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N e u f

Rosellyn

E por fim, após anos me corroendo em curiosidade, eu descobri um segredo familiar do meu ex namorado. Não que tal segredo tenha me deixado animada, por finalmente saber algo de mais profundo da vida de Jungkook, muito pelo contrário.

Descobrir que estava sendo alvo do pai do meu ex namorado, apenas por ter a mesma habilidade que a mãe dele, não era exatamente o que me deixava feliz.  Em hipótese alguma havia, na minha vida inteira, imaginado que criar um hobby com pintura fosse criar uma situação bizarra como a qual estava agora. Era uma coincidência que chegava a gelar a alma de tão bizarra.

— Meu pai costumava dizer que minha mãe tinha um dom peculiar. Ela aprendia rápido demais, mas somente o que era interessante à ela — disse Jungkook. — Isso me soa familiar — olhava-me como se pudesse ver o mais obscuro dos meus segredos.

Comecei rescusando a aceitar que uma das minhas qualidades era aprender rápido. Mas era apenas fuxicar um pouquinho do meu passado, e do presente, que encontraria evidências sobre a maneira como a qual tinha facilidade em aprender coisas específicas. Assim como a mãe dele.

Eu era uma negação para estudos, qualquer coisa relacionada à matérias de escola me assustava. Mas o assunto mudava quando me envolvia com o estranho e peculiar mundo da arte. Confessava que não entendia tudo tão profundamente, não era como se estivesse me empenhando para me torna uma versão feminina de Leonardo Da Vinci dos tempos modernos. Eu não respirava arte e muito menos vivia para ela, eu apenas encontrei nas pinceladas um refúgio dos sentimentos que me atormentavam quando pensava demais.

E isso me levou diretamente à pessoa que causava todos meus sentimentos confusos.

— Como seu pai descobriu? Para que descobrisse era preciso estar me vigiando desde o princípio...Ele estava? — perguntei após ter ficado, o que pareceu ser uma eternidade, em silêncio.

— Meu pai sempre teve a convicta certeza de que você é um risco para mim — Começou ele, não respondendo minha pergunta. — Ele acredita que entre todas as mulheres com quem já me envolvi, você tem mais chances de se tornar algo a mais.

— O que seria esse algo a mais? — ignoro a inquieta agitação ao escutar ele assumindo ter se relacionado com outras. Aquilo não era momento para o rebuçado do meu ciúmes surgir.

— Na visão dele, uma mulher por quem eu seria capaz de fazer tudo.

Me sinto nervosa quando ele se colocou de pé e se aproximou. Eu estava toda suja de tinta, ainda não havia tomado banho e estava acordada há 22 horas. Meu rosto naquele momento não estava sendo os dos mais agradáveis.

— E eu realmente seria essa mulher por quem você faria de tudo? — trocamos olhares, e ele resolveu usar do silêncio como resposta. Aquilo foi um possível sim. — Jungkook...

— Meu pai acreditava que você seria uma arma eficaz contra o filho rebelde. Por tal razão ele começou a te seguir assim que terminamos, mas logo depois ele conseguiu descobrir que você se interessava por quadros de arte, e passou a observar seus passos com muito mais interesse.

— Tudo? — sentia que não estava absorvendo tudo conforme deveria. Era como se estivesse assistindo um filme tosco de crimes e agentes secretos. Concordava que era excitante, até você descobrir que alguém passou cinco anos te vigiando na calada. Deixava de ser excitante e passava a ser aterrorizante.