V i n g t - s i x

3.3K 368 189
                                    


31 DE OUTUBRO
6 anos atrás


A festa de Halloween que o terceiro ano elegeu como a melhor do colégio, apenas pelo simples fato de ter sido preparada por eles mesmos, colecionou memórias suficientes para serem lembradas até por aqueles que nem esteviram lá.

Da piscina no ginásio batizada com mais de mil litros de suco de groselha diluído em vodca, ao incidente de um dos alunos pulando do terceiro andar do dormitório masculino direto para o chão, milagrosamente sobrevivendo sem nada além de uma perna e um dedo quebrado.

Naquela noite eu trajava a icônica, isso de acordo com Talles e Kris, fantasia da personagem Mathilda, do filme León: O profissional. E apesar da desavença de Tânia contra a roupa, fui muito elogiada pelo grupo de teatro e filme. Se bem que, grande parte dos elogios partiram de homens. 

— Mathilda — o nome foi dito por uma voz forçadamente grossa, arrastando o thilda por mais tempo que o recomendado. A figura parada ao meu lado sorria por minha reação indiferente. — Por que raios você decidiu que uma fantasia da Mathilda seria interessante? — Perguntou Tânia.

— Porque é.

— Ah, tanto faz — resmungou ela sentando-se desajeitada na cadeira ao lado. Sua fantasia de abacate não ajudava muito em seus movimentos.— Até quando vai ficar sentada aqui encarando ele?

Automaticamente meus olhos são levados até a pessoa denominada efaticamente como ele. Ocupando uma das mesas consideradas pelos alunos como a mesa vip, estava Jeon Jungkook. A pessoa que eu poderia denominar facilmente como um anjo. Embora ainda não foi decidido se ele era um anjo caído, ou apenas um anjo decente.

O peso da balança despencava cada vez mais para a escolha do anjo caído. Uma das razões poderia ser Kathy. Ao redor da mesa havia mais duas cadeiras, mas a garota acreditava ser mais interessante sentar no colo dele. E assim ele permitia ela continuar.

Não que eu tivesse direito de sentir ciúmes. Não existia relação alguma entre a gente para que a palavra ciúmes fosse citada. Jungkook estava longe da minha realidade. Por mais que frenquetavamos o mesmo colégio interno por quase três anos, ele ainda continuava distante. E eu também não fazia questão alguma de me aproximar. Precisava constantemente me lembrar de que declarei a mim mesma que Jungkook era só mais um rostinho bonitinho no mundo, que ele não valia o deslinhamento dos meus chakras.

Mas quando estávamos no mesmo ambiente, manter meus olhos afastados dele era como uma missão impossível. E eu não fazia questão alguma de torná-la possível.

— Aí! — reclamo do beliscão desferido em meu braço. Tânia me encarava de cara feia.

— Você viajou e me deixou falando sozinha — reclamou a coitada.

— Me desculpa.

— Não tem desculpa, você deveria tomar coragem e ir até ele. Que porcaria, você é linda! Até mesmo vestida de Mathilda, o que te deixou uma baita de uma gostosa, então vá falar com ele! — sua voz alterada chamou atenção da mesa ao lado.

— Nunca. Ainda mais agora, que ele está prestes a fazer algo mais interessante — observo Jungkook ser puxado por Kathy para fora do salão. Não era preciso muito para saber o que eles iriam fazer longe do olhar de todos.

— Que cachorro — reclamou Tânia inconformada. Não importava se ele era ou não um cachorro, a questão era que a porcaria do meu coração decidiu que seria Jungkook a razão de suas batidas desfreadas. Mesmo que nunca tivéssemos trocado mais que duas palavras durante esses três anos.

1 4 3 • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora