Irina | fifeteen

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Quando entrei na mansão Ivanovich, depois de passar dois dias no hospital, era como sentir a morte segurando a minha mão.

Todos lá dentro me olharam com pena, um sentimento que nunca nutri para mim e não gostava que os outros o fizessem.

Não vi Vladmir, muito menos Kira.

Eu vestia um vestido que Nikolai havia comprado, assim como a mala nova que ele me presenteou.

– Lar doce lar – cantarolou o sádico do meu noivo ao entrar.

Senti sua mão em minhas costas quando ficou ao meu lado.

– O médico pediu mais um pouco de repouso – continuou ele como se nada tivesse acontecido, como eu mesma tivesse entrado naquela maldita 41banheira cheia de gelo e amarrado meus pulsos para atentar contra a minha vida. – Vamos para o nosso quarto, minha pombinha.

Odiava aquele apelido, odiava aquele homem, aquela casa, todos que moravam ali.

Quando passamos por todos, sumimos a escada, eu sentindo meu peso afundar a cada passo dado, Nikolai radiante.

A porta foi aberta e meus olhos foram invadidos por inúmeros boques de rosas. Uma comida quentinha e lindas cobertas de pele de urso.

– Quer um banho quente? – Nikolai me abraçou por trás.

Fugi dele ficando próximo a mesa que tinha a comida.

– Assim que Michelly ficar recuperado – disse ele olhando para sua aliança. – Vamos nos casar imediatamente. Acho que em três dias, no máximo.

Engoli como se fosse um espinho de metal.

Meus dedos tocaram a bandeja de metal que escondia minha comida.

– Uma pena que não será logo – ele parecia falsamente triste. – Apenas o chefe para abrir o cerimonia, e sabe que só posso tocar em você depois da cerimônia. Mas se Michelly tivesse morrido, eu tomaria a responsabilidade e abriria a cerimônia ainda hoje.

– Você gostaria disso não?

– Lhe ver vulneravelmente nua em minha cama?

– Não, da morte do seu irmão. A forma como falou era como se ele fosse mais útil morto.

Ele se afastou e declarou:

– Eu sabia que por trás desse rosto de anjo tinha uma cabeça pensante.

Meu polegar tocou a ponta de um metal que julguei ser a faca.

– Vladimir tem repulsa por tudo o que diz respeito a família e o clã. Tenho certeza que você está notando tudo isso. Ele fora, eu entro! Faço um filho em você e seremos felizes para sempre!

Toquei na faca.

– Você vai me matar – eu sentia isso nos olhos dele. – Assim que conquistar tudo, você vai me matar.

– Não se me der um filho ou se for mais gostosa do que parece ser.

Ele andou até onde eu estava, mas baixou a cabeça quando o celular tocou, foi a oportunidade de pegar a faca e esconder em minha roupa.

– Alguns deveres me chamam – disse ele guardando o celular. – Se importa de comer sozinha?

Não movi um musculo.

– Volto antes que durma, minha pombinha.

Ele sai apressado.

Sozinha, aproveitei para encontrar um esconderijo para a faca. Uma pequena entre tabuas debaixo do colchão.

Sai do quarto querendo encontrar Vladimir desesperadamente. Eu sabia que ele havia me salvado da morte e nada mais justo que o agradecer.

Com Nikolai longe da mansão seria mais confortável conversar com seu sobrinho.

Assim que sai do quarto me deparei com Kira.

– Veja ela, ressuscitou dos mortos – cantarolou.

– Não quero discutir.

– Deixe-me adivinhar – dizia ela com a o dedo no queijo olhando para cima como se pensasse. – Vai se encontrar com Vladimir? Claro que vai. Está se apaixonando por ele, não é?

Tentei desviar de Kira, mas ela se fez bloqueio.

– Saia da minha frente!

– Hm, nervosa querida?

– Minha paciência está se esgotando, Kira.

– Estou morrendo de medo.

A empurrei e seu corpo de chocou no parapeito da escada o que a fez desequilibrar um pouco e quase se inclinar a uma queda fatal.

Ela ficou surpresa com minha atitude.

– Eu não sou tão inocente assim – avisei, saindo de perto dela. — Então, tenha ao menos um pouco de medo.

Quando desci as escadas ela gritou:

– Não ache que seu salvador é um santo! Ele pode partir seu coração em pedacinhos impossíveis de colar!

Eu não ligava para o veneno de Kira.

Não ligava para o que pensam sobre Vlad.

Corri para fora e andei ansiosa até a casa de Vlad.

Tentei abrir a porta, mas estava trancada. Dei a volta e consegui entrar na porta dos fundos. Andei apressadamente até a escada e corri até a porta do quarto que acreditei ser dele.

Tal foi a surpresa ao ver ele nu com uma mulher subindo e descendo, rebolando e gemendo enquanto segurava seu cabelo.

Fiquei paralisada com a cena. E para meu terror maior uma segunda mulher surgiu e fechou a porta assim que notou que estavam sendo assistidos.

Um ciúme tomou conta de mim. Me senti o patinho feio pela qual ele não queria tocar muito menos amar.

Sai da casa tonta com os gemidos em minha cabeça.

– Filha! – Exclamou a minha mãe ao me encontrar, ela correu em minha direção e me abraçou forte chorando profundamente por sentir-se culpada.

BONECA RUSSAOnde histórias criam vida. Descubra agora