S e p t

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Jungkook


Minha mão tremia, e não era nem mesmo culpa do frio que castigava Seattle naquela sexta-feira. Fazia dois minutos que estava diante da porta de número 67. Hesitando pelo que parecia ser a sétima vez em apertar a campanhia. O que tinha ao outro lado da porta me assustava. Mesmo depois dessas duas semanas, eu ainda continuava estranhamente incomodado com ela.

Deixando de lado o que me perturbava, por fim aperto a campanhia. Tive receio do ato ser celebrado por alguém que me espiava através do olho mágico, mas apenas o barulho abafado da campanhia soando pelo apartamento se fez presente.

Segundos depois ela abriu a porta. Com afobação e um sorriso de orelha a orelha. Sem controle meus olhos examinaram cada parte de seu corpo, me perdendo um pouco ao notar que ela apenas usava uma blusa grande na cor cinza. Ou que costumava a ser cinza, e que perdeu a cor única para as milhares de manchas de tinta.

— Por que está toda suja de tinta? — questiono a questão que me tiraria do transe que era encarar suas pernas.

Rosellyn estava de coque, preso por uma caneta. A camisa, a qual eu ainda implorava para estar acompanhada de um short, e mais nada. Na verdade, tinha sim. Dos pés a cabeça se encontrava vestígio de tinta. Até no canto de seus lábios, onde precisei controlar o impulso de esticar a mão e limpar com o polegar o respingo de tinta branca.

— Resolvemos o caso Joshua! — ignorou minha pergunta. Dando pulinhos ela me convidou a entrar. Diferente do que imaginei, apenas ela estava suja de tinta, o apartamento permanecia limpo, e não recebendo uma nova cor, o que achei que ocorria ali para ela estar daquela maneira. — Talles e eu passamos essa semana toda tentando encontrar uma maneira de me colocar no radar do cara, e achamos a melhor solução — correu direção à mesa, pegando em seu notebook.

Fecho a porta a qual ela deixou aberta e me aproximo aos poucos. Ela estava elétrica, sorria demais, falava rápido demais e não sabia ao certo no que concentrar sua atenção.

— O quanto de café você bebeu? — questiono já sabendo o motivo de todo seu agito.

— Uma garrafa toda — sinalizou por cima do ombro uma garrafa térmica de café. — Talvez tenha sido três — acrescentou, tentando se lembrar do quanto exato bebeu.

— De repente, seu relacionamento com café passou a ser abusivo — brinco, mas no fundo me preocupando de verdade.

— Isso agora não importa. O que importa agora é que depois de algumas pesquisas mais profundas, descobrimos uma coisa — Me chamou para mais perto. Ela não percebeu quando recusei me aproximar mais do que estava. Um dos meus pontos fracos sobre ela, era seu perfume, o qual pude constatar semana passada que mudou de baunilha para uma mistura sensual de pêssego com mel. Estranhamente combinava com ela. — Érotique — disse ela em uma voz baixa, beirando ao sensual, exatamente como a palavra que havia acabado de dizer.

— O quê? — perguntei confuso. Ela sorriu mais uma vez.

— A boate Érotique. Conhece? — Me senti um idiota por ter me afetado com ela dizendo uma simples palavra.

— Claro. É umas das boates mais caras e tumultuosa de Seattle.

— E que pertencente à Joshua Cavan — mordeu o lábio inferior, segurando o sorriso espertinho de alguém que tinha em mãos uma descoberta perigosa.

— Tá me dizendo que Joshua é proprietário da Érotique? Não acha que é um pouco de loucura?

— Era loucura, até ontem — Não conseguindo permanecer quieta, ela se sentou de joelhos na cadeira e se debruçou sobre a mesa, com intenção de me mostrar algo no notebook. — Karla surtou. Ela não aguentou ser a mulher do trocado para o ônibus e foi tirar satisfação com Joshua sobre o ocorrido. Pelo que parece, ele se sentiu culpado com os sentimentos feridos da mulher, então resolveu presentea-la.

1 4 3 • jjkOnde as histórias ganham vida. Descobre agora