere stories live. Discover now