Irina | parte 02 | forty

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 Me desculpem os erros***




Aquele era o dia mais feliz da minha vida. O sol nasceu com um brilho espetacular. Da minha janela eu via o altar de flores brancas prontos para logo mais, ao meu lado um cheiro delicioso de café quentinho se misturando com os perfumes das flores que Vlad mandou para mim.

Tinham duas noites que eu não o via, ele queria manter distância afirmando que isso me manteria mais ansiosa para o casamento, assim eu não desistira dele. Que tolo.

Nada me faria voltar a traz da minha decisão. Vladmir seria meu marido.

O vestido de foi colocado em um manequim. Tomei banho e vestir peças intimas. Sofia chegou e como sempre me ajudando. Havia uma equipe para me maquiar e fazer meu penteado. Ela foi me ajudando em tudo... até fechar o último botão do meu vestido.

— Olha para você. Parece que vai explodir de felicidade.

— Ele disse que me ama.

Sofia ficou impressionada.

— Então tudo não passa apenas de um plano de segurança entre vocês... existe sentimentos verdadeiros?

— Sim, parece que sim — elevei meu sorriso.

— Nunca conheci alguém que merece tanto a felicidade. Eu lhe desejo muitos "eu te amo" na sua vida.

— Obrigada! Quando me vi obrigada a casar com Vladmir, logo no início, eu me sentia presa e engessada. — Desabafei. — Agora... agora tudo é tão diferente. Não consigo me ver longe dele.

— E tenho certeza de que ele sente o mesmo agora por você. Por favor, não chore e borre a obra prima que ajudei a fazer no seu rosto.

Rimos juntas. Sofia pegou meu boque e me entregou.

— Que ninguém roube sua felicidade. Eu vou descer e ver como estar tudo lá embaixo. Depois subo com Russel para lhe ajudar, certo?

— Obrigada.

Sofia saiu em disparada para dar tempo de ver tudo e voltar mais uma vez no meu quarto.

Tomei um copo de água e fechei os olhos. Meu coração não parava de bater com violência. Eu estava suando, tremendo, mão fria, pés vacilando.

Quando bateram na porta eu tive um sobressalto.

— Entre.

Uma empregada entrou com uma caixa.

— Os presentes são no quarto ao lado — a lembrei.

— Eu sei senhora, mas o bilhete pede que lhe entregue com urgência.

— É de Vladmir?

— Não tenho certeza. O bilhete está redigido.

— Ah — peguei a caixa. — Obrigada.

— Disponha.

Fiquei sozinha no quarto e abri a caixa. Dentro dela não tinha nada mais que um montante de papeis. Me sentei e comecei a olhar cada um deles enquanto Sofia não chegava. Peguei mais água e voltei a mexer meio sem entender do que se tratava, até que as coisas foram ficando claras... um por uma fazendo que aquela felicidade fosse embora, pedaço por pedaço.

— Irina — Russel chegou antes de Sofia. — Vladmir lhe espera. Está na hora.

Ergui meus olhos para ele, sentada em uma montanha de papeis, documentos, folhas de livros contábeis. Exames. Revelações por escrito e áudio. Documentos afirmando o golpe que aconteceu a quase dezoito anos atras.

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now