Vlad | eight

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— Realmente! Você ficou louco! — Gritou Michelly

Foi satisfatório enfiar minha mão na cara daquele cretino. Vê-lo no chão sangrando por todos os buracos de sua cara.

Conseguiram me dopar por horas e quando acordei foi como multiplicar a fúria que colocava para dormir todos os dias.

Irina passou por mim me olhando de uma forma estranha, e sem dizer nada do que acabou de presenciar, ela saiu da sala.

— Irina... — Nikolai grunhiu de dor. Logo depois Michelly o colocou sentado e pediu para a mulher buscar um empregado que limpasse as feridas de seu irmão.

— Você está fora de si! — Disse Anuva assustada.

Foi quando a notei naquele lugar.

— Filha da puta! — A peguei pelo pescoço e estava disposto a colocá-la para dormir, assim como fez comigo usando cordialidade ao me oferecer café da manhã.

— Vladimir Ivanovich! — Michelly correu para ajudar a mulher.

Quando ele se aproximou recebeu um soco de esquerda que o fez ser pego de surpresa também.

Todos queriam me fazer de idiota, dominar minhas ações se precavendo pelo fato de que eu quase sempre estou bêbado.

— Vlad... — Anuva se engasgou com a força que eu colocava sobre seu pescoço.

— Ele vai matá-la — alguém gritou desesperado.

Mais uma vez homens por ordens de meu pai me tiraram dos planos de matar alguém naquela noite.

Fui arrancado da sala escutando o choro de Kira e meu pai aos gritos.

Nikolai recebeu um pouco da minha recepção que ele teria enquanto estivesse aqui.

Infelizmente Irina era a noiva dele agora, quanto a esse fato irei tomar as devidas atitudes.

Fui colocado para fora da mansão como um animal indesejado. E eu era. Eu era aquele a quem meu pai não conseguia controlar, quem ele não poderia contar com seus planos.

No lado de fora, encontrei Irina indo em direção a minha casa. Ela andava meio perdida, confusa e em desespero, como um animal assustado, acuado, procurando uma toca vazia para se esconder.

— Irina! — Gritei.

Quando ela se virou e me viu, entrou na minha casa sem saber. Fui atrás dela sem hesitar.

Assim que entrei em casa, ela estava com uma faca na mão apontando para mim.

— Não vou lhe machucar — avisei mostrando minhas duas mãos.

— Não tem como você conseguir me machucar mais do que fez! — Ela chorava de forma silenciosa.

— Solte essa faca, por favor.

— Você me jogou nos braços daquele nojento!

Indiretamente, ela estava certa, eu havia feito isso assim que que recusei os planos de Michelly e Victorio ao rejeitar o casamento. Mas nunca teria feito que os planos por baixo do plano era de colocá-la como esposa de Nikolay.

— Irina, por favor, me escuta.

— Não há nada que você possa me dizer que faça essa situação melhorar. — As mãos dela tremiam.

Era claro e perturbador ver nitidamente o quanto aquela menina estava abalada. Seu psicológico era fodido de uma forma que ela sabia controlar, mas casar-se com um homem como Nikolai ela não fazia ideia do quanto sua sanidade poderia ruir.

— Assim que descobrirem que você estar na minha casa, logo a levaram para Nikolai. Então me escuta nesse pouco tempo que temos.

— Sua casa? — Ela olhou para os lados, deu dois passos para trás nos colocando ainda mais distante.

— Apenas me diga. Você assinou o contrato para a escola na Suíça?

— Que diferença isso faz? Estou presa aqui! — Ela ergueu a mão que tinha um anel de noivado. — Ele não me colocou uma aliança ainda e sinto que já ganhei algemas.

— Escute. — Falei com calma. — Tenho amigos que podem lhe ajudar se conseguir ir para o colégio que lhe indiquei. Lá, nem mesmo seu pai ou Nikolai vão conseguir chegar perto de você, estará segura.

Irina me olhou de forma estranha e indagou:

— Você me joga na lama e agora quer me limpar? — Ela sorriu cansada. Sua maquiagem borrada pelas lágrimas a deixava com a face melancólica. — Antes que eu consiga sair da cidade, eles vão me pegar e só os céus sabem se irei sobreviver quando isso acontecer, porque serei punida e talvez a punição me leve a morte.

— Ao menos tente confiar em mim!

— Em você? — Ergueu as sobrancelhas com espanto. — Confiei em nosso compromisso por anos e olha só como tudo terminou. Eu, noiva de um tio seu, e no jantar em família com uma faca apontada para você.

— Você tem razão. Mas se não me escutar, vai morrer nas mãos dele.

Ela largou a faca sobre o sofá e me olhou como se me odiasse. Passando por mim, andou na direção da porta.

— Já me sinto morta.

Eu vi marcas de dedos nos pulsos dela.

— Quem lhe machucou? — Peguei-a para mim.

— Que diferença faz? Você não pode resolver tudo com socos — disse, passando as mãos nos cortes que abriram em meus dedos por causa dos socos que dei na cara de Nikolai. — Tanto eu quanto você estamos acorrentados. — Ela tinha uma voz de decepção. — Eu ao seu tio e você em seu luto. Você nunca me deixaria tentar fazê-lo se sentir melhor. Eu nunca seria livre. Você não me deseja, não me queria como mulher.

— Irina, não fale isso. — Eu a encarava. — Você é muito jovem para entender que...

— Sou inteligente o suficiente, isso não basta?

— Sim, claro.

— Você é linda, jovem e muito...

— Muito? — Ela engoliu seco.

— Com toda certeza não cansaria de fazer amor com você em minha cama — Notei que ela ficou com a face avermelhada. — Mas não lhe daria mais que isso.

— Assim que Nikolai estancar o sangramento ele vai se vingar — disse ela, ficando longe de mim. — Ele não vai esperar o dia do casamento para me levar para cama dele. Como também não espero que ele me ame no fim das contas, assim como não esperava que me amasse.

— Irina, é diferente.

— Diferente como? — Gritou.

— Ele vai lhe machucar fisicamente de uma forma que talvez você não suporte.

Ela olhou para a porta aberta. Homens a procuravam e estava prestes a entrar na casa quando, ela disse:

— Não poderei me defender. Mas quando não restar nada de mim, então eu me mato.

Não duvidava porque eu conhecia aquela dor, a dor que tudo foi arrancado de você e nada mais resta. Estava no olhar dela o ponto final da história.

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now