Vladmir | one

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Eu estava em uma das casas de hóspedes que meu pai tem em torno da mansão Ivanovich. Jogado na cama, ainda bêbado, embora fosse quase hora do almoço.

E antes que eu pudesse acordar, Russel entrou em meu quarto, abrindo as cortinas, e depois as janelas fazendo uma cortina de ar gelado entrar em meu quarto e se chocar com o ambiente aquecido.

— Puta merda! — Resmunguei, cobrindo meu rosto com o travesseiro, puxando o edredom para junto de mim. — Minha cabeça está explodindo Russel!

— Tem sorte de eu entrar aqui, Vladimir! — Ele parecia irritado. O que eu tinha feito dessa vez? — Seu pai está como um louco quebrando tudo!

— Ótimo — resmunguei novamente. — O que eu tenho com os ataques de fúria de meu pai?

— Tem que ele precisou ir sozinho entregar o presente de noivado! — Russel puxou meu lençol o que deixou muito contrariado. Vencido pela teimosia que ele tinha em me acordar, sentei-me na cama jogando o travesseiro para longe. — Você disse que iria logo em seguida, e não apareceu!

— Assim como eu não vou aparecer nesse noivado, muito menos no casamento. — Viro meu corpo para fora da cama, calço minhas chinelas e um roupão quente, faço um nó em minha cintura, sem deixar de enfatizar: — Eu não vou me casar, Russel. Deixe meu pai achar que pode me controlar e fazer o que bem entende! O que ele pensa. Que sou aquele moleque que ele fazia o que queria?

— O moleque saiu de casa aos 15 anos para viver o sonho dele, mas agora acabou, você voltou! Precisa cumprir o acordo que foi enlaçado a mais de 15 anos, Vladimir!

— Nem fodendo! Não selei acordo algum1 Ele que case com a filha sei lá de quem! E você sabe muito bem por que voltei para casa.

— Sim, eu sei. O que aconteceu não foi culpada sua. Aquela babá estava infiltrada pelos extremistas contrários ao clã. Fez a escolha certa ao voltar para proteção de sua família.

— A escolha certa — repeti — era ter me matado e ido para o mesmo buraco que elas!

— Não fale assim.

— Falo como eu quiser! — Contive um grito de revolta, não por Russel, mas por minha vida de merda, sentindo uma raiva tão forte no meu peito, uma fogueira que me queima de dentro para fora, eu queria gritar para o mundo a dor que meu peito apertava.

Precisava fumar um pouco. Então eu peguei cigarro, isqueiro e um cinzeiro sobre a mesa de cabeceira. Sentei-me na poltrona, colocando o cinzeiro sobre minha coxa, de frente a uma grande janela que ficava próximo a janela, fiquei assistindo a neve encher o jardim.

Me sentia exausto, por mais que ficasse na cama, eu sempre estava cansado, tonto, entediado. Não conseguia sentir nada além de raiva, dor, culpa, uma puta vontade de se embriagar novamente.

Cocei a testa segurando o cigarro na mesma mão. Suspirei.

— Por que pediu para comprar o presente se não interesse de levá-lo?

Ah, Russel ainda estava ali.

Passei a língua atrás dos dentes superiores, bati a ponta do cigarro no cinzeiro e notei as cinzas caírem lentamente. Ultimamente era assim que eu enxergava a vida, lenta, cinza, sem sabor, sem amor, sem prazer.

— Apenas para me divertir ou para Michelly me deixar em paz, não sei, o que isso importa?

Russel andou até onde eu estava e se sentou na minha frente. Eu precisava de uma dose generosa de uísque, não da cara feia do meu amigo.

— Você precisa se erguer. Se passaram 12 meses.

Olhei para ele com um sorriso enfadonho, os olhos semicerrados inclinei-me para frente.

BONECA RUSSAWhere stories live. Discover now