Capítulo 8 - Protocolos (parte 2)

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Olá olá! Chegamos ao último capítulo de agosto! Alissa terminou a parte  anterior bem pessimista sobre o rumo do baile... como será que isso vai se concretizar?

Teorias?

Não esquece de deixar um votinho <3 E comentários também são sempre bem-vindos e apreciados ^^ 

Boa leitura!

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Como mamãe não se deu ao trabalho de explicar em quais momentos Hector pode ficar ao meu lado, deduzo sozinha que seria de bom-tom ele ficar ao menos no início dos cumprimentos, iniciado pelos outros herdeiros, para assim ser apresentado formalmente a estes... embora ele já conheça muito bem um deles.

Ele dá um bufo irônico quando comento isso, não tão descontraído quanto parece pretender. Com a mão pousada em meu ombro, a preocupação nervosa ecoa na minha, transmitida junto a calidez de sua pele. Aperto sua mão uma única vez, em reconforto mútuo, enquanto explico brevemente os protocolos para este momento.

Uma forma de lembrar a mim mesma também que só preciso receber os cumprimentos, sorrir e agradecer.

Volto a posicionar a mão sobre o colo e, com uma profunda inspiração, sinalizo para os dois guardas posicionados diante do estrado que estou pronta. Eles se movem, indicando que é permitido se aproximar.

O príncipe Raví, de Bérthia, é o primeiro.

Suas roupas formais, no mesmo estilo de terno ornamentado de papai, são de um dourado pálido com detalhes bordados em azul-celeste, como ondas do mar, e harmonizam com a pele castanha-acobreada; a coroa é um fino aro dourado com pequenos sóis sobre os escuros cabelos encaracolados. Sou mais velha dois anos, mas estamos na mesma posição, por isso em vez de uma reverência ele faz apenas um cordial aceno de cabeça ao transmitir os cumprimentos em nome de sua família. Após agradecer, apresento Hector, que faz uma reverência formal.

O príncipe inclina a cabeça para ele, nos olhos âmbar uma remota curiosidade.

— Soube que é nosso conterrâneo de Bérthia... Filho do barão Michaelis, reitor da Academia, não é? Não lembro de já ter visto você na corte.

— Sim, Alteza... eu não costumava frequentar a corte em meus anos de Academia — o tom de Hector é quase de desculpas, a mão pesando mais em meu ombro.

— É, ouvi dizer que é cansativo mesmo — o príncipe replica com dar de ombros. Em seu tom ou expressão não há qualquer indício de desdém, apenas... tédio. Mas ele agiu do mesmo jeito em todas as três vezes em que nos encontramos. O que nem posso julgar, pois foram situações de eventos formais, cumprindo deveres.

Por isso, não me surpreendo quando ele logo arremata com uma despedida cordial para nós dois e se afasta.

Ao menos alguém já terminou sua obrigação da noite, suspiro cansada. Hector ecoa o suspiro.

— Parece que estou numa prova oral sem ter estudado nada — murmura pelo canto da boca. — Mas poderia ter sido pior...

Antes que eu possa apertar sua mão e tranquilizá-lo de que foi tão bem quanto possível numa conversa tão breve, o outro herdeiro é anunciado.

E tenho certeza de que Hector sente quando meus músculos enrijecem e trancam a respiração.

Escórpio se aproxima devagar. As vestes em verde-esmeralda com parreiras bordadas em prata o deixam com aspecto de mármore afiado. Até mesmo a coroa trançada como galhos sobre a testa é de ouro branco, perceptível em meio aos cabelos apenas por conta das pequenas esmeraldas.

Tratado de VidroUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum