prologous | one

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QUINZE ANOS DEPOIS.

Minhas mãos estavam suadas, um pouco trêmulas. Nervoso para encontrar minha esposa o que fazia minha gravata apertar o colarinho, o coração inquieto e apaixonado não me deixava controlar a ansiedade.

Era nosso aniversário de casamento. Completamos borda de ferro ou madeira pelos cinco anos de casamento.

— Pietra dormiu — disse a babá, ao sair do quarto da minha filha. — A senhora Violet conseguiu acalmá-la.

Estávamos em cima da hora para ir ao cartório, mas Pietra precisava ficar em casa e esperar seus pais voltarem, desta vez casados e ainda mais apaixonados.

Enfrentamos tantos obstáculos até aquele momento. Fui rejeitado pela família por todos os anos em que preferi o amor de Violet a ambição doentia dos negócios da família Ivanovich.

E não tem nenhum dia que eu me arrependa pela escolha que fiz.

Ah, eu realmente vivenciei o amor mais puro e quente que pude suportar. Violet não é apenas meu grande amor, ela é a minha vida em forma de mulher, a vida que eu sonhei, que desejei ter com ela.

Fui expulso da casa de meu pai, vendo meus irmãos chorarem. Mas eu fiz uma escolha e essa escolha me rendeu anos de felicidades, de cumplicidades, de amor e afeto tão grande que precisou Pietra nascer para que todos os sentimentos se expandissem.

— Eu vou sentir um aperto no peito — disse Violet, entrando na sala. — Ela é tão pequeninha.

— Não se sinta culpada, Senhora — disse a babá, com atenção. — Pietra é uma boa menina, vai dormir toda a noite e quando a senhora voltar verá que não precisava ter medo.

Pietra tinha nove meses de idade, e desde que Violet atingiu seus sete meses de gestação, até aquele momento, ela não podia se divertir muito comigo.

Toquei na mão da minha esposa. Ela estava linda, ela era linda.

Seu rosto angelical emoldurado por cabelos vermelhos, seu corpo que voltará ao normal depois de buscar se cuidar e ter energia a cada vez que Pietra ganhava em peso e tamanho, só me deixava ainda mais louco de paixão.

Eu senti a mão dela gelada e seu frio se chocou com o meu calor. Ela me olhou com carinho e sorriu de uma forma graciosamente boba.

Seus cílios bateram e então ela suspirou quando a busquei para ficar mais perto de mim.

— Tudo vai ficar bem, meu amor. — Eu senti seu perfume, uma mistura de rosas e cítrico. Eu mesmo a presenteei quando visitávamos seus pais no natal. — Pode acreditar.

Como de costume, ela relaxou com minha voz, respirou fundo e acreditou em mim. Ela sempre podia acreditar em mim.

— Eu acredito — disse ela amorosamente confiante, me olhando com ternura. Segurou-se na aba do meu paletó e encostou seu corpo no meu. — Você nunca me decepcionou. Faremos 5 anos de casados, mas há 16 anos temos laços que ninguém conseguiu quebrar.

Fitei seus lindos olhos verdes, encostei meus lábios em sua testa e beijei-a, segurando sua cintura.

— Eu vou te amar para sempre.

— Oh!

Escutamos a babá suspirar. Nós viramos e Violet sorriu ao vê-la com lágrimas nos olhos.

— Em toda a minha vida nunca trabalhei com um casal tão apaixonado como vocês.

— Não seja boba! — Violet sorriu. — Ah, eu preciso pegar minha bolsa.

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now