D i x - s e p t

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Em toda minha vida sempre havia tomado decisões horríveis. Papai costumava me dizer que tinha péssimas escolhas, mas que no fundo minhas escolhas sempre acabavam, de uma maneira nada explicável, dando certo. Seu pensamento era bastante questionável, tendo em mente que muita escolha minha já havia dado merda.

Como naquele exato momento. Estava pronta para trilhar mais um caminho incerto na minha vida. Um caminho com 100% de chance de dar errado. E por pura e espontânea vontade de escolha.

— O que está acontecendo aqui?

Hank questionou sentado confortávelmente na cadeira atrás da grande mesa de carvalho, enquanto meus saltos faziam um som dramático a cada passo que dava para dentro da sala gelada. E eu tentava, a todo segundo passado, não me atrapalhar e tropeçar em meus próprios pés.

— Hank, há quanto tempo  — saudei com o sorriso mais cínico que já havia dado em minha vida. As portas recém abertas com violência se fecharam, deixando-me sozinha com o homem.

— Rosellyn — pronunciou ele recuperando-se do susto. Se levantou para me recepcionar da maneira que deveria. — Qual seria o motivo de sua inesperada visita abrupta?

— Você estava à minha procura. Aqui estou eu — continuo com o sorriso.

— Não acho que a melhor forma de conseguir contato comigo seja invadindo meu escritório.

— Engraçado, por que não me ligou ao invés de invadir meu apartamento? — franziu as sobrancelhas. Fingindo inocência.

Automaticamente me lembro do aviso de Jungkook, sobre não comentar nada de Joshua com Hank. A razão eu não sabia. Mas se ele achava melhor assim, assim eu faria. Mas ali, infelizmente não consigo seguir com o plano, ao menos não por completo.

— Talvez eu não saiba do que você esteja falando — Me surpreendo com sua capacidade em ser falso e deixar isso tão evidente. Provavelmente era sua intenção. Se escorou na cadeira, olhando-me com humor dançando nos olhos. — Como conseguiu passar por minha secretaria?

— Não é como se ela gostasse de você e prezasse por sua vida. Qualquer um com a intenção de te matar seria bem vindo — dou de ombros, adorando assistir sua careta em desgosto por minhas palavras serem verdades.

— Sua intenção aqui é me matar?

— Vai depender muito do decorrer do meu humor ao longo da nossa conversa — deu um meio sorriso. Algo em minhas palavras o animava. Estranhamente sinto a presença de Jungkook nele. Mesmo que não aceite, Jung não podia negar que tinha muito da personalidade do pai.

— Sua hostilidade continua intacta — disse baixinho. Estar ali, prestes a mentir sobre minhas intenções com Jungkook, deixava-me hostil o suficiente para ser necessário filtrar cada palavra a ser solta. — Mas você me parece mais madura. Uma mulher que carrega nos ombros uma grande decepção amorosa sempre evolui mais do que as outras.

— Demos graças ao seu filho — me sinto estranha brincando com aquilo. Hank sorri. Gostando da provocação.

— Talvez a culpa foi sua, por acreditar que Jungkook é inocente. O que ele nunca foi — prefiro ignorar suas palavras. Seu histórico com o filho não era dos melhores, não acreditaria em nada que saísse de sua boca.

1 4 3 • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora