T r o i s

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Tat's Deli ficava na Pioneer Square, 159 Yesler Way. Uns nove a dez minutos de North Beacon hill, onde eu recentemente morava. Talles, Kris e eu fizemos uma promessa de ao menos duas vezes no mês, irmos até Tat's Deli, nem que seja para tomar um copo de água e irmos embora logo depois. Foi uma promessa feita após eu revelar meu grande apreço pelo lugar.

Depois que passamos a morar juntos, chegamos a ir três vezes no lugar até então. Ressaltando que morávamos juntos há quase cinco anos. Foi nesse momento que começamos a perceber que na vida, as promessas mais simples, eram quase sempre as mais difíceis de serem mantidas.

Naquele pitoresco e reconfortante lugar, eu estava sentada em uma mesa para dois, onde à minha frente estava sentado um belo exemplo de como a vida nos faz quebrar promessas como ondas que se quebram contra as rochas. De forma natural, mas, com consequências desagradáveis de se lidar.

— Você ganhou, o lugar não é tão ruim assim — revelou Jungkook, se encostando no encosto da cadeira, após finalizar seu Twinbuger Sub.

— Não é tão ruim assim? Ele é perfeito.

— Não exagere — brincou com a chave do carro. — Não vai me dizer porque esse lugar é tão importante para você? — em minha mente se passou um curto filme daquele momento. Me imaginei contando a razão, e logo em seguida ele rindo pelo motivo ser tão tosco. Mesmo sabendo que ele não seria capaz de um comportamento tão patético, prefiro mudar o rumo da conversa.

— Já se passaram duas horas e não falamos nada que seja válido para isso ser considerado um jantar de negócios.

— Se você soubesse o que essa pressa toda provoca em mim, não faria novamente — murmurou para si mesmo, mas deixando o tom de aviso em sua voz bem evidente.

— Eu tenho mais o que fazer, Jungkook, podemos então dar continuidade ao que vinhemos fazer? — apressei por mais uma vez, querendo provoca-lo. Observo com atenção demais sua língua deslizar entre seus lábios, enquanto seus olhos tinha-me como atração principal, brilhando em algum pensamento que sem dúvidas fariam um rubor aparecer em minhas bochechas, se caso eu soubesse o que ele pensava.

Sem uma resposta, ele tirou do bolso do casaco o celular, colocou sobre a mesa e deslizou até minhas mãos. Confusa segurei o aparelho, e com os olhos indaguei à ele o que deveria fazer. A maneira que me olhou dizia que eu devia fazer o óbvio, ligar o aparelho. Me sentindo uma criança burra, eu destravei a tela e a primeira imagem que surgiu me pegou de surpresa.

Há um tempo atrás, em uma conversa distraída que estava tendo com Talles em uma cafeteria qualquer perto da galeria, eu comentei que estava sentindo uma sensação esquisita de estar sendo observada. Obviamente Talles riu e brincou, dizendo que a sensação era apenas minha imaginação fértil. No fim das contas acabou não sendo minha imaginação fértil me pregando peças. Eu realmente estava sendo seguida.

No automático fui passando as fotos, e cada uma delas causava um pânico diferente em meu peito. A cada foto passada eu era pega em uma situação diferente do meu cotidiano. Grande parte se concentrava no meus dia dia na galeria, outras eram aleatoriedades da minha vida, como eu no parque com Talles e Kris, indo à casa da minha mãe, no mercado e diversas outras situações pessoais.

— O que é isso? — soltei o celular, agora concentrando toda minha atenção em Jungkook.

— Aparentemente surgiu um interesse peculiar no meu pai — comentou franzido o cenho, como se aquilo ainda lhe fosse bem complicado de entender. Provavelmente era. — Algo em você aguçou o interesse dele, já que ele está bem empenhando em saber o que você faz no seu dia dia — mesmo sendo leve, notei um pouco de irritação envolver suas palavras.

1 4 3 • jjkWhere stories live. Discover now