V i n g t - s e p t

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"As vezes fazemos escolhas que não fazem sentido a ninguém além de nós mesmos. E está tudo bem, você é a única que deve entender suas escolhas"

Era como se minha mãe soubesse exatamente o que dizer quando mais ninguém sabia. Papai costumava afirmar que ela era a nossa super-heroína particular, pois não importava o quanto tentávamos esconder, ela sempre iria perceber quando algo estava fora de sua ordem.

Nunca contei à ela o que aconteceu naquela festa de Halloween. Talles, Kris, Tânia e Yuri eram os únicos que sabiam o que havia acontecido. Não que ela não tenha desconfiado do meu repentino comportamento que, de acordo com todos, mudou um pouco do habitual. Ela questionou se tudo estava bem, e eu quis dizer a verdade à ela inúmeras vezes. Mas acabava sempre ocultando a verdade. Era o melhor que tinha a se fazer, mamãe não podia lidar com Brad e seu imenso poder financeiro.

Não me arrpendia da escolha que fiz. Assim como ela me protegeria com unhas e dentes, eu não me importaria de fazer o mesmo.

— E se eu fizer isso? — de repente sou surpreendida com um beijo. Pisco espantada, mas tão vergonhosamente correspondo ao ato sem mesmo pensar duas vezes.

— Você é um idiota — resmungo mordendo seu lábio inferior. Ele sorriu, pouco se importando com meu resmungo. E se não fosse minha iniciativa em se afastar, ele teria aprofundado o beijo, e talvez, o que era bem provável, me convencido a tirar a roupa.

— Mas fiz você voltar ao mundo real — vanglareou se encostando no banco. — O que você estava pensando?

— Sobre não ter contado antes — solto um suspiro esgotado. — Eu precisei esconder de todo mundo. Não queria minha mãe envolvida, e sinto que se caso te contasse, muita coisa poderia acontecer.

— O quê poderia ter acontecido?

— Você quebrar a cara dele? — questiono cáustica. Sem tentar esconder ele sorriu satisfeito por saber que eu tinha razão. — Mas, eu queria muito te contar, por vezes imaginei você indo até ele e quebrando aquele filho da mãe. Mas novamente, eu tinha medo do que ele podia fazer, sabe, gente com dinheiro pode ser bem assustadora quando quer.

— Queria poder discordar — disse pensativo. Distraidamente, ou aparentando distração, sua mão apertou minha coxa.  — Você tem certeza que quer continuar com isso? Eu posso resolver esse problema por você.

Em um revirar de olhos eu desço do carro. Ele seguiu meus passos. Um óbvio incômodo com minha decisão em deixa-lo de fora do que estava para fazer brilhava em seus olhos. Abro um sorriso ladino, o forçando a revirar os olhos. Eu não me cansava de admirar o quanto Jungkook ficava incrivelmente fofo quando emburrado.

— Total certeza — Me sento sobre o capô, e com o dedo o chamo para se aproximar. Relutou por segundos, até que sem escolha faz o que mando. — Eu consigo lidar com meu passado — asseguro o puxando para ficar entre minhas pernas.

— Não que eu duvide, mas prefiro estar junto para resolver esse problema.

— Você vai usar a violência assim que ele abrir a boca — inclinou a cabeça, ameaçando me beijar novamente. 

— E o que você pretende fazer mesmo? — Perguntou provocativo. Antes que o beijo acontecesse eu o empurro.

— Uma conversa amistosa — dou de ombros. Sendo ousando ele voltou a se aproximar, sua mão pervertida deslizou por minha coxa, indo até o cós do short. — O quê é isso?! — olho assustada para ele e o objeto que tirou de trás das costas com a outra mão.

— Uma Glock G19 — respondeu em uma calma que chegava a ser assustadora.

— Meu Deus, Jungkook! Isso é uma arma.

1 4 3 • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora