Capítulo 7 - Prometidos

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Olá olá, enfim a quarta-feira  chegou! E, com ela o novo capítulo do reencontro do século... Além disso, no capítulo Personagens, podem encontrar a nova ficha... a tão esperada huhu

Sem mais delongas, vamos ao que interessa, não é?

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Os soluços me congestionam o peito, inundado com as lágrimas que turvam minha visão. Levo as mãos à cabeça, latejando com o caos de todas as peças do quebra-cabeças se juntando com o impacto de uma trovoada.

Mal ousando acreditar que é mesmo Hector diante de mim, com toda sua maldita implicância e o ensolarado sorriso...

— Alissa...?

Ele toca meu ombro com a ponta dos dedos, hesitante. E é o que basta.

Se ainda restava qualquer fragmento de autocontrole em mim, é esmigalhado.

O primeiro soluço se liberta, rasgando garganta acima junto às lágrimas.

Num único impulso, avanço e o abraço com força.

— Não acredito que voltou... que realmente... — as palavras se atropelam e sufocam em meio aos soluços abafados em seu ombro.

Hector passa um segundo congelado em surpresa. Então os braços me envolvem e apertam contra si a ponto de me erguer do chão, o rosto enterrado na lateral de meu pescoço enquanto absorve a tempestade que desabo nele.

— Eu disse que viria, não disse? — a voz rouca é abafada ao murmurar contra meus cabelos, num abraço tão apertado como o último que trocamos, antes de ele ir para Bérthia.

E então sumir por quase sete anos.

Me contorço para me afastar e ele me devolve ao chão, confuso. Ainda mais quando acerto um soco em seu ombro esquerdo, manchado de lágrimas.

— O que-

— Seu estúpido... por que... não escreveu?! — rosno entre soluços, pontuando cada palavra com um novo murro em seu ombro. — Disse... até a morte nos separe... mas não escreveu... nem um... único dia! Seu implicante estúpido miserável! Seu-

— Ei, Alissa... espera... calma aí, Mimosa — ele replica, tentando desviar e segurar meus punhos ao mesmo tempo, mas em meio aos meus soluços, escuto o risinho em sua voz. — Pelos céus, parece que regredimos uns treze anos aqui... Calma!

— Como... ousa... me dizer para ficar calma... quando reaparece... do nada... depois de anos... com essa cara... rindo de mim? Por que-

Hector me aperta contra seu peito largo novamente. Pela forma que me segura pelo meio dos braços, se parece mais uma cerca de contenção que um abraço. Me debato, tentando sair, mas agora ele está mais alto e, embora, não aparente ser tão musculoso, consegue me segurar como se fosse nada.

— Shh... se acalme, se acalme — sussurra, as mãos alternando tapinhas ritmados nas laterais de meus braços, embora continue me segurando com firmeza. — Tente se concentrar no-

— Concentrar o caramba! — retruco, em meio aos soluços abafados. — Como ousa pedir que me acalme quando você aparece aqui depois de ter sumido por anos mesmo tendo prometido que-

— Você prometeu a mesma coisa. E não lembro de ter chegado carta para mim também. — A ponta de mágoa grita na voz murmurada, me atingindo mais forte que os murros que desfiro contra ele.

— Perdi o endereço que me deu — admito por fim, a voz tão trêmula quanto o resto do corpo. — Só percebi que tinha escapado da minha mão quando a carruagem já havia saído.

Tratado de VidroWhere stories live. Discover now